- Apesar de ter diferentes classificações, a moeda norte-americana é uma só. As denominações indicam, na verdade, a finalidade de utilização e, consequentemente, os seus valores
- O câmbio fixo e o câmbio flutuante são os dois principais modelos para definir a taxa de câmbio - ou seja, o valor de qualquer outra moeda estrangeira, como o dólar, euro e ienes - em relação ao real
- Quando o dólar está em alta, há chances de grandes lucros. Mas os investidores precisam considerar diversos fatores no curto, médio e longo prazos
Volta e meia, a alta ou baixa do dólar fica no centro das atenções do noticiário, trazendo diversas dúvidas sobre o mercado de câmbio. Durante todos os meses do ano, o dólar se encontrará em valores distintos.
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A desaceleração das cotações ante o real é induzida pela melhora das bolsas internacionais, diz Vanei Nagen, da Terra Investimentos. “O mercado corrigiu no início o medo de um repique da covid-19 nos EUA, além de ecoar ainda o alerta do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta à tarde, de que foram subestimados os números de emprego em maio nos EUA”, comenta.
São as ações de governos, empresas e investidores que resultam na valorização ou desvalorização da moeda, e isso traz diversas repercussões no dia a dia, como lucros para alguns e prejuízos para outros.
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É comum, por exemplo, ouvir falar no preço do dólar comercial e do dólar turismo, que possuem preços diferentes. Na prática, o que significam? E quando o dólar dispara, quem ganha com isso?
O E-investidor responde a seguir essas e outras questões sobre a moeda.
O que é dólar?
O dólar é a moeda oficial dos Estados Unidos, referência para a economia mundial. Apesar de ter diferentes classificações, a moeda norte-americana é uma só. As denominações indicam, na verdade, a finalidade de utilização e, consequentemente, os seus valores.
A diferença entre dólar comercial e dólar turismo
A principal diferença entre dólar comercial e dólar turismo, é que o primeiro pode ser utilizado por instituições financeiras e não por pessoas físicas.
Dólar comercial é utilizado por governos e grandes empresas em transações econômicas, como importação e exportação. Neste caso, não há necessariamente a presença do dinheiro físico.
A cotação do preço da moeda é definida pelo mercado conforme as negociações de oferta e demanda feitas ao longo do dia. Contudo, há vezes em que o Banco Central acaba interferindo no valor estabelecido pelo mercado, comprando ou vendendo a moeda para evitar uma valorização ou desvalorização acentuada.
Dólar turismo é aquele comprado em casas de câmbio por pessoas físicas que viajarão para o exterior. Por exemplo, ao trocar o real pela moeda norte-americana, utiliza-se o valor do dólar turismo e não do comercial.
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Esse é o dinheiro é usado na compra de produtos e serviços em estabelecimentos internacionais. Considera-se também o valor do dólar turismo para a conversão de débitos realizados em moeda estrangeira no cartão de crédito. O preço se difere do “comercial” porque na cotação do “turismo” há cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), praticado pelo Governo, além de custos logísticos, operacionais e lucros das casas cambiais.
Como e quem define o valor do dólar em relação ao real
Para compreender melhor o que é câmbio, vale mencionar os dois modelos principais para definição de taxas: o câmbio fixo e o câmbio flutuante.
O câmbio fixo é determinado quando o governo estabelece um preço específico para a moeda e o Banco Central realiza movimentações para mantê-la no patamar estabelecido. Já o câmbio flutuante, por outro lado, é determinado pelo mercado através de ações de compra e venda da moeda.
O Brasil vive sob o regime do câmbio flutuante, ou seja, o preço da moeda norte-americana é determinado pela oferta e demanda do mercado.
Os agentes financeiros, entre eles bancos e corretoras, atuam na compra e venda de dólares e, consequentemente, regulando o valor da moeda. Contudo, o modelo adotado desde 1999 é o chamado de câmbio flutuante “sujo”, onde o mercado financeiro tem menos autonomia para definir o preço do dólar, e o Banco Central é quem atua no mercado vendendo e comprando dólares de acordo com a política econômica do governo.
Por que a cotação sobe e desce?
O preço do dólar decorre do regime cambial do País. Quando existe maior procura pela moeda estrangeira e a taxa de câmbio sobe a níveis não desejados, o Banco Central pode vender dólares no mercado, aumentando a oferta da moeda e pressionando o preço para baixo. Desse modo, o real volta a se valorizar em comparação ao dólar e a taxa de câmbio cai.
De maneira inversa, quando há uma grande entrada de dólares no País, o Banco Central pode adquirir a moeda norte-americana e injetar mais reais na economia para não permitir a queda da taxa de câmbio – caso o interesse seja de manter o valor do dólar acima do preço ajustado pelo mercado.
Quais setores se beneficiam do dólar alto?
Quando há uma disparada do dólar, o setor de exportações se beneficia. É comum nestes períodos as atenções se voltarem para as ações de empresas exportadoras e produtoras de commodities – produtos que funcionam como matéria-prima e com alta capacidade de produção e estocagem, como o petróleo e soja.
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Empresas do setor elétrico, de seguros e da siderurgia são exemplos de quem ganha com a alta da moeda norte-americana.
Quando vale a pena investir em dólar?
Vale a pena investir no dólar quando a moeda está em alta, pois é quando há chances de grandes lucros. Mas os investidores precisam considerar diversos fatores no curto, médio e longo prazos, já que a taxa de câmbio é variável e a moeda, hoje em alta, pode se desvalorizar.
Investimentos atrelados à moeda norte-americana são favoráveis, por exemplo, quando os rendimentos na renda fixa não estão atrativos, devido à Selic cada vez mais baixa. Além disso, investir em dólar ajuda a diversificar a carteira dos investidores brasileiros.
Qual é a relação do dólar com a Bolsa de Valores?
Diversas empresas têm ações negociadas na Bolsa de Valores. Conforme as negociações acontecem ao longo do dia, através da oferta e da demanda, o preço do dólar pode subir o cair. Diversos fatores influenciam na cotação da moeda, como crises políticas e sanitárias, fazendo investidores colocarem ou retirarem seus investimentos do País.
(Com informações de Estadão Conteúdo)