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- No último final de semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, anunciaram o tão esperado acordo para aumentar o limite da dívida pública dos EUA
- Caso o projeto não seja aprovado, os Estados Unidos podem ficar sem recursos para pagar as suas obrigações. Como isso pode afetar o investidor brasileiro?
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, anunciaram no último final de semana o tão esperado acordo para aumentar o limite da dívida pública dos EUA. O plano prevê o corte de gastos públicos e a suspensão do limite do teto de gastos pelos próximos dois anos, o que evitaria um possível calote da maior economia do mundo.
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O Projeto de Lei deve ser votado no Congresso dos EUA na noite desta quarta-feira (31). Em ambas as esferas políticas, republicana e democrata, porém, há congressistas que não apoiam o texto e, por isso, a incerteza sobre um possível default ainda paira no ar.
Caso o projeto não seja aprovado, os Estados Unidos podem ficar sem recursos para pagar as suas obrigações, como títulos do governo e benefícios sociais a partir do dia 5 de junho, segunda-feira que vem.
Por que o investidor brasileiro deve monitorar a votação sobre o calote dos EUA?
Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos, explica que os Estados Unidos desempenham um papel crucial na economia global, pelo seu tamanho e pelo dólar ser uma moeda de reserva. Assim, qualquer instabilidade econômica resultante da não elevação do teto da dívida pode afetar outros países, incluindo o Brasil.
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Com um calote da dívida americana, os riscos empréstimo de dinheiro para o governo dos EUA aumentariam e, consequentemente, a remuneração dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública). Como os Estados Unidos funcionam como referência econômica global, essa mudança poderia repercutir nos títulos brasileiros e assim por diante.
Outro ponto destacado pelo especialista diz respeito ao câmbio. No caso de um default americano, o real provavelmente depreciaria. Isso aconteceria porque em momentos de instabilidade financeira a demanda pela dólar aumenta devido à confiabilidade e liquidez da moeda dos EUA. “Pode parecer paradoxal, já que a instabilidade teria origem no próprio país, mas, não há outra opção de moeda mais segura”, diz o especialista.
O que o investidor deve fazer para se proteger de um possível calote americano?
O investidor pessoa física não tem a urgência de tomar nenhuma atitude agora. Apesar de se tratar de uma questão muito relevante, o calote é um cenário improvável e por isso, segundo Dalton, o investidor deve monitorar o evento, mas focar na perspectiva mais provável e não mexer na carteira. “Mesmo se ocorrer o default acredito que ele será temporário, por isso, eu não recomendo nenhuma mudança essencial. Mas se o investidor tiver um título de curto prazo nos EUA, talvez valha a pena realocá-lo, mas nada urgente”, aconselha.