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Como o setor de criptoativos mira na Ásia para se recuperar

Uma maior clareza regulatória em Hong Kong, Cingapura e no Japão é um grande atrativo, disseram executivos

Como o setor de criptoativos mira na Ásia para se recuperar
(Foto: Freepik)
O que este conteúdo fez por você?
  • Nos EUA, regulador vem apertando o cerco contra emissores e exchanges
  • A Ásia, enquanto isso, está aprovando regras para os criptoativos, exemplificadas no mês passado pelas primeiras licenças de Hong Kong para as plataformas de negociação sob seus novos regulamentos

Os criptoativos estão cada vez mais em busca de um renascimento na Ásia, conforme o setor castigado cambaleia por conta das medidas severas contra ele nos Estados Unidos.

Uma maior clareza regulatória em Hong Kong, Cingapura e no Japão é um grande atrativo, disseram executivos do setor, em comparação com as ações coercitivas e as ações judiciais das agências regulatórias dos EUA e o progresso lento no Congresso em torno da legislação para esclarecer a situação dos ativos digitais.

Os executivos participaram de uma conferência de destaque do setor em Cingapura pouco depois da Binance.US demitir mais de cem funcionários, enquanto as restrições americanas destroem aos poucos seus negócios. Um crash de US$ 2 trilhões em ativos digitais desde 2021 contribuiu para o cenário desafiador.

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Entre os participantes do evento estava Tom Farley, ex-presidente da bolsa de valores de Nova York e atual CEO da Bullish, exchange de ativos digitais registrada em Gibraltar. Farley disse que a Bullish planeja solicitar uma licença em Hong Kong depois do lançamento de um novo marco regulatório pela cidade para construir um polo de criptoativos.

“Optamos por não nos envolver em atividades comerciais nos EUA”, disse ele em uma entrevista. “Temos aprovações para muitos estados. Poderíamos começar amanhã mesmo. Mas o ambiente nos EUA não é muito amigável. É frustrante.”

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), sob o comando de Gary Gensler, vê a maioria dos tokens como títulos não registrados e tem tomado medidas contra emissores e exchanges por não estarem registrados na agência. Entretanto, as decisões judiciais conflitantes em relação ao tema vêm provocando confusão nos EUA. Durante um painel no Senado, Gensler reiterou sua opinião de que os criptoativos estão repletos de fraude e infrações.

A Ásia, enquanto isso, está aprovando regras para os criptoativos, exemplificadas no mês passado pelas primeiras licenças de Hong Kong para as plataformas de negociação sob seus novos regulamentos. Hong Kong, Cingapura, Japão e Coreia do Sul estão entre as jurisdições tentando criar regulamentações que sejam rigorosas na proteção dos investidores, mas também interessantes para as empresas – um exercício de equilíbrio difícil.

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“O rigor não me incomoda”, disse Brad Garlinghouse, CEO da Ripple Labs, empresa de pagamentos com criptoativos, com sede em São Francisco, e que está envolvida numa disputa legal com a SEC. “(incomoda) a falta de transparência. Quando não fica claro o que é agir certo, isso dificulta as coisas.”

A SEC processou a Ripple em 2020, alegando que a empresa não registrou o token XRP como um título. No início deste mês, a Ripple se opôs a um pedido da SEC para apelar de uma decisão judicial de que os tokens não são títulos quando vendidos ao público.

Em lugares como Cingapura, Hong Kong, Reino Unido e Dubai, “os governos estão formando parcerias com o setor e se percebe uma liderança, eles estão oferecendo regras claras e você está vendo crescimento”, disse Garlinghouse na Bloomberg Television. Ele também afirmou que mais de 80% das contratações da Ripple este ano são de fora dos EUA.

Além da Ripple, alguns dos outros processos famosos da SEC incluem aqueles contra a Binance e a Coinbase, os quais as empresas estão contestando. A agência intensificou as ações punitivas após uma debandada de tokens em 2022 e casos como a falência da exchange FTX, cujo cofundador Sam Bankman-Fried vai ser julgado em outubro.

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“Não é uma questão de falta de transparência”, disse Gensler no início deste ano. “Esta é uma área que, no geral, foi construída em torno da oposição ao cumprimento das normas, e esse é o seu modelo de negócios.”

Nos últimos meses, não faltaram sinais de que a Ásia está atraindo o setor. Por exemplo, a Wintermute, principal formadora de mercado de ativos digitais, disse em julho que planejava transferir funcionários para Cingapura. Huobi, OKX e Amber Group afirmaram que a solicitação de licenças em Hong Kong está nos planos.

No Japão, a gigante do setor bancário Mitsubishi UFJ Financial Group está em negociações com empresas por trás de stablecoins globais populares, assim como com outras empresas para a emissão desses tokens. A lei para stablecoins do país – uma das primeiras entre as maiores economias – entrou em vigor em 1º de junho.

“O Japão é bastante interessante”, disse o CEO da Wintermute, Evgeny Gaevoy, em uma entrevista. “Estamos vendo ele se abrir mais, estamos vendo avanços positivos no lado da tributação. Pode ser importante contar com um escritório pequeno lá para poder atender as contrapartes locais.”

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É claro que o setor de criptoativos poderia voltar rapidamente para a maior economia do mundo assim que os EUA implementarem regras mais claras. A questão é quanto tempo isso pode demorar.

“Será regulamentado”, disse Jenny Johnson, CEO da Franklin Templeton Investments, durante um painel no evento de Cingapura. “Leva tempo.”

* Annabelle Droulers contribuiu com esta matéria.

TRADUZIDO POR ROMINA CÁCIA

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