Educação Financeira

Guia do Pix: tudo o que você precisa saber sobre as novidades anunciadas pelo BC

A modalidade de transferência foi criada em 2020 e já é um dos métodos de pagamento preferidos dos brasileiros

Guia do Pix: tudo o que você precisa saber sobre as novidades anunciadas pelo BC
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Banco Central (BC) anunciou nesta semana algumas mudanças em regras de funcionamento do Pix. As medidas incluem mecanismos de segurança para a forma de pagamento instantânea, além de uma nova data de lançamento para o Pix Automático.

Ao todo, são três novidades principais: limitações no uso de dispositivos não cadastrados nessa modalidade de transações, segurança na entrada e saída de recursos e verificação periódica de fraudes. No primeiro caso, os aparelhos que não estiverem cadastrados no Pix poderão transferir até R$ 200,00, desde que o limite diário não ultrapasse R$ 1.000,00. Vale lembrar que é possível alterar essa configuração quando o cliente, junto ao banco, confirmar a confiabilidade do dispositivo.

Em relação à segurança das movimentações financeiras, as instituições passarão a ter de necessariamente:

  • utilizar solução de gerenciamento de risco de fraude que contemple as informações de segurança armazenadas no Banco Central e que seja capaz de identificar transações Pix atípicas ou não compatíveis com o perfil do cliente; e
  • disponibilizar, em canal eletrônico de acesso amplo aos clientes, informações sobre os cuidados que os clientes devem ter para evitar fraudes.

A terceira obrigação adicionada é que os participantes devem verificar, pelo menos uma vez a cada seis meses, se seus clientes possuem marcações de fraude na base de dados do BC. Nesses casos, o banco ou corretora pode até mesmo finalizar o relacionamento ou entregar tratamento diferenciado para suspeitas de golpe.

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Segundo o BC, esses aperfeiçoamentos nos mecanismos de segurança têm como objetivo continuar desenvolvendo soluções para combater as fraudes e os golpes, garantindo um meio de pagamento cada vez mais seguro para a população.

Além disso, as mudanças entrarão em vigor em 1º de novembro deste ano. Veja mais detalhes nesta matéria e confira abaixo um guia completo sobre o Pix.

Como funciona o Pix?

O Pix funciona como uma transação instantânea de valores entre uma conta e outra sem ter que digitar todos os dados bancários e usando apenas o celular. Criado no dia 16 de novembro de 2020, ele representou um marco na forma de realizar pagamentos e transferências.

Anteriormente, as transferências de dinheiro ocorriam apenas via Transferência Eletrônica Disponível (TED), ou DOC, mas ambas opções envolvem custos e são limitadas quanto a dias e horários. Uma TED, por exemplo, cobra taxas de até R$ 25 para o valor cair na conta do destinatário no mesmo dia, mas a operação só pode ser feita até as 17h, de segunda a sexta-feira.

No DOC, o valor máximo a ser enviado é R$ 4.999 e o dinheiro só chega ao destino no próximo dia útil – e ainda pode demorar mais tempo se o processo for feito após as 22h. Enquanto isso, o formato de pagamento mais jovem permite transações imediatas em qualquer horário ou dia da semana.

Além disso, o Pix não possui custo para as pessoas físicas. No entanto, pessoas jurídicas são taxadas com valores que variam de acordo com a instituição financeira.

Como cadastrar uma chave Pix?

O cadastro é gratuito, basta que a pessoa física tenha conta em banco, plataforma de pagamento ou fintech. No cadastro, o cliente também escolhe sua Chave Pix, ou seja, como ele será identificado na transação. A chave pode ser o CPF ou CNPJ, o e-mail, o número de celular ou uma chave aleatória que consiste em uma combinação de letras e números gerada de maneira automática.

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Outro recurso disponibilizado pelas transações via Pix é o QR Code, que pode ser utilizado para compras e pagamentos. Vale lembrar que alguns QR Codes podem ser dinâmicos, mudando com o tempo para uma maior segurança da transferência.

O que é o golpe do Pix?

No golpe do Pix, os fraudadores fazem uma transferência para a conta da potencial vítima. Como parte das chaves Pix é um número de telefone celular, não é difícil para o golpista conseguir um número telefônico e realizar um Pix.

Logo em seguida à transferência, eles entram em contato pelo número de telefone, seja ligação ou mensagem de WhatsApp, por exemplo, tentando convencer a vítima de que fez a transferência por engano e usa técnicas de persuasão para que o suposto beneficiado devolva o dinheiro.

A parte de maior atenção é que o valor realmente está na conta bancária, mas a partir do momento em que a vítima se convence e decide fazer um Pix para a conta indicada como forma de devolver o dinheiro, ela caiu no golpe.

prejuízo acontece porque, em paralelo ao trabalho de convencer a vítima, o golpista se utiliza do Mecanismo Especial de Devolução (Med), mecanismo criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos.

Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela vítima e transação alegada é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe.

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Dessa forma, a pessoa enganada vê seu dinheiro do saldo sendo retirado à força e o golpista, por sua vez, que já tinha recebido o dinheiro de volta voluntariamente consegue mais uma devolução, em prejuízo da vítima. Entenda melhor sobre o que fazer ao receber um Pix por engano nesta matéria.

Dicas de segurança para o Pix

O Pix possui alguns recursos de segurança. Para evitar contratempos e prejuízos, é importante se atentar para algumas medidas de cuidado, sugeridas pela B3:

  • Desconfie se o banco ou outra instituição financeira pedir sua senha, pois uma única chave Pix é o bastante para realizar a transação;
  • Confira se o pagamento caiu na hora. Se o valor não chegou após poucos segundos na conta em que deveria cair, pode ter algo errado;
  • Desconfie de cobranças de taxas em pagamentos via Pix para pessoas físicas, pois elas são isentas.

Além das recomendações acima, é importante estar atento também à segurança digital dos smartphones. Confia algumas dicas:

  • Ter o número de série do celular (IMEI) anotado fora do dispositivo. Em caso de roubo, é possível solicitar à operadora o bloqueio do celular informando o IMEI;
  • Proteger o celular ativando os códigos PIN e PUK. Há configurações de bloqueio do dispositivo quando o PIN é digitado erroneamente três vezes. Para o desbloqueio, é preciso outro código, o PUK;
  • Se há mais de um aplicativo de banco instalado no celular, é aconselhado o registro de senhas diferentes para cada um;
  • Nunca armazene no celular fotos ou anotações contendo documentos, senhas e dados de cartões.

Vale lembrar que é comum que os bancos estabeleçam limites para transferências via Pix, por questões de segurança. Eles são definidos de acordo com o perfil do cliente em outros meios de pagamento, como o cartão de crédito e TED.

Ainda assim, é possível alterar seus limites do Pix entrando em contato com o banco ou operadora. É possível também demarcar limites para o período noturno ou diurno, além de definir redes de internet seguras para realizar transferências de maior valor.

Porém, cada caso exige um tempo de resposta diferente dos bancos. Solicitações de diminuição costumam acontecer imediatamente, enquanto aumentos podem levar até 24horas.

E o Pix Automático?

O Pix Automático, por sua vez, será disponibilizado para a população em 16 de junho de 2025. Seu objetivo é facilitar cobranças recorrentes, podendo ser utilizado como forma de recebimento por grande variedade de empresas, de diversos tamanhos e setores de atuação.

Entre elas, estão concessionárias de serviço público, escolas, faculdades, academias, condomínios, clubes sociais, planos de saúde, serviços de streamings, portais de notícias, clubes por assinatura e empresas do setor financeiro. Você confere mais sobre a novidade do Pix nesta matéria.