Educação Financeira

O que acontece com a poupança se a Selic subir na próxima reunião do Copom?

A poupança pode ser o investimento mais prejudicado de um aumento da Selic; entenda

O que acontece com a poupança se a Selic subir na próxima reunião do Copom?
A poupança é o investimento mais popular entre os brasileiros (Foto: Envato Elements)

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre na próxima quarta-feira (18), terá uma decisão difícil a tomar: subir a Selic – taxa básica de juros – ou mantê-la em 10,5% ao ano. A decisão por interromper os cortes de juros iniciados no ano passado está relacionado também a uma política monetária mais conservadora nos Estados Unidos e a indicação de um novo diretor do BC no Brasil. No entanto, a variação das taxas também afeta os investimentos em renda fixa, como a poupança.

Desde junho, o Copom mantém a Selic no patamar atual na espera de novidades sobre os cortes nas taxas americanas pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano). Segundo a ata divulgada pelo Fed em 21 de agosto, a “vasta maioria” dos membros do colegiado espera que seja apropriado cortar juros na reunião. Vale lembrar que as reuniões do Copom e Fed acontecem na mesma data, o que é chamado de Super Quarta.

Além disso, a indicação de Gabriel Galípolo – atual diretor de política monetária do Banco Central – para ser o novo diretor do BC no Brasil foi visto como um otimismo no mercado em relação à Selic. Como mostramos nesta reportagem, ele ganhou protagonismo ao defender em diferentes ocasiões que o BC não hesitará em subir a taxa de juros brasileira caso seja necessário.

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Os analistas do  Itaú Unibanco dizem que enxergam um novo ciclo de alta de juros de 1,5 ponto porcentual, para 12% ao ano, até a reunião de janeiro de 2025, mostra relatório publicado nesta quinta-feira (12). Já Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos, revelou para esta reportagem que há argumentos para justificar ambas as escolhas e o mercado está em uma rara divisão.

Vale lembrar que, nesta segunda (9), o Boletim Focus do BC mudou a estimativa de elevação nos juros em 2024 para 11,25%, mas grandes assets independentes já começam a projetar a Selic em 12% até dezembro.

Como a alta da Selic afeta a poupança?

Para quem investe, o cenário da renda fixa é otimista, já que as aplicações tendem a render mais com uma Selic mais alta. Porém, a poupança pode não ser tão atrativa quando a taxa básica de juros opera em patamares de dois dígitos. Isso acontece porque, desde 2012, após decisão do BC, a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da taxa.

Quando ela estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Selic mais a taxa referencial. No entanto, quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a, a rentabilidade muda e passa para 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR), que geralmente opera perto de 0%.

Ou seja, o retorno líquido atual do investimento mais popular entre os brasileiros não é muito satisfatório. É importante destacar ainda que esse investimento não possui descontos de tributações ou taxas administrativas, além de ter garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Além da poupança, há outros investimentos que trazem maiores retornos aos investidores com uma Selic mais alta, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), ou Tesouro Nacional, por exemplo. É importante destacar que um planejamento financeiro adequado deve ser feito antes de qualquer aplicação, evitando problemas com as finanças pessoais.