- De acordo com os especialistas, as pessoas precisam ter um planejamento que possua uma margem de gasto para imprevistos financeiros
- Além desse cuidado, é preciso também ficar atento às cláusulas dos contratos de serviços, para não ser surpreendido durante os preparativos da festa
- Outra recomendação é que destine cerca de 10% do total do orçamento da festa para mudanças repentinas na organização do evento, como aumento da lista de convidados
Com o avanço da vacinação da covid-19 e a redução dos óbitos pela doença, os brasileiros voltam a sonhar com a realização de grandes festas, como casamentos. Mas além de escolher a data desse momento especial, as pessoas precisam se organizar financeiramente para que a comemoração não se transforme em “dor de cabeça”. Na avaliação de especialistas em educação financeira, esse planejamento inclui desde os cuidados com as cláusulas dos contratos até investimentos que podem ser feitos para aumentar o orçamento destinado ao evento.
Leia também
Isadora Rebouças, de 26 anos, ficou noiva no último mês de agosto. Desde então, a empresária e o noivo se organizam para realizar a festa de casamento em Fortaleza (CE), cidade onde moram. O desejo era que o evento fosse realizado ainda no primeiro semestre de 2022, mas o casal preferiu deixar para o segundo semestre por conta dos altos custos aplicados aos serviços neste momento de retomada dos eventos. “Os serviços de buffet e de eventos estão mais caros. A gente decidiu deixar para o segundo semestre porque no primeiro ficou inviável”, explica.
Neste contexto de retomada das celebrações presenciais e com a inflação também em escalada, o planejamento financeiro, que sempre foi fundamental para realizar o casamento dos sonhos, torna-se ainda mais importante para quem quer realizar o evento em 2022 ou em 2023.
Publicidade
Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Por isso, para te ajudar neste processo, o E-Investidor ouviu especialistas e separou quatro dicas que podem ser essenciais no planejamento financeiro da sua festa de casamento. Confira!
1. Cuidado ao assinar os contratos
Antes de assinar qualquer contrato com empresas de eventos, é importante que você já tenha uma reserva destinada para a realização da festa ou ter em mãos um planejamento financeiro. De acordo com Valter Police, planejador fiduciário e head da Academia da Fiduc, fintech de investimentos e planejamento financeiro, a ausência deste preparo pode comprometer ainda mais a sua renda.
“Se tiver um buraco no meio da estratégia financeira, os problemas podem ser muitos, porque você pode precisar recorrer ao crédito. E a gente sabe quanto isso custa”, ressalta. Contratar um empréstimo no Brasil não está nada vantajoso neste momento. O motivo se deve aos recentes aumentos da taxa Selic feitos pelo Banco Central. De janeiro a novembro deste ano, a taxa básica de juros aumentou 5,75 pontos percentuais.
Além disso, Mariana Gonzalez, especialista em mercado financeiro do ISAE Escola de Negócios, com sede em Curitiba (PR), recomenda que as pessoas fiquem atentas aos detalhes das cláusulas dos contratos. “Outro erro é não ler as cláusulas contratuais com atenção e acabar se surpreendendo depois com gastos adicionais”, cita.
2. Fique atentos aos gastos
Estender a lista de convidados, incluir mais uma opção de bebida ou trocar itens de decoração são algumas alterações que podem surgir nos períodos mais próximos do evento. No entanto, essas “pequenas” alterações podem aumentar mais do que o previsto para os seus gastos.
“Essas mudanças são os principais ‘vilões’ de qualquer orçamento. Por isso, sugiro que estipule uma margem de erro para a estimativa. Essa margem pode ser cerca de 10% do total”, sugere Gonzalez.
3. Imprevistos acontecem
De acordo com os analistas, durante o planejamento é importante que as pessoas tenham uma “folga” financeira para imprevistos. Considerar esse fator pode ser decisivo para não recorrer ao crédito. “Esses imprevistos podem consumir dinheiro, por isso o orçamento tem que ter uma folga”, ressalta Police.
Publicidade
Além disso, é preciso ficar atento à inflação dos produtos e serviços de eventos, que podem aumentar ao longo dos meses. “Com a inflação do jeito que está, esses custos não são fixos. Eles têm aumentado bastante ao longo do tempo e tendem a continuar aumentando até o ano que vem”, acrescenta o especialista da Fiduc.
4. Investimentos de curto prazo
Se você pretende realizar uma grande festa até 2023 e pensa em investir para ter uma rentabilidade, Gonzalez afirma que os fundos de investimentos em renda fixa são os ideais para esse objetivo. “Busque fundos de investimentos em renda fixa do tipo DI simples ou CDB pós-fixado de resgate rápido que irá rentabilizar próximo de 100% do CDI”, recomenda.
Gonzalez também recomenda os CDBs, LCAs ou LCIs para quem tem um ano ou mais de tempo para se organizar até a data do evento. Nesses casos, o rendimento pode ser melhor do que os fundos. “Podemos ter os ativos indexados à inflação, pois você garante que no vencimento receberá todo o IPCA do período mais uma taxa adicional”, acrescenta.