Solana é a terceira criptomoeda mais presente na carteira dos clientes brasileiros, atrás apensa de bitcoin e stablecoins. (Foto: Adobe Stock)
A Solana (SOL) entrou no radar dos investidores desde 2023, quando alcançou uma recuperação de 647,7% no acumulado daquele ano, e atraiu os holofotes do universo das criptomoedas. O destaque vai além da valorização surpreendente: o ecossistema do ativo digital vem mostrando ao mercado que é capaz de viabilizar o desenvolvimento de protocolos com custos mais baixos e transações mais rápidas.
Em evento no México, Sheraz Shere, diretor-geral de pagamentos e comércio da Solana, deu detalhes sobre o real potencial do ecossistema e os planos de melhoria. Segundo ele, a capacidade de processamento da blockchain deve saltar de 100 mil para 1 milhão de transações por segundo com o lançamento do Firedancer, novo cliente validador para a rede. A blockchain é o sistema de registro descentralizado de transações em uma rede de criptoativos.
O tempo de liquidação também impressiona: 400 milissegundos. No entanto, esse desempenho parece não ser o bastante para a criptomoeda. A meta, segundo Shere, é reduzir esse tempo para 150 milissegundos.
“Quando você cruza taxas de transferência, tempo de liquidação, taxas de rede, a Solana está sempre entre o topo de todas as cadeias. E é por isso que a Solana tem mais transações do que todas as blockchains combinadas“, disse Shere ao participar da Stablecoin Conference 2025, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, na Cidade do México.
Sheraz Shere é GM payments & commerce da Solana (Foto: Stablecoin Conference 2025)
A alta performance da rede se transformou em um fator-chave para os investidores incluírem a criptomoeda Solana no seu portfólio. Dados do relatório Panorama Cripto na América Latina, que analisou os padrões de compra e retenção de ativos dos usuários da Bitso, empresa de serviços financeiros baseados em criptomoedas, mostram que a Solana é o terceiro ativo digital mais presente na carteira dos clientes brasileiros.
A criptomoeda perde apenas para o bitcoin e stablecoins, criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias.
Bárbara Espir, Country Manager da Bitso Brasil, atribui esse crescimento à velocidade das transações, custo baixo das taxas e a valorização do ativo nos últimos anos.
“Nos últimos três anos, o preço do SOL (o token nativo da Solana) cresceu 764%. Para se ter uma ideia, no mesmo período o bitcoin cresceu 325% e o ether, 167%, explica Bárbara Espir, Country Manager da Bitso Brasil.
Solana pode ofuscar o ‘brilho’ do ethereum?
Apesar dos ganhos nos últimos anos, a Solana (SOL) ainda está longe de alcançar o mesmo patamar do Ethereum (ETH) na indústria de criptomoedas. Dados da CoinMarketCap mostram que a atual diferença entre o valor de mercado dos dois ativos digitais é de US$ 400 bilhões.
Quando observamos o valor total travado (VTL), que mensura o volume de ativos depositados em uma plataforma específica, o ethereum também permanece na liderança ao concentrar 60% de todo o mercado cripto. Já a Solana responde por algo próximo de 7,5%, segundo dados da DefiLlama, agregador de informações sobre finanças descentralizadas.
A discrepância entre as duas criptomoedas, no entanto, não as tornam rivais, embora sejam colocadas nesta posição por alguns investidores. Murilo Cortina, diretor de novos negócios da QR Asset Management, explica que o ethereum permanece como referência no ambiente Defi (finanças descentralizadas) e, por isso, atrai maior parte da liquidez institucional e do desenvolvimento de protocolos financeiros.
Já a Solana se destaca em nichos específicos, como o universo das memecoins ou projetos que demandam alta performance transacional. “Essa diversidade de caminhos reforça a ideia de que há espaço para múltiplos vencedores dentro do mercado cripto enquanto ele começa a se consolidar e expandir para ‘mercados não-cripto'”, diz Cortina.
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Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin, acredita que a indústria tem espaço para múltiplos vencedores, com cada ecossistema sendo líder em segmentos específicos. Contudo, ele observa que a Solana vem direcionando também seus esforços em soluções voltadas ao mobile. Caso esse movimento ganhe tração, o ativo digital poderá superar o ethereum nos próximos anos. “O importante é que as duas redes devem crescer muito e se tornarem os principais expoentes do futuro multi-chain”, diz o especialista.