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Criptomoedas

O que esperar do Bitcoin após a cripto atingir mínima no ano

Ativo chega à quinta semana consecutiva em baixa e especialistas dizem que ainda pode cair mais

O que esperar do Bitcoin após a cripto atingir mínima no ano
Bitcoin briga para manter o patamar de suporte de US$ 30 mil. (Foto: Envato)
  • O Bitcoin já perdeu mais da metade de seu valor desde que atingiu a máxima histórica de US$ 69 mil, em novembro do ano passado. As quedas recentes andam lado a lado com a aversão ao risco que dominou os mercados globais desde a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia
  • A queda nos preços do Bitcoin não é de todo ruim. Embora o cenário no curto prazo seja desafiador, para os especialistas essa pode ser uma boa oportunidade para tomar posições de longo prazo no mercado de criptomoedas pagando preços mais baixos

bitcoin, principal criptomoeda do mercado, é negociado na manhã desta quarta-feira (11) a US$ 31.542,08, uma queda de 0,43% nas últimas 24 horas. É um reflexo do que ocorreu na segunda-feira (9), dia em que o ativo cedeu 11,52% e atingiu o menor patamar de preço em 10 meses.

O Bitcoin já perdeu mais da metade de seu valor desde que atingiu a máxima histórica de US$ 69 mil, em novembro do ano passado. As quedas recentes andam lado a lado com a aversão ao risco que dominou os mercados globais desde a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia.

De lá para cá, outro fator que ajudou a piorar o cenário foi o início da trajetória de aperto monetário nos Estados Unidos. Na última quarta-feira (4), o Federal Reserve anunciou uma alta de 0,5% na taxa básica de juros do país, sinalizando que novos aumentos ainda estão por vir.

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Com maior prêmio na renda fixa e investidores receosos com a forma como os ativos de renda variável vão reagir aos aumentos nos juros, as bolsas de valores americanas estão apanhando. E o mercado de criptos está acompanhando o movimento.

Rodrigo Miranda, do canal Universidade do Bitcoin, destaca que nos últimos dois anos o grau de correlação entre os criptoativos e o mercado financeiro tradicional aumentou. Nesse sentido, enquanto o cenário for ruim para um, também será para o outro. “O que pode ajudar é quando esses juros começarem a ser precificados pelo mercado financeiro e as bolsas começarem a corresponder. Por enquanto, as notícias não são boas. O mercado de criptos é muito mais volátil, então toda vez que cai ou sobe ele tem variações bem maiores”, pontua.

Vai cair mais?

Somente no mês de maio, o Bitcoin acumula mais de 17% de queda. Ayron Ferreira, head researcher da Titanium, lembra que esta é a quinta semana seguida de desvalorização da criptomoeda. Essa frequência de baixas não era vista há oito anos. E, dado o nível de incerteza e volatilidade presentes no mercado hoje, ainda não dá para dizer até onde vão essas quedas. “Se o Bitcoin vier a perder esses US$ 30 mil, que é um nível muito importante, ele poderia ir a US$ 29 mil, US$ 28 mil que também são patamares que dão suporte para a criptomoeda”, diz.

Os US$ 28 mil também são a expectativa de preço para o ativo no curto prazo, na visão de Felipe Medeiros, analista e sócio da Quantzed Criptos, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores. Nesse patamar, já seria possível ver alguma recuperação desde que o mercado americano não continue a apresentar forte correção. “O Bitcoin e o mercado cripto em geral têm se comportado como um ativo de risco atrelado a tecnologia, e isso faz com que dependa do restante do mercado para se recuperar”, afirma.

Já no Grupo 2TM, holding do Mercado Bitcoin, um relatório feito pela equipe de research faz projeções até mais pessimistas: o momento é realmente de esperar maiores quedas, com a possibilidade do Bitcoin se aproximar do patamar de US$ 20 mil.

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Apesar disso, para o head de research André Franco, os fundamentos da criptomoeda seguem intactos – uma notícia positiva frente a essa maré de azar macroeconômica. “Se nós fossemos totalmente agnósticos a preço, diria que as métricas do Bitcoin nunca foram tão positivas. Se o cenário macro não fosse tão negativo, diria que logo veríamos o Bitcoin voltar a subir”, diz Franco no relatório.

Bom para investir

A queda nos preços do Bitcoin não é de todo ruim. Embora o cenário no curto prazo seja desafiador, para os especialistas essa pode ser uma boa oportunidade para tomar posições de longo prazo no mercado de criptomoedas pagando preços mais baixos.

“Os fundamentos do mercado continuam extremamente sólidos. O investidor precisa esquecer o cenário de caos do curto prazo e pensar em bons aportes para o longo prazo. É muito melhor investir agora do que quando está subindo”, diz Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move.

Dado o cenário, porém, é importante fazer uma gestão de risco, comprando os ativos aos poucos para aproveitar os momentos de queda brusca, como o atual, para fazer um preço médio. “Em algum momento essa queda vai atingir um fundo, o Bitcoin vai lateralizar e voltar a subir. A gente só não sabe ainda quando e como vai ser. Por isso, é preciso fazer a gestão de risco”, orienta Miranda, da Universidade do Bitcoin.

Para quem quiser olhar além do Bitcoin, a recomendação do especialista é tomar cuidado. Como as altcoins são ainda mais voláteis, elas podem sofrer mais durante esse momento de instabilidade; e, por isso, a recomendação é manter ao menos 70% da carteira de criptos posicionada em Bitcoin.

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