Saiba como proteger suas transações via Pix. (Foto: Adobe Stock)
O Pix se tornou uma ferramenta indispensável no dia a dia dos brasileiros. Até 30 de junho, o sistema contava com 858 milhões de chaves cadastradas, segundo dados do Banco Central (BC). Por outro lado, o crescimento dos usuários traz também o aumento do número de casos de fraudes e golpes envolvendo as transações instantâneas.
Na última semana, um ataque hacker à empresa de tecnologia C&M Software (CMSW) chamou a atenção do mercado. A CMSW faz a integração de bancos aos sistemas de pagamentos do BC, como o Pix, e reconheceu o ‘incidente de segurança’ em nota pública divulgada no site da companhia.
O ataque à CMSW pode ter varrido quase R$ 1 bilhão das contas reservas detidas por seis instituições financeiras junto BC, de acordo com informações publicadas pelo Brazil Journal e confirmadas pelo Estadão/Broadcast. Leia a matéria completa sobre o caso no E-Investidor.
O caso da empresa de tecnologia não é isolado. Segundo o BC, de janeiro a março de 2025, foram 1 milhão de solicitações via Mecanismo Especial de Devolução (MED) – mecanismo exclusivo do Pix criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, sendo 40% aceitas total ou parcialmente. Com esse cenário, torna-se ainda mais necessário conhecer ferramentas de proteção.
Golpes e fraudes mais comuns envolvendo Pix
WhatsApp clonado
O golpista pode tentar clonar o WhatsApp, pedindo um código de autenticação que será usado para invadir o aplicativo do usuário. Em seguida, o golpista pode usar o número para aplicar golpes em seus contatos ou se passar por um amigo e familiar para pedir ajuda financeira via Pix.
Pix errado
Alegando que enviou o Pix por engano para a conta da vítima, o golpista solicita o estorno do valor. Na maioria das vezes, a pessoa incita urgência porque precisa do dinheiro para quitar uma conta ou usar em uma emergência.
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Falso atendimento bancário ou suporte técnico
O criminoso se passa por um funcionário de banco ou de um serviço de suporte técnico e induz a vítima a realizar uma transferência via Pix, por exemplo, para criar uma nova chave Pix e fazer uma transação para “testá-la”.
Como se proteger de golpes via Pix?
Embora os casos de fraude e golpes via Pix se atualizem com frequência, algumas estratégias podem te livrar de se tornar uma nova vítima. Como:
Confira todos os dados do destinatário antes de realizar a transferência via Pix;
Não clique em links suspeitos de destinatários desconhecidos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou redes sociais;
Cadastre as chaves Pix diretamente no aplicativo da instituição financeira que utiliza;
Não faça transferências para pessoas conhecidas sem antes confirmar sua identidade por ligação telefônica, chamada de vídeo ou pessoalmente;
Desconfie de promoções ou táticas para ganhar dinheiro após realizar transferências via Pix;
Tenha atenção com mensagens que pedem que o Pix seja feito com urgência;
Defina um limite máximo para as transações Pix para assegurar que valores acima do estabelecido não serão utilizados;
Ative a verificação de duas etapas e senha no WhatsApp para proteger a conta;
Estorne o valor do Pix apenas por meio da função de ‘devolver Pix’ presente no aplicativo do banco.
O que fazer se eu sofrer um golpe do Pix?
Em caso de fraudes via Pix, o BC disponibiliza o MED para facilitar as devoluções em caso de fraudes. O pedido de devolução pode ser feito na instituição bancária em até 80 dias da data em que foi realizado o Pix.
O MED tem até sete dias para analisar o caso. Se concluírem que não houve fraude, o recebedor terá os recursos desbloqueados. Se for fraude, em até 96 horas a vítima receberá o dinheiro de volta (integral ou parcialmente).
Além disso, é importante registrar um boletim de ocorrência (BO) com o máximo de detalhes possível sobre o golpe. A vítima também pode recorrer ao Procon do estado ou à Justiça para ter o dinheiro de volta.
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Em nota ao E-Investidor, o BC diz estar trabalhando no aprimoramento do Mecanismo Especial de Devolução, o MED 2.0, com a possibilidade de rastreamento e recuperação de valores da conta originalmente utilizada para a fraude, restringindo o uso de triangulação de valores pelos fraudadores (rápido envio de recursos para outras contas, após a efetivação de um golpe). A previsão de lançamento dessa funcionalidade é em fevereiro de 2026.