- Não faltam relatos nas redes sociais sobre investigações de golpes aplicados por empresas que oferecem altos lucros a partir de investimentos em criptomoedas
- Um desses casos retrata a atuação da GAS Consultoria Bitcoin, uma empresa que oferecia aos seus clientes rentabilidade de 10%
- Para te ajudar a não cair em roubadas como essa, pedimos para quatro especialistas em criptomoedas elencarem quais são os principais golpes do segmento e como evitá-los
Não faltam relatos nas redes sociais sobre investigações de golpes aplicados por empresas que oferecem altos lucros a partir de investimentos em criptomoedas. Um desses casos retrata a atuação da GAS Consultoria Bitcoin, uma empresa que oferecia aos seus clientes rentabilidade de 10%.
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Em agosto de 2021, a polícia informou que o proprietário da empresa, Glaidson Acácio dos Santos, foi preso por suspeita de pirâmide financeira. A firma sequer aplicava o dinheiro dos investidores em Bitcoins: alguns clientes eram pagos com o dinheiro que entrava, caracterizando o chamado esquema “ponzi”.
Foram encontrados R$ 13,8 milhões em dinheiro vivo e barras de ouro durante a prisão de Santos em uma mansão no Rio de Janeiro.
6 conselhos para não cair em golpes de Bitcoin
Para te ajudar a não cair em roubadas como essa, pedimos para quatro especialistas em criptomoedas elencarem quais são os principais golpes do segmento e como evitá-los. Confira a seguir:
1. Cuidado com o alto retorno com pouco risco
João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, explica que uma das características que mais despertam interesse nos criptoativos é a alta rentabilidade.
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Muitos criminosos se aproveitam desse fato, com o alto desconhecimento sobre o funcionamento dos mercados de cripto, para criarem pirâmides financeiras e vendê-las como se fossem investimentos em cripto, prometendo retornos exorbitantes e operando à margem da regulação.
“O investidor deve sempre desconfiar de promessas de altos retornos com pouco risco. Além disso, ele estará sempre mais seguro quando investir em produtos financeiros estabelecidos sob a regulação da CVM, como os fundos e os ETFs de criptoativos”, diz Cunha.
2. Fuja das rentabilidades “garantidas”
Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, conta que uma das maiores furadas que o investidor pode cair é investir em empresas que estão prometendo rentabilidade garantida.
“Para evitar, a primeira coisa é realmente entender como aquela rentabilidade é gerada. Muitas vezes você vai perceber que a estratégia não faz sentido. Por isso, é preciso pesquisar sobre o histórico da empresa que está fazendo oferta nos órgãos reguladores, se ela teve algum processo e pesquisar as pessoas que estão por trás da companhia”, diz Telles.
3. Fuja dos investimentos da “onda” e dos memes
Segundo Telles, Dogecoin, Shiba e SafeMoon, por exemplo, são modelos de criptoativos que não têm valor em si, não contam com nenhum roadmap ou planejamento: são apenas uma brincadeira ou uma promessa de que vão subir eternamente.
Ele explica que o ideal é realmente buscar o que aquele ativo é, qual o seu projeto, como ele funciona, qual o seu propósito, questionar se ele pode se valorizar no futuro, quem são os desenvolvedores, se tem um bom histórico e, por último, se esse projeto está listado em boas corretoras.
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“Mas o principal é não entrar na onda dos outros, fazer sua própria pesquisa, criar sua própria tese de investimento e não se basear na visão de terceiros”, diz Telles.
4. Fuja das falsas promoções
No universo das criptomoedas até existem promoções, que são conhecidas como “Airdrops”. Elas normalmente servem para chamar atenção de um novo projeto, aumentando sua base de usuários.
André Franco, especialista de criptomoedas da Empircus Research, destaca que algo comum no mercado cripto são falsas promoções de algum projeto.
“Essa prática geralmente envolve você precisar enviar dinheiro de antemão para alguém, como por exemplo: você envia um Ether para receber dois. O chamariz é que qualquer quantidade enviada, eles devolvem o dobro para você”, diz.
Na plataforma da Coinmaketcap é possível checar os diversos Airdrops do momento, assim como os requisitos para poder participar. Normalmente, é preciso seguir a página do projeto no Twitter, entrar no canal do Telegram e compartilhar informações, mas nunca enviar qualquer quantia de antemão.
5. Não deixe seus investimentos nas mãos de terceiros
Rodrigo Monteiro, diretor-executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), afirma que uma das maiores furadas que o investidor pode cometer é deixar de investir por conta própria e deixar seus recursos nas mãos de terceiros.
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“Ao contrário de quando você tem um cadastro na corretora, com sua senha, e aplica o dinheiro por conta própria, nesse golpe o investidor transfere seus recursos para uma outra pessoa, que vai ‘investir’ seu dinheiro da forma que quiser. Com isso, o golpista some ou a aplicação dá errado, e aí não tem o que fazer”, diz.
6. Cuidado com as corretoras estrangeiras
Segundo Monteiro, é preciso tomar cuidado com as empresas que apresentam confiabilidade, mas que não oferecem garantias no mercado doméstico.
“O maior exemplo disso é a Binance, uma das maiores corretoras mundiais e com presença em diversos países, mas sem sede ou representante no Brasil”, diz. Como não há presença física em território nacional, a Binance não reporta para as autoridades brasileiras.
O problema é que se você tiver qualquer problema com sua conta, não há para quem recorrer. Para isso, o diretor indica as corretoras que estão credenciadas junto a ABCritpo, como Mercado Bitcoin, NovaDax, Foxbit, Bitblue e Alter.