Educação Financeira

Nathalia Arcuri dá dicas para o pagamento do IPTU e IPVA em 2021

Diretora de conteúdo do Me Poupe! afirma que o ideal é se organizar desde o ano anterior para pagar os tributos

Nathalia Arcuri dá dicas para o pagamento do IPTU e IPVA em 2021
'Se a pessoa tem o dinheiro e, de preferência, uma reserva de emergência, pagar à vista é maravilhoso', diz Nathalia. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
  • Para quem não fez a lição de casa em 2020, Nathalia Arcuri tem algumas dicas para organizar o orçamento e quitar esses débitos
  • Com a pandemia do novo coronavírus, a criadora de conteúdo digital pontua que manter o carro parado na garagem, sem a real necessidade do veículo, “é um custo, não um investimento”
  • Nathalia também ressalta que não pagar os impostos não é uma opção e, por isso, a criação de uma fonte de renda extra pode complementar o orçamento

(Erick Matheus Nery, especial para o E-Investidor) – O ano novo chega com as velhas contas de sempre, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Porém, para quem não fez a lição de casa em 2020, Nathalia Arcuri tem algumas dicas para organizar o orçamento e quitar esses débitos.

A CEO e diretora de conteúdo do Me Poupe! reforça que, por serem dívidas tradicionais, o ideal era que as pessoas já tivessem se organizado desde o ano passado. Porém, agora é hora de analisar o orçamento e verificar a melhor forma de quitar os débitos. “Caso o IPVA pese no orçamento, é melhor optar pelo parcelamento sem desconto”, diz ela em entrevista ao E-Investidor.

“Pagar à vista, já que tem desconto, é sempre a melhor opção. Agora, se a pessoa não consegue pagar à vista, o jeito é parcelar. É melhor não ter o desconto e parcelar, do que não pagar. Mas vale sempre lembrar que, se o dinheiro para os custos do carro está faltando, talvez não seja o momento de ter um carro”, complementa a jornalista.

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Com a pandemia de covid-19, a criadora de conteúdo digital pontua que manter o carro parado na garagem, sem a real necessidade do veículo, “é um custo, não um investimento”. Nathalia também ressalta que não pagar os impostos não é uma opção e, por isso, a criação de uma fonte de renda extra pode complementar o orçamento.

“É importante a pessoa entender os pontos fortes dela. Dá para fazer doces para vender, responder pesquisas online, vender roupas e objetos que não está usando mais, ser afiliado digital, [entre outros]”, destaca ela.

Com a lição aprendida, a CEO do Me Poupe! aconselha a “pagar esse boleto antes mesmo dele chegar”, com aplicações financeiras no Tesouro Selic ou em bancos digitais que paguem acima de 100% do CDI e que, consequentemente, rendam mais que a poupança.

Confira a seguir a entrevista completa com Nathalia Arcuri:

E-Investidor: Como o público pode se organizar financeiramente para pagar o IPVA e o IPTU neste início de ano?

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Nathalia Arcuri: O ideal seria ter se organizado desde o ano anterior, já que são contas que a gente sabe que vão chegar sempre no começo do ano. Mas, para entender como pagar o IPVA e o IPTU sem ficar no sufoco, é necessário fazer uma análise do orçamento mensal. Pagar o IPVA à vista, com desconto, só é interessante para quem tem reserva suficiente para arcar com esse custo e as despesas correntes. Caso o IPVA pese no orçamento, é melhor optar pelo parcelamento sem desconto.

Vale a pena parcelar esses tributos? Ou quem opta por essa modalidade acaba se prejudicando financeiramente?

Pagar à vista, já que tem desconto, é sempre a melhor opção. Se a pessoa tem o dinheiro e, de preferência, uma reserva de emergência, pagar à vista é maravilhoso, mesmo em estados como São Paulo, em que o desconto é de 3% apenas. Isso porque não há um investimento seguro que traga 3% de rentabilidade nesse mesmo prazo. Agora, se a pessoa não consegue pagar à vista, o jeito é parcelar. É melhor não ter o desconto e parcelar, do que não pagar, né? Mas vale sempre lembrar que, se o dinheiro para os custos do carro estiver faltando, talvez não seja o momento de ter um carro.

