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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando o IPCA foi de 10,67%. Segundo o chief financial officer (CFO) da Associação Brasileira de Agentes Digitais (Abradi), Marcos Moraes, esse fenômeno é impactado por quatro fatores principais:
E qual é o histórico da inflação no Brasil? O que foi feito por governos anteriores em situações semelhantes? Confira o balanço do especialista.
A inflação chegou a 92% em 1964.
A inflação chegou a 46% em 1976.
A inflação ultrapassa 1.900% em 1989.
No histórico da inflação no Brasil, vemos que nosso país chegou à hiperinflação no fim da década de 1980. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Depois de atingir o recorde acima dos 2.400% ao ano, a inflação oficial fechou 1999 com 9%.
O auge da inflação nos anos 2000 foi no início da década, chegando a mais de 12% em 2002.
Um artigo publicado pela revista Conjuntura Global, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), atribuiu parte do chamado “milagrinho econômico” à alta do preço das commodities agrícolas no mercado global.
Tal medida encheu os caixas nacionais, mas também às políticas de estímulo ao consumo, investimentos públicos atrelados à facilitação do acesso ao crédito, valorização do salário mínimo e criação de programas de transferência de renda.
Houve equilíbrio de contas, com os índices mantidos dentro da meta estabelecida. Navegou-se em um “mar azul” entre 4% e 6% ao ano.
No histórico da inflação no Brasil, vemos que uma das saídas para enfrentar esse problema foi o Plano Real. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
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Se a situação com a inflação já não era fácil na década passada, hoje, em meio a uma das maiores crises sanitárias dos últimos anos e o impacto das mudanças climáticas na produção global, tudo fica ainda mais complicado de se resolver.
Mas, além desses fatores, apontados como os vilões da vez, há outros pontos que pressionam a inflação no Brasil atualmente.
As tensões geopolíticas internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, a dificuldade nas cadeias de produção depois da reabertura da economia em diversos países e as incertezas políticas no Brasil deste ano também puxaram os índices de preços no primeiro semestre.
Em meados de março, o Banco Central (BC) usou mais uma vez o aumento dos juros para combater a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) de 10,75% ao ano para 11,75%.
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Esse foi o nono aumento consecutivo na taxa e o maior nível em quase cinco anos. O processo de elevação da Selic iniciou em março do ano passado.
Em contrapartida, em uma tentativa de aumentar o dinheiro em circulação, o governo federal anunciou um pacote de medidas que deve injetar mais de R$ 150 bilhões na economia.
Batizado de Programa de Renda de Oportunidade, esse pacote de medidas prevê:
Ainda assim, para Moraes, apesar de as estimativas serem de equilíbrio, com uma meta estipulada em aproximadamente 5%, é possível que o teto da inflação seja novamente ultrapassado.
“Temos um governo frágil popularmente, deficiente economicamente e ameaçado em um ano de eleição com taxa de desemprego alta e uma guerra que terá efeitos globais”, diz o especialista, que prevê um IPCA ainda acima de 10% ao fim de 2022.
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Fontes: Agência Brasil, Revista Conjuntura Global UFPR, Marcos Moraes, CFO da Associação Brasileira de Agentes Digitais (Abradi).
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