O que este conteúdo fez por você?
- Na semana passada, a Câmara de Comércio Exterior (Gecex) do Ministério da Economia zerou a alíquota de importação para as carteiras de armazenamento de criptomoedas
- Basicamente, o investidor tem três opções: deixar a custódia com a corretora na qual comprou as moedas, utilizar uma carteira digital ou adquirir uma carteira física, conhecida também como Hard Wallet
- Segundo os especialistas, a carteira ideal depende muito do perfil do investidor e está ligada à capacidade de realizar a custódia e transferências dos seus ativos e seus conhecimentos de segurança digital
Recentemente, a Câmara de Comércio Exterior (Gecex) do Ministério da Economia zerou a alíquota de importação para carteira de criptomoedas.
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Entretanto, a redução de 16% para 0% é temporária e vai até o dia 31 de dezembro de 2021. Segundo a resolução, a regra vale para carteiras de criptomoedas que suportam Bitcoin, Ethereum, XRP, Bitcoin Cash, EOS, Stellar, entre outras moedas digitais.
Com o aumento de valor das duas principais criptos, Bitcoin e Ethereum, proteger seus investimentos é fundamental. Seja contra ataques de hackers ou de golpistas, o fato é que as moedas passaram a ser cada vez mais cobiçadas por esses grupos.
O que é uma carteira de criptomoedas?
Assim como o dinheiro e os cartões, as criptomoedas também precisam ser armazenadas para que não sejam perdidas, ou pior, roubadas por criminosos. Conhecidas também como Wallets, uma carteira de criptomoedas é responsável por armazenar as chaves – sequência de números para pagar e receber criptos – que dão acesso ao seu saldo.
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Existem dois tipos de chaves: as públicas (utilizadas para enviar e receber, como uma espécie de endereço) e as privadas (semelhantes à senha de um cofre e que não podem ser repassadas a ninguém).
Ao realizar transferências de valores para uma carteira de criptomoedas, a operação fica registrada no blockchain – aqui ficam contabilizadas todas as transações. A carteira é só uma ferramenta que permite o acesso e controle dos seus ativos.
Conhecendo as opções de carteira de criptomoedas
Basicamente, o investidor de cripto tem três opções para armazenar seus ativos: deixar a custódia com a corretora que vendeu as moedas, utilizar uma carteira de criptomoedas ou adquirir uma carteira física, conhecida também como Hard Wallet.
Ao comprar moedas nas exchanges, o investidor pode optar por deixar a própria plataforma guardando as suas criptos. Essa opção é mais utilizada pelos investidores iniciantes, tendo em vista que não é necessário tomar nenhuma atitude para deixar os ativos com a plataforma.
A carteira de criptomoedas, ou Software Wallet, é um programa que pode ser baixado em seu computador e smartphone. Normalmente permite várias criptos, não apenas Bitcoin e Ethereum, com um par de chaves para cada altcoin. Além disso, essa modalidade permite o backup, ou seja, é possível restaurar a carteira.
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Por sua vez, as Hard Wallets são dispositivos físicos que se assemelham a pendrives e guardam as chaves e os criptoativos do investidor. Entretanto, esses dispositivos não são gratuitos como muitas das Soft Wallets.
Vantagens e desvantagens
Independentemente do tipo de carteira de criptomoedas escolhida, seja soft ou hard, o investidor precisa guardar muito bem as palavras de recuperação, a não ser que queira guardar seus ativos na exchange, pois, neste caso, não precisará fazer isso.
Conhecidas também como palavra-semente ou seed words, elas fazem o backup dos ativos. Se você perder seu celular com sua Soft Wallet ou sua Hard Wallet quebrar, você recupera facilmente com essas palavras de backup.
Se o investidor resolver deixar suas criptos na corretora, não terá que se preocupar com a custódia e nem os procedimentos necessários para ter sua carteira própria. Contudo, vale lembrar que essas plataformas são muito mais visadas pelos cibercriminosos, tendo em vista o volume de dinheiro contido dentro delas.
