Na Capital paulista, o destaque ficou para o medicamento genérico Tadalafila de 5 miligramas (genérico, com 30 comprimidos): três de suas apresentações tiveram variações superiores a 1.000% entre os estabelecimentos visitados. O medicamento também foi o que apresentou a maior diferença registrada na pesquisa, de 2.091,57% – enquanto em um local foi encontrado por R$ 4,27, em outro era vendido por R$ 93,58. O remédio é amplamente utilizado para tratar disfunção erétil.
Entre os medicamentos de referência, a maior variação foi de 245,65% para o Dexason, de 1 miligrama por grama, comercializado em formato de creme dermatológico com 10 gramas, cujo preço oscilou entre R$ 5,17 e R$ 17,87 nas lojas físicas. O remédio é indicado para o tratamento de diversas condições inflamatórias e autoimunes.
Já nos sites, a maior diferença entre os produtos de referência foi de 147,34%, para o Synthroid de 100 microgramas com 30 comprimidos, encontrado entre R$ 21,99 e R$ 54,39. O medicamento é usado para o tratamento do hipotireoidismo.
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Comparando os preços médios, os remédios genéricos se mostraram 64,67% mais baratos que os de referência nas lojas físicas e 67,31% nos canais on-line. Além disso, os preços médios dos genéricos vendidos on-line foram 13,88% menores do que nas lojas físicas. Já os de referência apresentaram uma diferença menor, de 3,73%.
Na Capital, o estudo comparou 72 medicamentos em 10 farmácias, 2 por região. Já a coleta on-line considerou os preços anunciados de 67 itens nos sites de nove redes.
Pesquisa de preço de medicamentos também foi feita em outras cidades
A pesquisa também foi realizada em cidades do interior e do litoral de São Paulo. Em Bauru, Campinas, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos/São Vicente, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba, o levantamento de preços foi feito de forma presencial em farmácias das respectivas cidades. Os dados de Jundiaí foram levantados pelo Procon municipal, em colaboração com o Procon-SP.
Entre as cidades em que o levantamento foi feito presencialmente, a maior diferença de preços apurada – de 779,90% – foi em Presidente Prudente. Os especialistas constataram que o medicamento Citrato de Sildenafila de 50 miligramas com 4 comprimidos custava R$ 17,51 em um local e R$ 1,99 em outro. O remédio é usado para tratar disfunção erétil.
Já entre os de referência, a maior diferença foi em São José dos Campos, em que foi verificado que o Albendazol (Zentel), do fabricante Glaxosmithkline com 500 miligramas e 24 comprimidos, foi encontrado por R$ 19,80 em uma farmácia e, em outra, estava à venda por R$ 8,20 – uma variação de 141,46%. O medicamento costuma ser utilizado no tratamento de doenças causadas por vermes ou parasitas.
Como economizar nas compras em farmácias?
De acordo com o Procon-SP, mesmo com a existência do Preço Máximo ao Consumidor (PMC) – preço-teto autorizado para o comércio varejista de medicamentos –, ainda é possível encontrar grandes diferenças de valor no mercado. Por isso, a recomendação do órgão é que o consumidor compare preços entre farmácias físicas e on-line e esteja atento às condições de venda e ofertas de descontos.
Renan Diego, consultor financeiro, afirma que a pesquisa prévia de valores é uma estratégia importante para economizar nas compras de medicamentos. “Antes de comprar todos os itens necessários em somente um estabelecimento, faça uma pesquisa. Monitorar os aplicativos e sites de farmácias é uma maneira de não só gastar menos, como economizar o tempo também”, recomenda.
Os preços dos itens variam conforme as políticas de desconto de cada estabelecimento. Em alguns casos, são aplicados abatimentos com base em convênios, programas de fidelidade, planos de saúde ou cadastro do consumidor. Aline Soaper, educadora financeira, orienta que os consumidores busquem informações sobre essas iniciativas antes de ir às compras. “Outra recomendação é comparar genéricos de empresas diferentes antes de escolher”, destaca.
Além da pesquisa prévia e da escolha por medicamentos genéricos, Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar, aconselha o consumidor a tentar negociar os preços diretamente em balcão. “Mesmo que você já tenha checado os preços, vale tentar pedir um desconto extra, porque sempre existe a possibilidade de o estabelecimento trabalhar com abatimentos adicionais”, diz.
Na lista de dicas, o Procon-SP recomenda que os consumidores verifiquem se o número do lote, a data de validade e a de fabricação coincidem entre a embalagem e o conteúdo do medicamento. O órgão também orienta o paciente a consultar a possibilidade de obter o remédio gratuitamente ou com desconto por meio de programas sociais do governo.