Com a diminuição de renda ocasionada pela pandemia, algumas famílias estão com dificuldades para pagar esses tributos neste período de início de ano. Qual dica você dá para esse público?

Não pagar IPTU ou IPVA não pode ser uma opção. As multas são elevadas e você ainda corre risco de apreensão. Antes de avaliar o pagamento do IPVA, vale analisar a necessidade do carro ou o custo gerado por ele. Trocar um carro por outro mais barato vai reduzir o IPVA, já que é um imposto cobrado sobre o valor de tabela do carro. E caso você esteja usando pouco, recomendo que se desfaça do bem o mais depressa possível. Se não for o caso, ajustes nos gastos e na entrada de dinheiro serão inevitáveis. Pensando em renda extra, é importante a pessoa entender os pontos fortes dela. Dá para fazer doces para vender, responder pesquisas online, vender roupas e objetos que não está usando mais, ser afiliado digital. O canal Me Poupe! no YouTube tem vários vídeos com a nossa especialista em renda extra, Bruna Andriotto, com dicas para a galera fazer mais dinheiro. Muitas vezes sem sair de casa.

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O IPVA é um dos impostos que mais impacta neste início de ano e, com a pandemia e as medidas de isolamento social, vale a pena seguir com o automóvel na garagem e os gastos que ele gera? Ou é melhor vender o veículo e reduzir essa despesa?

Isso varia de pessoa para pessoa. Se o carro está dando gastos e não tem tido muita utilidade, talvez valha a pena vender. Mas se a pessoa trabalha com o carro ou prefere o conforto que ele traz e consegue arcar com os custos do veículo sem se apertar, pode continuar com o carro. Só é importante lembrar que comprar um veículo é adquirir um passivo, só é investimento se te ajuda a gerar mais renda, como no caso dos motoristas de aplicativo, por exemplo. Do contrário, a pessoa precisa estar ciente que é um custo, não um investimento.

Com a pandemia, outros gastos aumentaram, como internet, luz e afins. Como as pessoas podem organizar as prioridades para os seus orçamentos?

Muita gente está trabalhando de casa, então a luz e a internet, por exemplo, são ferramentas para que elas possam realizar o trabalho que gera sua renda (ou parte dela). O ideal aqui é que as pessoas fiquem atentas para reduzir essas contas o máximo possível. Então, não ficar horas no banho, tirar da tomada aparelhos que não estão em uso, reutilizar a água da máquina para lavar o chão, por exemplo, são algumas alternativas para que esses gastos fiquem mais contidos.

Após a quitação destes tributos, existe alguma maneira de se preparar para o pagamento dos impostos no próximo ano? Economizar uma parte do salário, investir em algum produto de renda fixa?

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Com certeza! Como é uma conta que a gente sabe que vai chegar todo começo de ano, a melhor maneira é aproveitar os próximos meses para pagar esse boleto antes mesmo dele chegar. Ou seja, aproveitar o restante do ano para investir o valor do IPVA e do IPTU, e poder pagar o valor à vista em 2022 com desconto. Isso pode ser feito reduzindo os gastos desnecessários, poupando do salário mesmo ou fazendo renda extra ao longo do ano. Como é um prazo relativamente curto e é um dinheiro que não pode ser arriscado, vale pensar em Tesouro Selic ou contas de bancos digitais que pagam acima de 100% do CDI e que rendem muito acima da poupança.

Para quem está endividado, qual é a melhor forma para quitar esses impostos? Priorizar outras dívidas, como cartão de crédito, e depois renegociar os tributos?

Se a pessoa endividada está com o IPVA sem pagar e com o carro na garagem, além de outras dívidas, a primeira coisa a se fazer é entender se o carro é necessário para a geração de receita. Se o carro for fundamental e não puder ser substituído por transporte público, caminhadas, bicicleta, etc, é fundamental pensar em maneiras de fazer renda extra e caso não seja possível, buscar linhas de crédito mais baratas como consignados, penhoras e outras possíveis linhas de crédito disponibilizadas cujas parcelas caibam no bolso. O mesmo vale para as dívidas do cartão que, se deixarem de ser pagas, viram aquela temida bola de neve com os juros mais altos do mercado.

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