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- O trader Antônio Inácio da Silva Neto, da BraisCompany, deixou um rombo de pelo menos R$ 600 milhões
- A suspeita é que o trader aplicava o golpe de pirâmide financeira disfarçada de investimentos em criptomoedas
- A BraisCompany funciona a partir do aluguel de bitcoins dos clientes, que ficam custodiados em uma carteira gerida pela empresa, em troca de rendimentos mensais de 8% a 10%
O trader Antônio Inácio da Silva Neto, da BraisCompany, deu um calote de pelo menos R$ 600 milhões ao tirar do ar o sistema de pagamento do site, após uma sequência de atrasos nos repasses de rendimentos prometidos aos clientes, iniciados em dezembro. A suspeita é que o trader aplicava o golpe de pirâmide financeira disfarçada de investimentos em criptomoedas, com um discurso de altos rendimentos fora do mercado financeiro tradicional. Cerca de 10 mil clientes foram prejudicados.
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A informação foi revelada ontem pelo O Globo. A BraisCompany funciona a partir do aluguel de bitcoins dos clientes, que ficam custodiados em uma carteira gerida pela empresa, em troca de rendimentos mensais de 8% a 10%. Quando os atrasos, que começaram no dia 20 de dezembro, acumularam, Neto alegou que a Binance, a maior corretora de bitcoins do mundo, havia suspendido as operações da BraisCompany por problemas com outra empresa brasileira.
Uma audiência de conciliação foi marcada para a última quinta-feira entre a BraisCompany e o Ministério Público da Paraíba (MP-PB), mas o representante da empresa, de acordo com o órgão, não compareceu. Clientes da BraisCompany estão organizando pelas redes sociais uma manifestação para esta quinta-feira (8), em frente à sede da empresa em Campina Grande, na Paraíba.
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O E-Investidor entrou em contato com a BraisCompany, mas não obteve um posicionamento sobre o caso.
A Justiça e a BraisCompany
O Ministério Público da Paraíba anunciou, na segunda-feira, a instauração de procedimento para apurar o calote, que decidirá sobre o ingresso na Justiça com uma ação civil pública contra Neto, pedindo reparação do dano coletivo. “O procedimento foi instaurado no último dia 26 de janeiro, tendo o representante do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) tomado as providências extrajudiciais com vistas à conciliação, inclusive, com a designação de audiência na última quinta-feira, à qual a Braiscompany não compareceu”, disse o órgão.
No entanto, essa não é a primeira vez que a BraisCompany é autuada. Em 2020, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito na delegacia de Campina Grande para avaliar a regularidade e viabilidade econômica do funcionamento da empresa. Segundo informações de O Globo, nos últimos 35 dias foram retirados em bitcoins o valor correspondente a R$ 30 milhões da conta da BraisCompany na Binance. Desde que a carteira foi aberta, em 2018, passaram pela exchange R$ 870 milhões, sendo a última movimentação registrada no dia 19 de janeiro.
Além disso, Antônio Neto teria empresas abertas em Londres, mas na prática elas não existem, uma vez que não cumprem diversas exigências legais.