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Ações seguras: o que são e como ajudam nos períodos de crise?

Veja quais são os setores mais resilientes e as empresas mais sólidas para enfrentar uma eventual segunda onda de coronavírus

Ações seguras: o que são e como ajudam nos períodos de crise?
Veja quais são os setores mais resilientes quando o assunto é ação segura e as empresas mais sólidas para enfrentar uma eventual segunda onda de coronavírus. (FOTO: Olivier_Le_Moal)
  • Setores como transmissão de energia, varejo com foco em e-commerce e celulose são boas opções para fugir dos riscos
  • Para identificar quais os papéis mais defensivos diante de uma 2ª onda de covid, é preciso relembrar quais tiveram melhor performance na 1ª onda
  • Companhias com maior previsibilidade do fluxo de caixa apresentam menos oscilações nos seus resultados

Com as incertezas geradas pela pandemia de covid-19, e a expectativa sobre o início de uma segunda onda no País, muitos investidores temem ver seus ativos derreterem em poucos dias.

Em uma enquete do E-Investidor no Twitter, os seguidores votaram sobre o assunto que mais querem entender, levando em conta uma eventual segunda onda da doença.

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Para Paloma Brum, economista da Toro Investimentos, uma eventual segunda onda desaceleraria a retomada econômica global.

“Neste contexto de pandemia, em que existem medidas de restrição à circulação de pessoas, as ações mais seguras são aquelas que conseguem ter um bom desempenho, mesmo com as limitações atuais”, explica.

Alguns papéis são menos voláteis do que outros. Em geral, as ações que nem sobem, nem descem muito, são de setores considerados fundamentais que, mesmo durante uma crise ou recessão, não deixam de apresentar demanda sólida.

Um dos setores mais impactados pela pandemia do covid-19, por exemplo, foi o das companhias aéreas, que tiveram suas atividades suspensas devido aos bloqueios em aeroportos e fronteiras.

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Já a vida das companhias de energia, principalmente do segmento de transmissão e geração, mudou pouco por conta da crise.

Ações seguras: o que são?

Por se tratar de um mercado de renda variável, não existem ações seguras, diz Ricardo França, analista da Ágora Investimentos. “O que existem são empresas e setores menos dependentes do nível da atividade econômica do país”, afirma.

“Para identificar quais os papéis mais defensivos, é preciso relembrar quais tiveram melhor performance na primeira onda. O setor de varejo, principalmente ligado ao e-commerce, acabou se saindo muito bem durante a pandemia. O grande destaque fica por conta da Via Varejo”, informa o analista.

De acordo com a economista Paloma Brum, as empresas de varejo online, como Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3), B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME3 e LAME4) foram destaques do Ibovespa, por serem resilientes em um cenário de crise.

Porém, França explica que a segunda onda tem características distintas da primeira. “Alguns setores da economia já se reinventaram, por isso, teoricamente, podemos vir a observar um impacto menor do que o que tivemos na primeira onda”, afirma.

Entenda a volatilidade das ações

Pelo fato de a ação ser um instrumento de renda variável, o investidor deve entender que vai haver volatilidade, mas alguns papéis são menos voláteis devido às características da empresa.

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Companhias com maior previsibilidade do fluxo de caixa apresentam menos oscilações nos seus resultados. “Essas, independentemente do momento da economia, tendem a ser ações de menor volatilidade”, diz França.

Para Paloma, a segurança no mercado de renda variável é menor, mas não quer dizer que ela não exista. “Não é igual à renda fixa, pois você não conhece a rentabilidade do ativo”, diz, lembrando que é possível ter ações mais resilientes ou defensivas no portfólio. “Existe um nível de risco menor nesses papéis em um cenário de crise comparado a outras ações”.

Para França, uma das formas mais tradicionais de reduzir a volatilidade da carteira é por meio da diversificação. “Ter exposição aos diferentes setores e ações variadas acaba construindo um portfólio menos volátil ao longo do tempo. Existem outros instrumentos que o investidor pode buscar no mercado de renda variável, como os derivativos, que permitem construir uma estratégia para limitar as suas perdas”, afirma.

“Além da diversificação no mercado de ações, sempre sugerimos que os investidores tenham outras classes de ativos, como a renda fixa”, diz França.

Quais os setores e ações recomendadas?

Segundo Paloma Brum, as ações de empresas exportadoras são uma boa opção porque não dependem tanto do crescimento da economia brasileira e se beneficiam da alta do dólar.

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“O Brasil tem uma pauta de exportação mais focada em commodities e consegue pegar este fluxo exportador e se beneficiar dele”, diz. É o caso das ações do setor alimentício, como a dos frigoríficos Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3), que avançaram na pandemia.

Outra questão foi a mudança do hábito de consumo dos brasileiros. “Com as pessoas se alimentando mais em casa, essas empresas acabaram tendo uma demanda muito forte”, lembra Paloma. “Com as medidas de isolamento social, essa demanda tende a se fortalecer”.

Para Paloma Brum, os bons resultados obtidos por Klabin (KLBN3, KLBN4 e KLBN11) e Suzano podem ser explicados por dois fatores. “Apesar de termos visto uma queda na demanda dos materiais escolares e de escritório, as empresas tiveram um aumento muito forte na demanda por papel higiênico e nos papéis para embalagem”, informa.

Há ainda exportadoras que se beneficiam não só da alta do dólar, mas de algumas questões específicas, como a do minério de ferro.

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A recuperação da China e a retomada dos setores de infraestrutura e construção civil, por exemplo, levam para cima a demanda por minério de ferro. “Neste cenário, empresas como Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) saem fortalecidas”, diz Paloma.

O setor de transmissão de energia também é bastante resiliente, na visão dos analistas, uma vez que contam com contratos de longo prazo.

“Empresas como a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4) e a Taesa, por exemplo, têm contratos de longo prazo, o que traz maior previsibilidade para as suas receitas”, diz Paloma. “Independentemente do cenário de crise, essas empresas já têm energia contratada em acordos de longo prazo”.

Segundo os analistas ouvidos pelo E-Investidor, os setores mais resilientes e as empresas mais sólidas são:

  • Transmissão de energia – Destaque para Taesa (TAEE11) e TRPL11;
  • Papel e celulose – Destaque para Klabin (KLBN3, KLBN4 e KLBN11) e Suzano (SUZB3);
  • Setor de minério de ferro – Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4 e GOAU4) e Usiminas (USIM5);
  • Setor de frigoríficos – Marfrig(MRFG3), JBS(JBSS3), Minerva (BEEF3) e BRF(BRFS3);
  • Setor de varejo – Via Varejo (VVAR3), Magazine Luiza(MGLU3), B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME3 e LAME4)

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