O que este conteúdo fez por você?
- O primeiro passo é fazer um check-up completo das finanças para iniciar um tratamento eficaz
- Especialistas em educação financeira são enfáticos: é preciso encarar o problema de frente para calcular a dimensão total do débito e conseguir montar um plano para quitá-lo
- A recomendação é sempre priorizar o orçamento pessoal para fazer uso inteligente do dinheiro, proteger as despesas obrigatórias do mês seguinte e realizar os sonhos de vida
Seja por falta de planejamento ou excesso de “só se vive uma vez”, a conta dos dias de diversão prolongada no carnaval pode ter ficado alta demais para alguns foliões. Para curar a ressaca financeira, é preciso fazer um check-up completo das finanças para iniciar um tratamento eficaz.
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Encarar o estrago pode ser um processo cansativo. Por isso, procrastinar se torna um caminho tentador, embora prejudicial, sobretudo para quem já vem acumulando dívidas com os gastos extras do fim do ano e com as contas obrigatórias de janeiro. Especialistas em educação financeira são enfáticos: é preciso encarar o problema de frente para calcular a dimensão total do débito e conseguir montar um plano para quitá-lo.
“Para compreender a real dimensão de suas dívidas, é fundamental listar cada uma delas detalhadamente”, explica a educadora financeira Luciana Ikedo. “Inclua os parcelamentos do cartão de crédito, o uso do cheque especial, o financiamento do veículo e até mesmo os impostos parcelados, como IPTU e IPVA.”
Corte custos
Com a cartografia das dívidas em mãos, é hora de decidir onde se fará cortes de gastos, a fim de juntar os recursos necessários para começar a pagar as contas em atraso. Essa é a hora de passar uma lupa na fatura de cartão de crédito e no extrato bancário, para mapear os custos obrigatórios (aluguel, energia, internet etc) dos gastos supérfluos ou com serviços que não estão sendo aproveitados como deveriam, por exemplo, assinaturas de jornais, revistas, streaming, canais de TV, academia, clubes, entre outros.
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Mesmo nos gastos obrigatórios é possível buscar alternativas. Paula Sauer, economista e coordenadora do Laboratório de Finanças Pessoais da ESPM, observa que é possível trocar marcas de produtos mais caras por outras mais econômicas, além de recorrer a alimentos da estação, que podem ficar mais baratos quando a disponibilidade aumenta. O mesmo pode ser feito com planos de celular e internet, que não estão sendo usados em sua oferta máxima.
Se não for possível cortar algo de uma vez, é possível ser tolerante consigo e estabelecer um prazo real para isso ou até que se pague as dívidas, sugere Sauer.
“Só de tocar no assunto (reduzir custos), muitos já se sentem desconfortáveis. Mas dependendo do grau de endividamento, olhar com cuidado e fazer uma fotografia financeira pode ser palatável. Em alguns casos, descobrem-se custos que não doem na hora de cortar”, explica a economista.
Aproveite utilidades dos apps
Além de aplicativos de controle do orçamento, as próprias instituições financeiras também oferecem detalhamentos inteligentes dos gastos mensais. Os aplicativos de bancos e fintechs costumam categorizar as compras da fatura, como transporte, delivery, farmácia, entre outros. Essas ferramentas ajudam a identificar como o seu dinheiro está sendo gasto, fazer economias e mudar padrão de consumo.
Negocie ou parcele
Ikedo lembra que a atual queda da Selic é fator positivo na hora de otimizar suas finanças, uma vez que a taxa é balizador dos juros cobrados pelas instituições. A educadora sugere consolidar em um único parcelamento negociado todas as dívidas feitas com uma mesma instituição financeira. É o caso de créditos rotativos, que geralmente têm as taxas mais altas, os empréstimos pessoais adquiridos de forma automática no caixa eletrônico ou no aplicativo do banco.
“Essa ação não só simplifica o controle das dívidas, mas também pode resultar em economia significativa com juros”, afirma Ikedo.
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Além disso, ela defende que o total das despesas mensais com dívidas nunca deve ultrapassar o teto de 30% da renda líquida. Inclusive, esse limite pode ser considerado no momento de negociar os valores de parcelas e os prazos.
“Manter-se dentro desse limite é essencial para garantir uma gestão financeira saudável e evitar novos problemas de endividamento”, reforça Ikedo.
Aumente a renda
Se todos os esforços ainda não forem suficientes para sanar todo o problema, uma possibilidade é buscar uma injeção de dinheiro na renda mensal. Sauer aponta algumas perguntas que podem nortear essa busca:
- É possível fazer hora extra remunerada no trabalho?
- A inteligência artificial pode acelerar algumas das atividades que executa hoje e, assim, aumentar a produtividade?
- É possível fazer alguma atividade “freelance”?
- Algum hobby muito prazeroso (cozinhar, artesanato etc) poderia ser remunerado?
Faça um planejamento
Embora os foliões com ressaca financeira estejam buscando formas de resolver o dilema atual, as especialistas reforçam a importância de tomar alguns cuidados para evitar chegar a esses problemas que exigem dinheiro, esforço, privação e também geram desgaste mental.
A recomendação é sempre priorizar o orçamento pessoal para fazer uso inteligente do dinheiro, proteger as despesas obrigatórias do mês seguinte e realizar os sonhos de vida.