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Educação Financeira

Dívidas podem causar alteração de humor, insônia e baixa produtividade

Especialistas compartilham dicas de como evitar o impacto do endividamento na saúde mental

Dívidas podem causar alteração de humor, insônia e baixa produtividade
Foto: Diego Certo/Envato Elements

Alteração de humor, insônia, baixa produtividade e até ansiedade são sintomas bastante comuns da rotina corrida em diferentes ambientes sociais. As causas são diversas, porém uma delas é sentida por grande parte dos brasileiros: a relação com o  dinheiro, o que inclui desde o planejamento do orçamento doméstico até as operações no mercado financeiro.

De acordo com pesquisa da plataforma Acordo Certo, 80% das pessoas endividadas afirmam ter alterações de humor. Três em cada quatro respondentes também afirmaram que as dívidas causam dificuldades para dormir ou insônia. A existência de crises de ansiedade foi apontada por 74% dos participantes. Impacto na vida afetiva e na produtividade de tarefas foram destacados, cada um, por 66% dos entrevistados.

Ainda segundo o levantamento, 56% dos endividados possuem dívidas no cartão de crédito, 36% afirmaram estar em negociação de dívidas, 30% possuem endividamento por conta de compras parceladas e 29% fizeram empréstimos. A pesquisa foi realizada com 1,2 mil clientes da plataforma com dívidas, durante o mês de agosto.

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De acordo com Bruna Allemann, educadora financeira da Acordo Certo, antes de falar sobre dinheiro, é preciso que as pessoas construam autoconhecimento, objetivos e, assim, consigam trilhar planos, incluindo a possibilidade de situações inesperadas.

“É preciso entender que as emoções estão intimamente ligadas ao sucesso financeiro. No entanto, o complicado é fazer o planejamento, já que o nosso cérebro possui armadilhas e desejos provocadores de impulso”, comenta Allemann.

A educadora financeira explica que, para quem já está em dívida mas deseja buscar formas de controlar, fazer análises de sensação, necessidade e emoções das últimas cinco compras, por exemplo, pode ser um caminho para reflexão. “Começar o autocontrole é essencial para a definição de metas e mudança de chave em relação ao dinheiro”, aponta.

Alleman ainda destaca a necessidade de não se culpar, mesmo que falar sobre dinheiro seja um tabu. Conversar com outras pessoas, mesmo que não seja para compartilhar as próprias dificuldades, é uma forma de conhecer exemplos e possibilidades de administrar a vida financeira.

Tipos de endividamento

A psicanalista e especialista em educação psicofinanceira Márcia Tolotti, classifica o grupo de endividados em três categorias: passivos, ativos e sobreendividados.

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O primeiro grupo, segundo a especialista, são pessoas que tornaram-se endividadas por conta de algum fato inesperado como desemprego, acidente, morte de familiar ou problema de saúde, por exemplo.

Já os endividados ativos são aqueles que integram o grupo de pessoas que buscam sempre comprar novos produtos ou serviços. Para isso, seguem parcelando e se endividando. Tolotti destaca que esse grupo é um dos mais afetados emocionalmente porque, em muitos casos, o ato de gastar é uma fuga psicológica de outro problema. Entretanto, isso pode causar uma bola de neve.

Por fim, a psicanalista coloca o grupo dos chamados superendividados. A categoria refere-se às pessoas que utilizam empréstimos para pagar dívidas, ou seja, tornam-se duplamente dependentes de credores.

“É muito difícil que o endividamento não transborde para outras áreas da vida além da financeira. O profissional vai sentir, as relações interpessoais também, inclusive a saúde”, afirma Tolotti. Apesar disso, ela garante que existem métodos para evitar que a dívida seja um problema.

Seis passos para evitar o impacto do dinheiro na saúde mental

A especialista em educação psicofinanceira destacou seis passos para evitar sintomas físicos causados pela saúde fragilizada das finanças pessoais. Confira:

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Ter o panorama geral das dívidas

“As pessoas sabem que tem responsabilidades, mas não querem enfrentar. Por mais que seja doloroso no primeiro momento, é a forma mais concreta de construir um plano e evitar que as dívidas se tornem fantasmas ambulantes”, afirma Tolotti.

Olhar taxas de juros

Depois de ter a visão geral, é preciso avaliar o juros para controlar o caminho do pagamento, analisando também a duração de cada uma das dívidas em um plano de quitação.

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Desenvolver resiliência

É preciso entender que os planos vão durar tempos estendidos e que novas dificuldades podem surgir no caminho. Entretanto, só com o planejamento e compreensão do esforço a questão pode ser amenizada.

Inserir exercício físicos na rotina

Para evitar que a relação entre saúde financeira afete o corpo ou a mente, busque a inserção de atividades físicas, mesmo caminhadas ao ar livre, para ajudar no controle emocional e criar disciplina em diferentes áreas da vida.

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Procurar especialistas

Uma vez percebidos os sintomas na saúde, é de extrema importância a busca por especialistas, sejam psicólogos ou profissionais de alguma área específica.

Reconhecer resultados positivos

Por fim, Márcia Tolotti destaca que avaliar passos positivos deve ser essencial para a continuação do caminho para a saúde financeira e a quitação de dívidas.

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