- Segundo os dados da Travelex Confidence, o peso argentino foi a moeda da América Latina que mais sofreu desvalorização neste ano em relação ao real
- Apesar da desvalorização de algumas moedas estrangeiras, especialistas em educação financeira alertam que nem sempre isso pode resultar em uma viagem mais barata
Independente do destino, toda viagem exige um certo nível de planejamento financeiro. E quando o objetivo é ir ao exterior, a organização deve ser ainda maior devido à variação do câmbio.
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Em alguns países, o real é mais valorizado do que a moeda local, o que pode trazer para o turista brasileiro a ideia de que os custos das viagens serão mais acessíveis. No entanto, isso nem sempre é garantido para o viajante.
Países sul-americanos como Argentina, Chile e Colômbia são alguns dos destinos com moedas que valem menos que a brasileira. De acordo com um levantamento da Travelex Confidence, o peso argentino, por exemplo, sofreu uma desvalorização de 28% em relação ao real do fim de 2021 até esta sexta-feira (29). Logo depois, vem o peso chileno, com a segunda maior queda (25,4%) dentro desse grupo.
Variação cambial das moedas de países sul-americanos em relação ao real
Moeda | Valor da moeda em 2022* |
Variação do valor da moeda de 2021 a 2022
|
Peso Argentino (ARS) | R$ 0,0510 | -28,07% |
Peso Chileno (CLP) | R$ 0,0068 | -25,46% |
Peso Colombiano (COP) | R$ 0,0015 | -23,17% |
Novo Sol Peruano (PEN) | R$ 1,4103 | -16,23% |
Peso Mexicano (UYU) | R$ 0,2776 | -16,19% |
Fonte: Travelex Confidence/*Cotação em relação ao dia 29/04/2020 |
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Segundo Alexandre Fialho, diretor da Cotação DTVM, empresa com atuação na área de câmbio, a alta do real em relação a outras moedas pode trazer uma tendência de preços mais acessíveis em comparação a outros destinos internacionais e até mesmo nacionais.
No entanto, essa característica vai depender muito do nível de viagem que o turista pretende realizar. “Viajar para algumas cidades do Nordeste está caro. Mas dependendo do nível de restaurante que você for na Argentina, por exemplo, o custo da refeição será igual ao do Nordeste mesmo com a moeda (o real) em alta”, explica Fialho.
Por esse motivo, Fernando Bueno, especialista em investimentos da Ágora, alerta aos turistas que essa variação negativa pode ser uma “armadilha” na hora de se planejar para esses destinos. “Você pode chegar no país e se deparar com preços que não são tão baratos assim. Na Tailândia (em que o real também é valorizado), por exemplo, a alimentação é muito barata, mas alguns custos são dolarizados e a viagem não fica tão acessível como se esperava”.
Como se organizar
O primeiro passo na hora se planejar para viajar, independente do lugar, é saber quantos dias ficará no destino e quais são os pontos turísticos que deseja conhecer.
Marcos Vitor, economista e especialista de investimentos da Mobills, startups de educação financeira da Toro Investimentos, ressalta que a partir dessa definição o viajante terá a ideia de quanto irá precisar da moeda local para cumprir toda a programação planejada. “Se você vai à Argentina e precisa de 100.000 pesos argentinos, terá que juntar em reais o valor equivalente a esse montante. Caso o peso argentino esteja valendo 0,04 reais, você terá que ter R$ 4.048,00”, exemplifica Vitor.
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Além de realizar a conversão do real para a moeda do país de destino com antecedência, outra sugestão é ter uma parte da reserva da viagem em dólar para oferecer mais segurança. Mas caso o turista não queira ter a moeda em espécie, a sugestão é utilizar um cartão internacional pré-pago.
“O cartão internacional pré-pago você carrega no Brasil em real e converte em dólar. Você pode utilizar no exterior como se fosse um cartão de débito”, sugere André Gaspar, gerente executivo de varejo da Travelex Confidence. Segundo ele, a conversão da moeda norte-americana para outras moedas, como o peso argentino, acontece de forma automática. Além disso, o turista ainda tem a possibilidade de sacar o dinheiro em qualquer caixa eletrônico no exterior.
Outra dica importante é sempre comprar moeda estrangeira aos poucos, para não ficar refém da volatilidade cambial.