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Criptomoedas

Recorde do bitcoin ameaça valorização com evento decisivo em abril

O tão esperado halving ocorrerá no dia 20 de abril; histórico de eventos anteriores deixam investidores otimistas

Recorde do bitcoin ameaça valorização com evento decisivo em abril
O bitcoin é a criptomoeda com o maior valor de mercado (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • Em março, o bitcoin renovou a sua cotação máxima histórica ao atingir a faixa de preço dos US$ 73 mil
  • Com base no histórico da criptomoedas, os novos recordes de preço só eram alcançados após o halving que ocorre a cada quatro anos
  • No entanto, as negociações dos ETFs de bitcoin à vista nos EUA trouxe um cenário diferente para os investidores. Veja o que esperar agora!

A chegada de abril aumenta a ansiedade dos investidores de criptomoedas que iniciaram o mês atentos ao evento do ano: o halving do bitcoin (BTC). Conhecido por ser um grande impulsionador de preço para a principal cripto do mundo, o mercado espera uma nova onda de valorização diante da redução de 50% da remuneração dos mineradores. A expectativa se baseia no histórico dos outros eventos. O problema é que, desta vez, a presença dos ETFs de bitcoin, nos Estados Unidos, traz uma nova dinâmica para o mercado e põe dúvidas se a “tradição” de novas altas irá se replicar.

As dúvidas têm um porquê. Nos anos anteriores, o bitcoin atingiu cotações nunca vistas pelo mercado após a realização do evento, mas em 2024 a moeda digital renovou a sua máxima histórica antes ao halving quando atingiu a cotação dos US$ 73 mil no dia 13 de março. Esse comportamento da criptomoeda cria mais perguntas do que respostas na cabeça dos investidores sobre o que esperar do ativo após abril. “A máxima histórica antes do halving mudou um pouco como se analisa o bitcoin. Parte desta “euforia” do halving já foi apresentada no mercado pelos ETFs”, avalia Beto Fernandes, analista da Foxbit.

O lançamento dos 11 ETFs (fundos atrelados a um índice de referência e negociado em bolsa) de bitcoin à vista aconteceu em janeiro deste ano. Apenas nos três primeiros dias de negociação, os novos produtos movimentaram juntos US$ 9,6 bilhões na bolsa de Nova York (NYSE), em Nasdaq e na Chicago Board Options Exchange (CBOE).

O fluxo intenso seguiu nos meses seguintes e permitiu que a valorização do ativo digital em 65,7% no acumulado deste ano. “Houve uma abertura do mercado ao permitir para os investidores tradicionais e para o investidor de varejo a ter exposição a um investimento novo que é o bitcoin. Isso gera demanda que pressiona o preço”, diz Cristian Bohn, CSO da Parfin.

Atenções para o halving de bitcoin

Agora, a atenção do mercado se volta para o halving que deve acontecer no dia 20 de abril. O evento ocorre a cada quatro anos e é responsável por reduzir pela metade as recompensas dadas aos mineradores de criptomoedas – os responsáveis pelos registros das transações. Na prática, a medida limita ainda mais a criação de novos de bitcoin, o que pressiona os preços do ativo diante da queda da oferta no mercado.

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Atualmente, a recompensa em cada bloco minerado é de 6,25 BTC. Após o halving deste ano, a recompensa cai para 3,125 BTC por bloco minerado – os cálculos matemáticos que registram as transações de criptomoedas na rede.

Segundo Israel Buzaym, diretor de Comunicação do Bitybank, nos halvings anteriores houve um aumento exponencial dos preços. No dia do primeiro halving, em 2012, o preço era de US$12 e seis meses depois atingiu US$ 130. O avanço consistente seguiu nos eventos seguintes. Em 2016, no segundo halving, o preço do BTC era de US$ 660 e seis meses depois alcançou o patamar de US$ 900. “Veremos retrações fortes em períodos curtos, mas no longo prazo entendemos que os fundamentos do bitcoin o tornarão cada vez mais atraente para investidores como um ativo de reserva de valor”, diz Buzaym.

Relação do BTC com os juros americanos

Marcello Cestari, especialista em fundos de criptativos da Empiricus Gestão, também tem a mesma perspectiva sobre o comportamento do ativo e estima que os ganhos só aconteçam no fim do ano. “É razoável antecipar que o próximo ciclo de alta ocorrerá entre outubro e dezembro de 2024, prolongando-se até o último trimestre de 2025”, afirma Cestari. A projeção dele se baseia  também pela perspectiva de corte de juros nos EUA no segundo semestre.

Na reunião do dia 20 de março sobre a taxa de juros, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) informou que mantém a projeção de três cortes de juros até dezembro. Se as expectativas se concretizarem, o apetite a risco deve aumentar entre os investidores com a perspectiva de queda de rentabilidade dos ativos de renda fixa que se beneficiam com a alta dos juros. Esse contexto macroeconômico favorece a cotação do bitcoin no médio prazo, já que os analistas consideram a criptomoeda como um ativo de alto risco.