Já Soft Wallets são programas instalados em computadores e celulares com algumas opções pagas e outras gratuitas. Contudo, uma de suas desvantagens é a necessidade de acesso à internet para realizar transações. Outro ponto negativo é que estão sujeitas aos ataques de hackers e criminosos.
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Por outro lado, Hard Wallets são sempre pagas e adquirir uma delas custa,em média € 48,76, o que equivale hoje a R$ 323,17. Assim como a carteira de criptomoedas digital, há a possibilidade de fazer backup. Contudo, vale lembrar que, caso você perca sua palavra-semente, seus ativos se perderão para sempre.
Opiniões dos especialistas sobre carteira de criptomoedas
Segundo os especialistas, o tipo de carteira de criptomoedas ideal vai depender da capacidade do usuário de realizar a custódia e transferências dos seus ativos e dos conhecimentos de segurança digital.
“O melhor mundo é você fazer sua própria segurança, ou seja, ser o seu próprio banco. A grande magia do blockchain é justamente isso, transformar todo mundo em seu próprio banqueiro”, diz Bernardo Quintão, diplomata do Mercado Bitcoin.
Para Ney Pimenta, CEO da BitPreço, os leigos no assunto estão mais seguros deixando os ativos com a corretora. “Se é um investidor muito iniciante, eu aconselho a escolher uma boa corretora para não perder seus ativos. Para escolher uma boa exchange, basta checar a credibilidade.
O primeiro ponto é verificar se clientes já tiveram algum problema relacionado a segurança. Depois, o tempo que ela atua no mercado”, diz.
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Outra dica é procurar pelas instituições que participam da ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia), que criou um estatuto de cuidados esperados por parte das corretoras.
Ao deixar os seus ativos nas exchanges, o investidor tem uma série de medidas de segurança extra para proteger seu dinheiro. Uma delas é a autenticação em dois fatores, ou dupla autenticação.
Com essa camada extra de proteção, o usuário consegue impedir o acesso de criminosos mesmo que tenha a senha roubada, pois para fazer o login é preciso inserir o código recebido em seu celular.
Contudo, essa proteção extra não é 100% segura. Segundo Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, o problema da autenticação em dois fatores das Soft Wallets e das exchanges é o código ser enviado por meio de SMS. “Ao utilizar desse meio para enviar a chave, a probabilidade de alguém capturar esse SMS é alta”, diz.
O analista de segurança explica que nos EUA há uma onda de roubo de criptoativos em que os fraudadores realizavam um golpe chamado SIM Swap, no português, troca de chip.
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Os criminosos passam pelo próprio cliente das operadoras e conseguem ativar o seu número em outro chip. Desta forma, todas as suas autenticações vão para o celular do ladrão. Até você perceber, todas suas contas estão zeradas.
“Por isso, minha sugestão é que os investidores optem por plataformas que utilizam a autenticação em dois fatores feitos por meio de aplicativos, como por exemplo, o Google Authenticator”, diz Assolini.
Qual é a opção mais segura?
De acordo com Assolini e Pimenta, a opção mais “segura”, desde que bem administradas, são as Hard Wallets. “Contudo, é preciso ter uma atenção especial na hora de comprar sua carteira, porque ela pode ser hackeada. Deve-se comprar de fontes confiáveis. Não aconselho comprar no Mercado Livre ou de segunda mão”, diz o CEO do Bit Preço.
Na visão de Assolini, as Hard Wallets, apesar de seguras, não são práticas. “Por ter um custo envolvido para adquirir a carteira, muitas pessoas não querem arcar e também querem ter a praticidade de fazer uma transação rápida”, diz.
Caso você esteja pensando em adquirir sua carteira física, Assolini recomenda entrar no site bitcoin.org. Aqui o investidor pode conferir diversos tipos de carteira, desde as físicas até as digitais.
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