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- Entre os ‘famosos’ que fazem parte da lista dos mais valorizados por menos de R$ 4 estão os papéis ON e PN da OI (OIBR3 e OIBR4). Em segundo e terceiro lugar, os ativos acumulam altas de 98,84% e 88,62%, aos R$ 1,71 e R$ 2,32, respectivamente
- O grande destaque da lista é a Atom Participações (ATOM3), que oferece cursos para formação de traders. Os papéis da companhia de serviços financeiros valorizaram 104,19% no ano, aos R$ 3,71
- As duas últimas empresas do ranking são Recrusul (RCSL3) e Biosev (BSEV3), que se valorizaram 76,14% e 55,48% no ano, para R$ 3,1 e R$ 4,4, respectivamente
Mesmo entre os menores valores nominais da Bolsa, existem papéis que acumulam grandes valorizações no ano. Seja por balanços que vieram mais positivos que o esperado, especulação ou por estarem em setores favorecidos pela pandemia, essas ações conseguiram ultrapassar os 50% de alta em 2020.
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Entre os ‘famosos’ que fazem parte da lista dos mais valorizados por menos de R$ 4 estão os papéis ON e PN da OI (OIBR3 e OIBR4). Em segundo e terceiro lugar, os ativos acumulam altas de 98,84% e 88,62%, aos R$ 1,71 e R$ 2,32, respectivamente.
Fora a companhia do segmento de telecomunicações, os demais integrantes do ranking estão bem longo do mainstream no mercado financeiro. O levantamento exclusivo foi feito pela Economatica a pedido do E-Investidor.
Nome | Código | Fechamento 06/nov | Retorno entre 31/dez/2019 e 06/nov/2020 |
|
1 | Atompar | ATOM3 | R$ 3,41 | 104,19% |
2 | Oi | OIBR3 | R$ 1,71 | 98,84% |
3 | Oi | OIBR4 | R$ 2,32 | 88,62% |
4 | Recrusul | RCSL3 | R$ 3,1 | 76,14% |
5 | Biosev | BSEV3 | R$ 4,4 | 55,48% |
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No caso da Oi, que está em recuperação judicial desde 2016, o que motivou a alta dos papéis foram as expectativas com o novo plano de reestruturação. A companhia iniciou o processo de venda de ativos para cobrir dívidas: a parte de telefonia móvel, por exemplo, deve ser adquirida por um consórcio formado por Tim, Vivo e Claro, em uma operação de R$ 16,5 bilhões – o que animou os investidores e motivou especulação em torno dos papéis.
“A Oi é uma empresa profundamente endividada, mas ela tem tudo para conseguir cumprir o plano, vender os ativos e assim cobrir boa parte dessas dívidas”, explica Mario Goulart, analista da Polyface. “Ainda assim, não seria uma recomendação de compra, é um ativo para quem quer especular, porque a companhia ainda não tem um financeiro confortável”, explica.
Já o grande destaque da lista é a Atom Participações (ATOM3), que oferece cursos para formação de traders. Os papéis da companhia de serviços financeiros valorizaram 104,19% no ano, aos R$ 3,71. O salto foi impulsionado pelos números do segundo trimestre de 2020, que vieram bem acima das expectativas.
No total, a empresa lucrou R$ 3,397 milhões entre abril e junho deste ano, em uma alta de 571% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando a Atom registrou lucro de R$ 506 mil. No balanço, a empresa afirma que chegou a marca de 8 mil novos alunos durante o trimestre.
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“É uma empresa com caráter mais especulativa, que teve bons resultados no segundo trimestre, mas não parece ter finanças muito sólidas”, explica Goulart . Entretanto, um dos sócios fundadores da Atompar, José Joaquim Paiffer, foi condenado pela CVM em 2018 por manipulação de mercado.
As duas últimas empresas do ranking são Recrusul (RCSL3) e Biosev (BSEV3), que se valorizaram 76,14% e 55,48% no ano, para R$ 3,1 e R$ 4,4, respectivamente. Enquanto a primeira cuida de implementos rodoviários, a segunda é o braço sucroenergético da gigante de produtos agrícolas Louis Dreyfus.
“A Recrusul dava prejuízo líquido desde o início de 2019 e agora no terceiro trimestre teve lucro, de R$ 473 mil, o que foi uma reversão importante para a companhia e acabou valorizando as ações”, diz Goulart.
Em relação à Biosev, o especialista explica que o salto do dólar ajudou nos resultados. “A Biosev é uma processadora de cana de açúcar que, como commodity, é dolarizada.”
Cautela redobrada
Para Andre Massaro, especialista em finanças, é necessário ter cautela com os papéis com baixa cotação, mesmo que eles pareçam ir bem no ano. “Ter um valor nominal baixo não significa que a ação esteja ‘barata’, é preciso analisar a empresa para entender”, afirma.
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Outra questão a ser analisada também seria o risco mais alto em torno deste tipo de papel. “Ações de baixo preço nominal tendem a ser mais voláteis, tanto para cima quanto para baixo. E uma movimentação de R$ 0,01, para cima ou para baixo, em um papel que custa R$ 2 é muito mais relevante do que em um papel que custa R$ 30”, explica.