O que este conteúdo fez por você?
- Seja qual for o seu sonho, um plano bem claro ajuda evitar gastos desnecessários e apertos financeiros durante o período de investimento
- Na hora de investir, entender se o seu perfil é mais conservador ou arrojado faz toda a diferença
- Além da realidade financeira, compreender o momento de vida também pode ajudar muito na hora de delimitar quais investimentos fazer
Para realizar um sonho, economizar e investir pode se tornar um ótimo caminho para alcançá-lo, desde que tenha planejamento. Por isso, o E-Investidor procurou orientações com duas planejadoras financeiras sobre como juntar R$ 20 mil em um ano. Seja qual for o seu sonho, um plano bem claro ajuda evitar gastos desnecessários e apertos financeiros durante o período de investimento.
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É o que afirmam Eliane Habib Tiburski, planejadora financeira da Planejar, e a diretora-geral da Loara Crédito, Talma Soares de Carvalho. De acordo com Carvalho, “a melhor dica é fazer um planejamento financeiro que permita direcionar corretamente cada centavo dos seus ganhos, principalmente reservando um valor para investir”.
Tiburski, a profissional da Planejar, alerta que antes de começar a guardar dinheiro, o primeiro passo deve ser dado na construção de uma reserva de emergência. “Ter dinheiro guardado gera uma rede de proteção para enfrentarmos as incertezas da vida”, explica.
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Ela também comenta que guardar dinheiro exige renunciar a um consumo imediato de algo não tão necessário no momento. Portanto, analisar a sua situação financeira e pensar em quitar o mais rápido possível eventuais endividamentos voltados ao consumo e cujos juros são muito altos, como dívidas de cartão de crédito e cheque especial, são atitudes essenciais antes de investir.
Como primeiros passos, Tiburski explica que é importante fazer um orçamento, entender as despesas necessárias e quais gastos dá para reduzir – ou adiar o consumo – para realizar o planejamento desejado, ou seja, obter R$ 20 mil ao longo de 12 meses.
Carvalho, a profissional da Loara Crédito, também comenta que ajustar o valor de acordo com sua realidade financeira é um passo importante para manter o foco do investimento, guardando um valor por mês e aumentando gradativamente ao longo do ano, até que se atinja o valor estabelecido.
Começando do zero
Para quem começa do zero, as planejadoras fizeram algumas premissas do valor estimado de investimento para retirar o montante final em um ano. Considerando uma possível queda na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) nos próximos meses, atualmente em 13,75% ao ano, será necessário guardar aproximadamente R$ 1.600 para obter R$ 20 mil brutos (antes do Imposto de Renda de 20% para aplicações de 360 dias).
Importante lembrar que alcançar os R$ 20 mil líquidos após Imposto de Renda, será preciso acumular R$ 25 mil brutos. Portanto, guardar R$ 1.981,00 por mês. Assim, a tabela abaixo comporta o valor a ser guardado ao projetar alguns possíveis cortes – de 12%, 11,5%, 11,61% e 10% – , respectivamente, na taxa de juros no período de um ano.
Taxa de juros estimada de julho 2023 a julho 2024 | Valor a ser guardado mensalmente |
---|---|
12,00% a.a. ou seja 0,9489% am. | R$ 1.658,00 |
11,50% a.a. ou seja 0,9112% am. | R$ 1.584,78 |
11,61% a.a. ou seja 0,9195% am. | R$ 1.584,05 |
10,00% a.a. ou seja 0,7974% am. | R$ 1.594,83 |
Projeção feita por Eliane Habib Tiburski, da Planejar, utilizando projeção de juros de 11,50% a.a. (0,91125% ao mês) para o período de julho/ 2023 até julho 2024. A fonte escolhida foi: Valor Data, DI Futuro julho de 2024 está em 11,61% dia 19/07/2023 até 19/07/2024.
