- O IPCA-15 registrou alta de 0,69% em junho, após ter avançado 0,59% em maio
- Em geral, comida, passagem de ônibus, material escolar, saúde e, principalmente, energia e transporte ficaram mais caros nos últimos dois anos em reflexo de um desbalanceamento entre oferta e demanda
- Em momentos de aperto financeiro, os brasileiros buscam formas de contornar os efeitos para fechar as contas no final do mês
O que a gasolina, os planos de saúde e os alimentos têm em comum? Todos possuem o mesmo inimigo: a inflação. Em momentos de aperto financeiro, os brasileiros buscam formas de contornar os efeitos para fechar as contas no final do mês.
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Segundo Eduardo Reis, educador financeiro da Ágora Investimentos, a pressão inflacionária começou com a pandemia, quando os países adotaram políticas monetárias de estímulo, injetando dinheiro em incentivo ao consumo.
Em geral, comida, passagem de ônibus, material escolar, saúde e, principalmente, energia e transporte ficaram mais caros nos últimos dois anos em reflexo de um desbalanceamento entre oferta e demanda.
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De acordo com a educadora financeira Lai Santiago, ainda haverá oscilação nos próximos meses. “Veremos uma série de fatores influenciando o aumento ou queda da inflação”, diz.
Vale destacar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,69% em junho, após ter avançado 0,59% em maio, segundo o IBGE. Com o resultado, a inflação acumula alta de 5,65% no ano.
Um fator externo que também tem impactado o Brasil, segundo Jessyca Rodrigues, assessora de investimentos da SVN, é a guerra no Leste europeu. “Tiramos o nariz da pandemia e entramos numa guerra, criando incerteza para o mundo. É importante monitorar com carinho o trigo, a soja e o milho. Estamos importando trigo, o que encarece o preço do pão e do macarrão”, diz.
O equilíbrio dos gastos, portanto, é fundamental para driblar o descontrole de preços.
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“Com o que uma pessoa recebe em um mês, não dá mais para manter as compras no outro. É importante adaptar os gastos dentro do orçamento mensal e até substituir produtos por outras marcas”, diz Reis, da Ágora.
No curto prazo, Santiago diz que a inflação continuará elevada, mas ressaltou que essa é uma realidade de escala global. A recomendação da educadora financeira é ter atenção com gastos desnecessários e datas festivas do segundo semestre.
“A maioria das pessoas traçam planos para viagens, casa e carro. No cenário atual, planejar os gastos menores podem acabar fazendo a diferença.”, diz. “Estamos em mês de São João e gasta-se um pouco mais, inclusive os alimentos típicos estão na lista dos que subiram de preço. Verificando momentos em que vai gastar mais, ou com contas fixas, se consegue visualizar como os meses vão encerrar, antes mesmo de começarem”, afirma. Organização das despesas é a palavra-chave para quem quer ver as contas ficarem no azul.
Rodrigues, da SVN, diz também que o cenário é muito incerto para o futuro. “Não é um momento bom para consumo. O mercado é cíclico e vão acontecer ajustes nos próximos anos que vão dar um espaço melhor para trocar o carro e fazer um financiamento imobiliário, diz.
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