- A 123milhas entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira (29), após suspender pacotes e emissão de passagens de sua linha promocional em 18 de agosto
- Um possível fim da 123milhas pode mexer com os preços de viagens neste primeiro momento, segundo explica Milton Rabelo, analista de investimentos da VG Research
A 123milhas entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira (29), após suspender pacotes e emissão de passagens de sua linha promocional em 18 de agosto. A decisão impactou clientes com viagens da linha de datas flexíveis, com embarques de setembro a dezembro deste ano.
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Um possível fim da 123milhas pode mexer com os preços de viagens neste primeiro momento, segundo explica Milton Rabelo, analista de investimentos da VG Research. “O possível fim da 123milhas pode impactar os preços das passagens e milhas no curto prazo. Porém, não deve haver consequências de longo prazo, já que outras players absorveriam a demanda”, observa o consultor.
Para ele, mesmo que as operações sejam mantidas pelos próximos 180 dias, o cenário quanto às futuras viagens da agência indica incerteza. Para evitar novos sustos, a dica é simples. “O consumidor pode comprar as passagens diretamente no site das companhias áreas ou através de agências e operadoras de viagens que sejam financeiramente sólidas. Após problemas na Hurb e na 123milhas, fica cada vez mais clara a importância de contratar serviços de companhias reconhecidamente viáveis do ponto de vista financeiro”, recomenda.
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E na hora de pagar, como fazer? A ideia mais assertiva, em casos de compras de passagens aéreas, é a de parcelamento sem juros. “Isso pode proporcionar um alívio para o consumidor na gestão do seu orçamento familiar”, acrescenta Rabelo. De todo modo, a dica primordial do consultor é pesquisar bem antes de viajar e ler a respeito de programas de milhagens, que podem ajudar na economia financeira. “O consumidor tem acesso a uma série de sites e aplicativos que usam mecanismos de busca para encontrar voos mais baratos. O próprio Google Flights pode ser uma ferramenta gratuita de grande utilidade para encontrar preços mais acessíveis”, destaca Milton Rabelo.
Caso 123milhas
Em 18 de agosto, a empresa suspendeu os pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional com embarques previstos no período de setembro a dezembro deste ano. De acordo com a companhia, a decisão não afetaria os demais produtos e viagens futuras.
Para não lesar os clientes, a empresa anunciou, em rede social, estava devolvendo integralmente os valores pagos por meio de vouchers, acrescidos de correção monetária de 150% do CDI para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes na 123milhas. A partir da solicitação, os vouchers poderiam ser usados num prazo de 36 meses.
Na sequência, após o cancelamento de passagens do tipo “Promo”, a 123milhas anunciou um processo de reestruturação do negócio e demitiu funcionários, sem revelar quantos passaram pelo corte.
Na terça-feira (29), a 123milhas deu entrada no processo de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Com isso, a companhia consegue ampliar um prazo para negociar com seus credores enquanto mantém suas operações. A Justiça serve como mediadora e as dívidas são congeladas por 180 dias.
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Em nota enviada ao E-Investidor, a 123milhas afirmou que a medida tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. “A Recuperação Judicial permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira”, disse.