Perfil do investidor
Na hora de investir, entender se a pessoa está mais para um perfil conservador ou para o arrojado faz toda a diferença. Além da realidade financeira, compreender o momento de vida – por exemplo, se é solteiro ou se ajuda a família – é importante na hora de delimitar quais investimentos fazer. “Assim como não existe o antibiótico certo sem fazer hemograma, também não existe fórmula mágica nem investimento milagroso”, comenta Tiburski.
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Se considerar um perfil conservador que neste momento está criando reservas de emergência e rede de proteção para aguentar oscilações de investimentos mais arriscados no futuro, a indicação das planejadoras vai para a renda fixa, em produtos como:
• Títulos públicos do Tesouro Direto;
• Certificados de Depósito Bancário (CDBs);
• Letras de Crédito Imobiliário ou Agrícola (LCI e LCA);
• Caderneta de Poupança.
Aos que desejam alocar em renda variável, será necessário retirar uma parte dos quase R$ 1.600 para esse tipo de aplicação. Mas quanto?
Tiburski, da Planejar, explica que quanto mais jovem uma pessoa inicia os investimentos financeiros, mais tempo os juros compostos irão trabalhar a favor dela. Além disso, os jovens têm mais tempo para se recuperar no caso de eventuais perdas.
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“A regra dos 80 ajuda a pensar numa proporção entre renda fixa e renda variável. Subtraia de 80 a idade do investidor, o resultado indica quanto deveria ser alocado em investimentos em renda variável, enquanto o restante tudo deve ir para renda fixa. Mas lembre-se: cada um de nós é diferente na sua aversão a risco”, alerta.
“Regrinha de Bolso”: 80 – idade atual do investidor = percentual a alocar em ações. Confira a tabela:
Idade do investidor | Conta | Porcentual a aplicar na Renda Variável | Porcentual a aplicar na Renda Fixa |
---|---|---|---|
25 | 80-25 | 55% | 45% |
30 | 80-30 | 50% | 50% |
35 | 80-35 | 45% | 55% |
40 | 80-40 | 40% | 60% |
45 | 80-45 | 35% | 65% |
50 | 80-50 | 30% | 70% |
55 | 80-55 | 25% | 75% |
60 | 80-60 | 20% | 80% |
Na renda variável, destacam as profissionais, é necessário estar sempre preparado para entender que o mercado deve ser pensado no longo prazo e pode oscilar no caminho.
Como se blindar da volatilidade do mercado
Ao buscar menor risco e maior liquidez, fica difícil encontrar altas rentabilidades, mas como as taxas de juros no Brasil estão na casa dos dois dígitos os investimentos em renda fixa apresentam uma excelente relação risco-retorno. Neste caso, a recomendação das especialistas é:
• Títulos públicos do Tesouro Direto;
• CDBs; títulos emitidos por bancos que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para depósitos de até R$ 250 mil; LCI e LCA;
• Caderneta de Poupança, que possui remuneração menor, mas é mais conhecida do investidor e de fácil acesso.
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“Devemos também respeitar o conhecimento que cada um tem sobre o assunto investimentos. Não há problema se no início o investidor tiver receio e preferir começar com a Caderneta de Poupança, desde que entenda que a remuneração será menor. Talvez isso seja necessário para o investidor se sentir seguro no seu primeiro passo”, afirma a educadora financeira da Planejar.
Mantendo o foco
“Segure o diabinho do consumo desnecessário”, brinca Tiburski. Ela acredita que conhecer o próprio orçamento e fazer escolhas inteligentes auxiliam a manter o foco no investimento. Ela também afirma que disciplina e persistência são importantes nesse processo.
Por fim, a planejadora financeira traz dicas de Warren Buffett, um dos investidores mais ricos do mundo, e seu sócio, Charlie Munger:
1. Apenas invista em “negócios simples”, que você entenda;
2. “O conhecimento se acumula”. Quanto mais se aprende, mais aumenta a capacidade de tomar decisões informadas e inteligentes nos investimentos;
3. Os riscos surgem se o investidor não sabe o que está fazendo.