- O CDI se refere a operações diárias e sua taxa é calculada pela B3, a Bolsa de Valores do Brasil, com base nas operações feitas pelo mercado no dia. Saiba como funciona o rendimento com lastro no CDI oferecido pela maior parte das fintechs!
(Carlos Pegurski, especial para o E-Investidor) – Mesmo investidores que aceitam uma boa dose de risco costumam fazer primeiro uma reserva, seja de emergência, seja de segurança. Além disso, eles buscam um bom retorno financeiro. Por isso, a forma de poupar mudou.
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Se os seus avós guardavam dinheiro embaixo do colchão e seus pais tinham uma caderneta de poupança, você conta hoje com opções mais interessantes para que sua reserva ofereça mais ganhos.
Bom, você já deve ter ouvido falar que algumas financeiras remuneram seu dinheiro parado em conta com lastro no Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
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O CDI tem sido a opção mais interessante para quem deseja ter um dinheiro reservado para emergências (e, por isso, precisa de liquidez imediata), mas não abre mão de um retorno atrativo.
Mas o que é o CDI? Como investir nele? O que significa dizer que o seu dinheiro rende a 100% do CDI? E quanto ele está rendendo nesse período?
O que é CDI?
O CDI é uma sigla que se refere ao Certificado de Depósito Interbancário e funciona assim: por determinação do Banco Central brasileiro nenhuma instituição bancária do País pode terminar o dia com o caixa negativo. Por isso, é comum que, ao fim do expediente, essas instituições emprestem dinheiro entre si para regularizar seus caixas.
Em geral, há cinco ou seis empréstimos como esse por dia, e o valor precisa ser pago em até 24 horas, ou seja, é um empréstimo relâmpago. A taxa usada para regulá-lo compõe o CDI.
Quanto vale o CDI? Bem, isso varia de um dia para outro. No momento desta publicação, o CDI está em 4,15%, acompanhando a Selic, mas vale a pena entender melhor a forma de cálculo do índice.
Como é feito o cálculo do CDI?
O CDI se refere à operações diárias, e sua taxa é calculada pela B3, a Bolsa de Valores do Brasil, com base nas operações feitas pelo mercado no dia.
Isso garante aos bancos a negociação de valores entre si com uma margem correspondente às operações reais: ninguém paga a mais, ninguém recebe a menos.
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O CDI é composto, portanto, da média das taxas apontadas nessas operações ao longo do tempo. Em 2020, esse índice foi de 2,75% no ano. Esse valor é considerado baixo para o rendimento, mas ainda teve uma performance melhor do que a poupança.
Assim, quando se diz que seu rendimento em uma determinada financeira rende 100% do CDI, isso significa que ela está remunerando você por meio desse lastro.
E, ainda que ele esteja abaixo do que já foi, historicamente, essa costuma ser uma forma interessante de fazer com que o dinheiro em conta tenha um rendimento.
É possível encontrar retornos acima de 100% do CDI?
Sim, é possível. Algumas fintechs que desejam se consolidar e atrair clientes oferecem uma remuneração especialmente atrativa. Essas margens são por tempo determinado, mas você encontrará retornos de 150% e até 200% do CDI em alguns casos.
Além disso, esse índice é usado em investimentos: é possível encontrar retornos de 140% ou 150% do CDI em operações dessa natureza, mas observe que elas não oferecem a mesma liquidez.
É possível prever quanto o CDI vai render em 2021?
Depois de um 2020 pouco atrativo, o cenário aponta para uma recuperação. Ainda é cedo para antecipar qual será o valor que o índice terá no acumulado deste ano, mas ele deve tirar o atraso.
No ano passado, o valor de 2,75% a.a. foi pouco maior que o nível da Selic (2,11%), mas ainda inferior à inflação, que fechou próxima dos 4%. Na média, cada mês no ano passado apresentou um CDI de 0,22%.
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Para este ano, o prognóstico é melhor, mas já se está no segundo semestre e as notícias ainda são tímidas. A alta nos preços segue crescendo e, nos cinco primeiros meses de 2021, a média mensal do CDI ficou em 0,19% — abaixo do ano anterior.
O que se espera é que o aquecimento da economia mude esse cenário. Os resultados parciais do PIB e da B3, assim como a alta da Selic, apontam para um up no CDI e na sua conta. E isso pode ser rápido: no início de maio, a Selic estava fixada em 2,65% e, no fim de junho, já batia 4,15%.
Qual rende mais: CDI ou poupança?
Historicamente, o CDI paga mais do que a poupança. Desde 2012, a poupança rende 70% da taxa Selic, o que hoje significa 2,98% ao ano ou 0,25% ao mês. Já o CDI, por sua vez, deve ao menos acompanhar a taxa Selic e flutuar a partir de 4,15%. Logo, a poupança rende menos do que o CDI.
Como se pode perceber, a expectativa para o segundo semestre do ano é enorme. Por isso, aumentar a taxa de juros e controlar a inflação parece ser algo importante para as finanças pessoais darem conta, ao menos, de acompanhar os preços cotidianos.