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Criptomoedas

Ranking: adesão às criptomoedas é maior em países emergentes

Vietnã, Índia, Paquistão, Ucrânia, Quênia, Nigéria e Venezuela são os países que mais utilizam moedas digitais

Ranking: adesão às criptomoedas é maior em países emergentes
(FOTO: Envato Elements - grafvision)
  • A adesão das criptomoedas em países emergentes é uma forma da população preservar sua riqueza diante de economias instáveis
  • Além disso, a transferência internacional de criptomoedas possui taxas menores do que o repasse de recursos por meio do formato tradicional

Os países emergentes e subdesenvolvidos têm apresentado maior adesão às criptomoedas em comparação às nações mais ricas do mundo ao longo deste ano. De acordo com estudo da Chainalysis, plataforma de dados de blockchain, Vietnã, Índia, Paquistão, Ucrânia, Quênia, Nigéria e Venezuela são os países que mais utilizam as moedas digitais, liderando o ranking mundial.

Segundo especialistas, o motivo está relacionado à fragilidade das economias dessas nações, o que torna os ativos digitais mais atrativos para preservar as finanças pessoais.

Segundo o relatório, no fim do segundo trimestre de 2021, a adesão às criptomoedas cresceu mais de 881% em relação ao ano anterior. As razões para o crescimento se diferenciam de acordo com o nível de riqueza do país.

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A plataforma de dados de blockchain aponta também que, em mercados emergentes, utilizar as criptomoedas funciona como uma alternativa para preservar suas economias por conta da desvalorização das moedas oficiais. Já na América do Norte, Europa Ocidental e Ásia Oriental grande parte da adesão foi impulsionada por investimentos institucionais.

“Em criptomoedas, você é o seu próprio banco. Ninguém consegue interferir no seu dinheiro. Então, há uma grande desconfiança em economias mais fracas sobre o quanto o governo consegue gerir a própria economia. As criptomoedas surgiram para emponderar o cidadão”, avalia Helena Margarido, analista de criptomoedas da Monett.

A autonomia ofertada pelas criptomoedas acontece porque as moedas digitais funcionam por meio de um sistema descentralizado. Dessa forma, as autoridades financeiras do país de origem do investidor não conseguem interferir nas transações.

“Quando você perde o poder de compra, é natural que as pessoas busquem preservar suas riquezas. Geralmente, recorrem às moedas mais fortes, como o dólar. Mas você só consegue comprar quantidades pequenas porque o Banco Central controla o acesso”, explica Jorge Souto, co-head do Traders Club.

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Essa tentativa de preservar as riquezas pessoais diante de uma intensa desvalorização da moeda do país é vista na Venezuela. O país que enfrenta uma intensa crise econômica e humanitária é o que mais aderiu às moedas digitais na América Latina. No ranking Global, aparece em sétimo lugar.

Mas há outro fator que contribui para que os mercados emergentes liderem essa ranking. Segundo Rafael Nobre, analista internacional da XP Investimentos, as criptomoedas permitem a transferência de dinheiro para outros países com taxas bem menores. Essa possibilidade tem sido útil para El Salvador, por exemplo, que adotou o Bitcoin como moeda oficial no último mês setembro, porque há uma população considerável de salvadorenhos residindo nos Estados Unidos.

“Quando você faz essa transação internacional, você paga taxas. No caso do Brasil, paga IOF, taxa de serviço e cambial. Quando você implementa o bitcoin, é possível transferir a moeda para o seu país de origem com taxas bem mais baixas”, afirma Nobre.

Mas por que a preferência por criptomoedas se esses ativos podem ser voláteis tanto quanto às moedas dos países subdesenvolvidos ou emergentes?

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Segundo Jennie Li, estrategista da XP Investimentos, um dos motivos se deve à agilidade das transações desses ativos de pessoa para pessoa em comparação aos modelos tradicionais.

“As moedas estão suscetíveis à volatilidade, mas é melhor você trocar uma transação (internacional) que pode ser custosa e complexa por algo mais fácil e rápido. Você abre mão de uma coisa para conseguir outra”, explica. Além disso, nem todas as criptomoedas são voláteis. “Há criptomoedas que são lastreadas pelo próprio dólar. Então, elas são naturalmente mais estáveis”, acrescenta Jennie.

Confira o ranking dos países que mais utilizam criptomoedas

País Pontuação do índice Classificação geral do índice
Vietnã 1.00 1
Índia 0.37 2
Paquistão 0.36 3
Ucrânia 0.29 4
Quênia 0.28 5
Nigéria 0.26 6
Venezuela 0.25 7
Estados Unidos 0.22 8
Togo 0.19 9
Argentina 0.19 10
Colômbia 0.19 11
Tailândia 0.17 12
China 0.16 13
Brasil 0.16 14
Filipinas 0.16 15
África do Sul 0.14 16
Gana 0.14 17
Rússia 0.14 18

Fonte: Chainalysis

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