O projeto que aumenta a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil segue para o Senado (Foto: Adobe Stock)
O projeto de lei que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para até R$ 5 mil promete trazer um fôlego a mais ao orçamento para milhões de brasileiros. Cálculos do escritório de contabilidade Confirp mostram que a proposta pode garantir a esses contribuintes uma economia anual equivalente a um ‘décimo quarto’ salário, caso as medidas entrem em vigor em 2026.
Os principais beneficiados serão os trabalhadores de carteira assinada com rendimentos mensais de R$ 5 mil. Segundo a Confirp, o projeto deve garantir a essa população um ganho mensal de R$ 312,89. No ano, essa economia chega a R$ 4.067,57. O valor representa o maior benefício tributário entre os grupos atendidos pela proposta. A título de comparação, quem recebe R$ 4 mil, por exemplo, economizará cerca de R$ 1.492 ao ano, enquanto quem ganha R$ 3,4 mil terá um alívio anual de R$ 354 no orçamento.
Projeção da economia com IR com o projeto que aumenta a isenção do IR para R$ 5 mil
Renda bruta
Ganho por mês
Ganho Anual
R$ 3.400,00
R$ 27,3
R$ 354,89
R$ 3.600,00
R$ 54,76
R$ 711,89
R$ 3.800,00
R$ 84,76
R$ 1.101,89
R$ 4.000,00
R$ 114,76
R$ 1.491,89
R$ 4.200,00
R$ 144,76
R$ 1.881,89
R$ 4.400,00
R$ 177,89
R$ 2.312,57
R$ 4.600,00
R$ 222,89
R$ 2.897,57
R$ 4.800,00
R$ 267,89
R$ 3.482,57
R$ 5.000,00
R$ 312,89
R$ 4.067,57
Fonte: Confirp Contabilidade
A proposta da faixa de isenção do imposto de renda é promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e busca corrigir parte da distorção da tabela do IR. As estimativas do governo federal apontam que, com a medida, cerca de 10 milhões contribuintes ficarão isentos do IR. Pela regra atual, apenas quem ganha até R$ 3.036 fica de fora da mordida do fisco em 2026. Já na declaração do IR de 2025, o benefício atendeu apenas as pessoas com rendimentos mensais de até R$ 2.428,80.
Para compensar a perda na arrecadação, o texto cria um imposto mínimo para os contribuintes que ganham acima de R$ 50 mil por mês. A alíquota, segundo a proposta, será gradual com um teto máximo de 10% que será aplicado para rendimentos de R$ 100 mil ou mais por mês. Dados da Receita Federal mostram que, caso a nova regra entre em vigor a partir de 2026, cerca de 141 mil contribuintes seriam enquadrados na nova regra. A proposta também inclui tributação fixa de 10% sobre dividendos que excederem o pagamento mensal de R$ 50 mil por empesa.