Quem investe em títulos de renda fixa certamente já se deparou com a sigla CDI. Ela diz respeito à taxa do Certificado de Depósito Interbancário e, dentro do universo de investimentos, está quase sempre associada ao retorno dos ativos financeiros — talvez o mais comum seja o Certificado de Depósito Bancário (CDB), mas as Letras de Crédito (LC) também são impactadas por ele.
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Mas se o investidor não souber a que corresponde o valor do CDI, de nada adianta a informação de que um título rende 100% ou 110% dessa taxa. Torna-se apenas mais um jargão, entre tantos outros, que pouco explica sobre o retorno prometido sobre o ativo de renda fixa.
A princípio, a taxa do CDI é aplicada a títulos de curto prazo que são negociados apenas entre bancos e instituições financeiras. Em outras palavras, é um empréstimo feito entre essas instituições, de um dia para outro. Mas para entender o porquê dessas operações serem realizadas, uma breve explicação sobre o funcionamento do sistema bancário se faz necessária.
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Por determinação do Banco Central (BC), toda instituição financeira que opera no País deve fechar seus caixas com saldo positivo, todos os dias. Acontece que nem sempre isso é possível apenas com a entrada de moeda corrente, em posse dos clientes. Um banco, por exemplo, pode emprestar mais dinheiro ou registrar mais saques do que depósitos — fechando a contabilidade do dia ‘no vermelho’.
Quando isso ocorre, a instituição financeira pode recorrer ao mercado interbancário, para pegar um empréstimo junto a outro banco e encerrar suas operações do dia ‘no azul’. Esse empréstimo é regido pela taxa do CDI, que orbita a taxa básica de juros do País, a Selic (hoje, em 10,5% ao ano).
Portanto, ao encontrar um título de renda fixa que oferece 100% do CDI, por exemplo, o investidor já sabe que o rendimento será próximo à principal referência dos juros brasileiros, a taxa Selic. Por essa razão, ativos indexados ao CDI são considerados previsíveis, visto que é possível acompanhar com certa antecedência as decisões de política monetária (que determinam a curva da Selic).
Hoje, o CDI está no patamar de 10,65% ao ano. Um ativo de renda fixa que ofereça 100% do CDI, com uma aplicação de R$ 1 milhão por 12 meses, entregaria cerca de R$ 106,5 mil para o investidor, ao término do contrato (o cálculo não considera a tributação de 17,5% do Imposto de Renda).
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A busca por assessores de investimentos e outros profissionais capacitados do ramo de finanças é sempre recomendada, a fim de reduzir os riscos de prejuízo e auxiliar na escolha do produto de renda fixa que melhor atenda as necessidades do cliente.