Economizar energia é um passo importante para reduzir despesas e se organizar financeiramente. Mudar pequenos hábitos diários contribui não só para o orçamento familiar, mas também para promover a sustentabilidade e reduzir os impactos ao meio ambiente.
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Quando o assunto é economizar na conta de luz, Paula Sauer, economista e planejadora Financeira CFP, coordenadora do Laboratório de Inteligência Financeira ESPM, destaca a importância de entender as “regras do jogo”: as bandeiras tarifárias. Elas indicam quando o custo da geração de energia é mais baixo ou mais alto devido às condições de oferta e demanda e aos fatores climáticos.
Existem três tipos de bandeiras tarifárias, que são divididas nas cores verde, amarela e vermelha. A última ainda conta com subdivisões: Patamar 1 e Patamar 2. Veja abaixo como cada uma funciona, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL):
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo no valor final da conta;
- Bandeira amarela: condições menos favoráveis de geração de energia, mas ainda controladas. Nesse cenário, existe uma cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos;
- Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração de energia. A tarifa sofre acréscimo de R$ 4,463 para cada 100 kWh consumidos.
- Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração de energia. A tarifa sofre acréscimo de R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos.
Além de compreender o funcionamento das bandeiras tarifárias, outro ponto importante é verificar a possibilidade de cadastrar o fornecimento de energia na tarifa branca. Nela, o valor cobrado pela energia varia de acordo com o horário em que ela é consumida.
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No entanto, essa modalidade não é recomendada se o consumo for maior nos períodos de pico (intervalo com maior demanda de energia), que costuma ocorrer entre 17h e 22h. Nesse caso, vale seguir na tarifa convencional.
Depois de entender melhor o funcionamento da cobrança de energia, os consumidores devem prestar atenção em suas práticas diárias. “É importante verificar também na conta de luz os meses de maior consumo e entender a origem das variações, para analisar os hábitos da casa. Se for o caso, será preciso promover mudanças no consumo”, ressalta Sauer.
Dicas simples, mas importantes, podem ajudar a economizar energia elétrica. A seguir, Rodrigo Sêga, professor da FIA Business School e mestre em Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), lista as principais orientações aos consumidores:
Aproveite a luz natural
Essa sugestão é simples, mas fundamental na hora de reduzir despesas. Vale sempre manter cortinas e persianas abertas durante o dia para iluminar os ambientes sem precisar acender lâmpadas.
Desligue aparelhos eletrônicos e evite o stand-by
Outro passo importante é desconectar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso, pois muitos continuam consumindo energia em stand-by (o modo de espera, que indica quando um equipamento está preparado para iniciar suas funções a qualquer momento), como explicamos nesta matéria. Sêga recomenda usar filtros de linha ou réguas de tomadas com botão de desligamento para facilitar essa prática.
Substitua lâmpadas por modelos mais eficientes
O professor sugere que os consumidores troquem lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por lâmpadas de LED. Segundo ele, esse modelo consome até 80% menos energia, possui maior durabilidade e oferece excelente qualidade de iluminação.
Otimize o uso de ar-condicionado e aquecedores
Nos dias de calor, vale regular a temperatura do ar-condicionado para níveis confortáveis, evitando ajustes extremos que consomem mais energia. Outra alternativa é utilizar ventiladores e roupas adequadas à estação para reduzir a necessidade de climatização artificial.
Realize manutenção preventiva em equipamentos
Manter certos equipamentos, como aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e aquecedores, em boas condições de funcionamento, aumenta a eficiência e evita o consumo excessivo de energia. Limpeza de filtros e inspeção periódica são passos essenciais.
Use plantas para conforto térmico natural
Cultivar plantas dentro e fora de casa é outro conselho de Sêga. “Em áreas internas, elas ajudam a purificar o ar e reduzem a temperatura ambiente. Em áreas externas, árvores e arbustos podem oferecer sombra, diminuindo a necessidade de resfriamento artificial”, ressalta.
Prefira eletrodomésticos eficientes
Na hora da compra de equipamentos, os melhores produtos são os eletrodomésticos com selo do Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (PROCEL) ou classificação energética “A” (maior nível de eficiência). Eles consomem menos energia e, a longo prazo, geram economia significativa na conta de luz.
Automatize e instale sensores
Um investimento interessante para os consumidores consiste em adquirir sistemas de automação residencial e sensores de presença para controlar iluminação e dispositivos eletrônicos. “Isso garante que aparelhos sejam desligados automaticamente quando não estão em uso”, pontua Sêga.
Considere energia renovável
O professor recomenda a instalação de painéis solares e o investimento em fontes de energia renovável para reduzir a dependência da rede elétrica convencional. “Embora o custo inicial seja significativo, os benefícios econômicos e ambientais são compensadores a longo prazo”, destaca.
Cultive hábitos conscientes em família
Nesta matéria, mostramos que pequenos hábitos cultivados em família colaboram para a economia do consumo de energia em toda a casa. Por isso, em vez de seguir atitudes individuais, vale conscientizar todos os moradores ou ocupantes da residência sobre a importância do uso responsável da energia. Pequenas práticas, como apagar as luzes ao sair de um ambiente, fazem diferença quando praticadas por todos.
