Veja as mudanças do IOF que podem impactar o bolso dos brasileiros. (Foto: Adobe Stock)
O aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), no mês passado, pode ganhar um mais um capítulo nos próximos dias após desencadear um novo desgate ao governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu apresentar ao Congresso nesta terça-feira (3) uma proposta alternativa para o IOF. Segundo informações do Estadão, o chefe da equipe econômica se encontrou na noite de segunda-feira (2) com Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, para discutir possíveis mudanças.
O ajuste recente impacta em cheio os planos dos brasileiros em viajar para o exterior. Como mostramos nesta reportagem, a alíquota de transações como a compra de moeda em espécie ou remessas para contas no exterior do mesmo titular saltou de 1,10% para 3,50%. Isso representa uma alta de 218% nas taxas dessas modalidades, comprometendo o orçamento de quem já está com as malas prontas.
Ou seja, segundo os cálculos de Jeff Patzlaff, planejador financeiro, antes a compra de US$ 1.000,00 na cotação de R$ 5,635 custava ao bolso dos brasileiro em torno de R$ 5.697 com a incidência do IOF antigo de 1,10%. Hoje, com o recente aumento, a compra da moeda americana do mesmo valor sofreu um acréscimo de R$ 135,24.
Já para as operações financeiras no cartão de crédito e de débito internacional, o impacto foi menor. Nesses casos, a alíquota passou de 3,38% para 3,50% — mas o aumento também contribuiu para encarecer os custos gerais de viagens. Isso significa que uma transação de US$ 1.000,00 nesta modalidade de pagamento custaria hoje R$ 5.832,23, cerca de R$ 6,77 mais caro em comparação à vigência do IOF antigo.
Embora haja a possibilidade de reversão das medidas, os viajantes não devem deixar de buscar alternativas mais baratas para realizar as operações financeiras com um custo cambial mais acessível. Ainda de acordo com Patzlaff, os spreads cambiais (diferença entre a cotação comercial da moeda e o valor que a instituição cobra) das contas globais variam de 0,12% a 2,00%, atualmente.
Somado aos custos do IOF, o custo final com as taxas de câmbio pode chegar a 5,50%. “Algumas empresas fizeram promoções e mantiveram a taxa de IOF reduzida. É importante entender que esses números funcionam como um norte para o viajante porque mudam diariamente”, diz o planejador financeiro.
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Quando se observa os custos cambiais dos cartões de crédito, há sete financeiras que possuem um spread de 0,0%, permitindo que o consumidor arque apenas com a alíquota do IOF em suas transações. No entanto, os spreads nesta modalidade podem chegar a 7%, elevando a taxa cambial final para o consumidor a 10,5%.
No entanto, Patzlaff diz que a escolha de contas globais e cartões de crédito não deve se basear apenas pelos spreads cambiais baixos. Para o especialista, é fundamental os consumidores avaliem cuidadosamente a credibilidade das instituições financeiras envolvidas nas operações. “É preciso verificar se a instituição é regulamentada por autoridades financeiras reconhecidas, analisar seu histórico de atuação, além disso, é prudente diversificar os serviços financeiros utilizados, evitando concentrar todas as operações em uma única instituição”, diz o planejador financeiro.