- Governo deve derrubar as bets consideradas ilegais; veja a lista das legalizadas
- Mudanças devem ser implementadas após cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família apostaram em bets
- De acordo com Haddad, será proibido apostar nas bets com o uso do cartão de crédito ou com o cartão do Bolsa Família
O Ministério da Fazenda divulgou, nesta terça-feira (1º), a lista com as bets autorizadas a operar no Brasil, conforme nota enviada ao E-Investidor. Um total de 192 marcas operadas por 89 empresas de apostas estão autorizadas a continuar operando no País. As empresas que não estão na lista devem ser banidas.
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O apostador terá um prazo de dez dias para retirar o dinheiro da casa de aposta, ou seja, até do dia 10 de outubro. A partir de 11 de outubro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueará as páginas ilegais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até 600 páginas terão o acesso derrubado.
A lista de bets divulgada na noite de ontem ainda não é definitiva: ela possui o nome das empresas que pediram autorização para o governo para continuarem funcionando regularmente no Brasil. Desse modo, essas companhias que estarão em análise poderão atuar no Brasil até o final do ano.
Em dezembro, a Fazenda divulgará uma nova lista de sites de apostas autorizados, após concluir análise da documentação das empresas, para verificar se as bets estão em conformidade com a regulamentação estabelecida. Em 1º de janeiro, passam a valer todas as regras de regulamentação dos sites de apostas online determinadas pelas portarias do Ministério da Fazenda. De acordo com a pasta, essa primeira definição depende da conclusão da análise dos 112 pedidos de autorização de 107 empresas apresentados até dia 20 de agosto.
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As bets ganharam destaque após dados do Banco Central apontarem que 5 milhões de pessoas pertencentes às famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de apostas utilizando o Pix. A média dos valores gastos com as bets por pessoa foi de R$ 100.
Dos apostadores, 4 milhões (70%) são chefes de família (quem de fato recebe o benefício), que enviaram R$ 2 bilhões (67%) pelo Pix para as plataformas de apostas. Cerca de 17% dos beneficiários cadastrados no Bolsa Família realizaram apostas em agosto deste ano. A proporção de apostadores é praticamente a mesma quando se examina apenas os chefes de família.
Quais medidas Haddad implementará em relação às bets?
Na segunda-feira, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os usuários devem sacar o dinheiro depositado em uma bet que não estiver na lista. O prazo para o saque vai até o dia 10 de outubro. Caso o apostador não retire até a data limite, o dinheiro será provavelmente perdido. O político também comentou que o governo terá uma regulamentação mais massiva contra as empresas de apostas online.
De acordo com Haddad, será proibido apostar nas bets com o uso do cartão de crédito ou com o cartão do Bolsa Família. Outro caminho será regulamentar a publicidade do setor, que, na avaliação de Haddad, está “fora de controle”.
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“Vamos acompanhar CPF por CPF a evolução da aposta e dos prêmios, para evitar duas coisas: quem aposta muito e ganha pouco pode estar com dependência psicológica do jogo; e quem aposta pouco e ganha muito em geral pode cometer lavagem de dinheiro. Temos de coibir esse problema de saúde pública e a questão do crime organizado”, advertiu o ministro da Fazenda em entrevista à rádio CBN.
Em coluna publicada no E-Investidor no último sábado, Evandro Mello, CEO e fundador da Multiplicando Sonhos, comenta os motivos para as pessoas se empolgarem com as apostas e se viciarem nessa modalidade na qual as chances de perder dinheiro são altas. Para ler a análise, clique neste link.
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Apostadores que não viram o nome do site de apostas no qual é cliente na tabela desta reportagem devem correr para o saque e recuperar o dinheiro que está em uma ou em algumas contas das bets agora consideradas ilegais.