

O carnaval acabou. depois de alguns blocos desfilando nas grandes cidades brasileiras neste fim de semana. Se a folia trouxe alegria para muitos brasileiros, algumas pessoas podem estar aflitas após olharem a fatura do cartão de crédito e outros boletos. Muitas gastaram demais e podem não conseguir pagar dívidas.
Para Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, o ideal é somar tudo o que é preciso pagar, incluindo prestações futuras, para ter uma base do que se deve ou não.
André Paiva Ramos, economista e conselheiro do Corecon-SP, observa que o ideal é priorizar o pagamento das dívidas que possuem maiores encargos por atraso, assim como aquelas que têm elevada dificuldade de renegociação ou grande risco patrimonial. “Caso seja possível, a melhor alternativa é renegociar um aumento de prazo de pagamento de algumas dessas obrigações diretamente com os credores”, diz Ramos.
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Desse modo, as prioridades, como prestação do imóvel ou aluguel, serão quitadas – ou seja, a prioridade central de ter um lugar para morar não ficará comprometida. Outras despesas básicas, como água, luz e alimentação, também são vistas com maior urgência. As demais podem entrar para um pagamento futuro com a ajuda de empréstimos para a quitação de dívidas.
Avalie as possibilidades de empréstimos para pagar dívidas
Paloma Lopes, da Valor Investimentos, lembra que após esse passo deve-se avaliar duas possibilidades: a primeira é de pegar um empréstimo pessoal no banco para quitar as dívidas e a segunda de parcelar a fatura do cartão de crédito. “Alguns bancos oferecem essa possibilidade: você alega quanto você precisa de empréstimo, mas coloca o seu valor do cartão à negociação. Nessa segunda hipótese, o seu crédito possivelmente vai ser zerado, o que por um lado é maravilhoso, pois a pessoa não vai gastar. No entanto, se for um cartão de emergência, a pessoa vai ficar sem”, diz Lopes.
De acordo com Denis Medina, economista e professor da Faculdade do Comércio da Associação Comercial de São Paulo, é preciso verificar o que deve sair mais barato entre o parcelamento do cartão de crédito e o empréstimo pessoal. Ele diz que os juros médios do empréstimo pessoal são de 7,9% ao mês em dezembro de 2024, conforme dados do Procon. Já o parcelamento médio do cartão de crédito era de 8,57% ao mês, de acordo com dados do Banco Central.
No entanto, o especialista reforça que as taxas podem ser próximas a depender do score (pontuação) da pessoa, indicador que determina o quão comprometida é a pessoa em honrar suas dívidas. Medina relata que, nesse sentido, o melhor a se fazer é negociar com o banco para ver qual será a melhor taxa de juros a ser paga.
Paloma Lopes, da Valor Investimentos, diz que a melhor forma de conseguir um bom desconto é negociar diretamente com o gerente do banco. “Fechar o empréstimo direto pelo aplicativo pode ser mais prático. Mesmo assim, recomendo à pessoa procurar o gerente do banco, por poder fazer simulações de novos empréstimos e negociar um parcelamento da fatura menor que o esperado”, diz Lopes.
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André Paiva Ramos, do Corecon-SP, lembra ainda que as famílias que precisam captar crédito devem se antecipar ao vencimento de suas obrigações financeiras e buscar linhas de crédito em melhores condições. Para ele, a melhor modalidade seria o crédito pessoal consignado, cuja taxa média de juros está em torno de 25% ao ano.
“Porém, caso não seja possível captar recursos pelo crédito pessoal consignado, outra alternativa é o crédito pessoal não consignado, cuja taxa média de juros também está muito elevada, em cerca de 100% ao ano. No entanto, a depender do seu perfil de risco avaliado pelas instituições financeiras e de eventual aporte de garantias, há a possibilidade de negociar uma melhora nas condições de linhas de crédito não consignadas, que no caso é o famoso empréstimo pessoal”, diz Paiva Ramos.
Em resumo, a pessoa deve se estruturar somando todas as dívidas, vendo o que é prioridade a ser pago. Após essa etapa, o ideal é procurar um empréstimo com uma parcela que cabe no orçamento dos próximos meses para conseguir pagar dívidas. Depois dessa fase, o melhor é sempre lembrar que não podemos consumir além da nossa renda e sempre buscar poupar para começar a fazer uma reserva de emergência. Com esse caminho, no passo a passo a educação financeira se mostra algo primordial para ter uma vida financeira saudável.