- Os ativos mais indicados para quem quer ter uma renda passiva são os que fazem um pagamento periódico; há opções em renda fixa e renda variável
- No caso da renda variável há os que pagam dividendos (parcela dos lucros dividida entre os acionistas), como ações e FIIs
- Já quem investe em ativos de renda fixa como Tesouro Selic ou CDB, por exemplo, não receberá dividendos ou cupom, mas pode resgatar o valor correspondente ao lucro no mês
Antes de escolher onde investir para ter uma renda passiva mensal, o investidor deve considerar qual o seu perfil de risco, e quais valores e prazo dispõe. Já o valor necessário para ter um rendimento mensal de R$ 5 mil, pode ser superior a R$ 1 milhão (na poupança) ou de aproximadamente R$ 300 mil (em ações). Se por um lado o aporte é menor, por outro, há mais segurança.
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No caso da renda variável, existem ativos que pagam dividendos (parcela dos lucros dividida entre os acionistas), como ações e Fundos Imobiliários (FIIs). Entre os títulos públicos existem os papéis com rendimento semestral. Ativos privados de renda fixa privada como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) também podem ter pagamentos periódicos, também conhecidos como cupom.
Quem investe em outros ativos de renda fixa, como Tesouro Selic ou CDB, não receberá dividendos ou cupom, mas pode resgatar o valor correspondente ao lucro no mês. Por exemplo, uma pessoa que tem aproximadamente R$ 600 mil investido no Tesouro Selic terá um rendimento mensal próximo de R$ 5 mil ao mês. Então ela pode resgatar R$ 5 mil por mês e continuar com os mesmos R$ 600 mil no mês seguinte. Esse é um cálculo feito com base em valores atuais de rendimento do título.
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Já para ter uma renda mensal de R$ 5 mil em dividendos de ações, o valor investido vai depender da ação escolhida. Para te auxiliar nessa empreitada, a educadora financeira Tatiane Viana, professora da Eu me banco, calculou o valor necessário para investir em diferentes ativos:
Renda fixa ou variável: onde investir para ter uma renda no longo prazo
Embora o Tesouro Direto seja um investimento mais seguro, investir em ações pode ser vantajoso no longo prazo, pelo potencial de valorização. “As ações oferecem a oportunidade de participar dos lucros e crescimento das empresas, o que pode resultar em retornos maiores”, afirma Viana.
Isso é possível porque enquanto quem investe em renda fixa e faz resgates periódicos tende a ver o seu patrimônio se mantendo estável, na renda variável pode receber os dividendos e ainda ganhar com uma eventual alta no valor das suas ações. Outro ponto a ser observado é que, no momento atual, o cenário é de redução na rentabilidade do Tesouro Selic. Segundo o Boletim Focus, a perspectiva do mercado é de Selic a 10,25% no final de 2024 e 9,25% no final de 2025.
A especialista lembra ainda que é importante diversificar os investimentos para dar segurança à carteira. “Distribua seus recursos entre diferentes tipos de ativos (ações, títulos, fundos imobiliários, ETFs) e setores (tecnologia, financeiros, energia) considere também a diversificação geográfica, investindo em mercados internacionais. Dessa forma, você garante uma renda passiva estável”, ressalta.
Para Josias Bento, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, as melhores formas de ter uma renda passiva hoje são Fundos Imobiliários, títulos de crédito privado incentivadas - Debêntures, CRI e CRA - títulos públicos como NTN-B [IPCA + com juros semestrais] e ações. O educador financeiro indica na tabela abaixo qual o valor investido para ter um rendimento mensal de R$ 5 mil com esses ativos:
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O levantamento foi feito com base no rendimento de 2023, e não é uma garantia de retornos iguais em 2024.
Investidor deve considerar também o imposto
Os fundos imobiliários são destaque entre os ativos com rendimento isento de impostos. “Os fundos imobiliários são o meio mais barato para o investidor começar a montar a carteira de renda passiva, visto que os dividendos são mensais e isentos de imposto de renda para pessoa física”, afirma Bento.
Títulos de crédito privado também podem ter rendimento isento, quando são incentivados, como é o caso de debêntures incentivadas, CRI e CRA. Mas a periodicidade de pagamentos varia, pontua o especialista da GT Capital. “Normalmente [esses ativos] pagam seus juros a cada 6 meses e são isentos de imposto de renda para pessoa física. O risco desses ativos é a operação da empresa e o risco de mercado em caso de uma saída antecipada”.
Já os títulos públicos têm imposto de renda para pessoa física. A alíquota de imposto varia conforme o prazo:
- 22,5%, em investimentos com prazo de até 180 dias;
- 20%, em investimentos com prazo de 181 dias até 360 dias;
- 17,5%, em investimentos com prazo de 361 dias até 720 dias;
- 15%, em investimentos com prazo acima de 720 dias.
Por outro lado, têm a segurança do Tesouro Nacional e liquidez. O risco dos títulos é o de mercado, como os títulos de crédito privado, assinala o especialista. O risco de mercado é a possibilidade de que o ativo perca valor por conta de flutuações na taxa de juros da economia ou inflação.