- A recente valorização já surtiu efeitos nos fundos cambiais que, durante o mesmo período, apresentaram ganhos acima de 1%
- No entanto, ao olhar o desempenho no acumulado de 2023, os fundos permanecem com perdas de 7% durante o período.
- Os dados da Economatica também mostraram que essa classe teve registrou uma captação líquida negativa de R$ 1 bilhão durante o mesmo período
Os fundos cambiais são uma alternativa para os investidores interessados em lucrar com a alta de moedas estrangeiras, principalmente a do dólar. Segundo dados da Economatica, a moeda norte-americana teve uma valorização de 2.55% no acumulado mensal e já conseguiu alcançar o patamar dos R$ 5 na última quarta-feira (27). A recente valorização já surtiu efeitos nos fundos cambiais que, durante o mesmo período, apresentaram ganhos acima de 1%.
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No entanto, ao olhar o desempenho no acumulado de 2023, os fundos permanecem com perdas de 7% durante o período. As perdas refletem a queda do dólar ao longo do ano que, de acordo com a Economatica, alcançou uma desvalorização de 3,26%. A realidade contribuiu para que a captação líquida dessa classe de ativos registrasse um saldo negativo de R$ 1 bilhão. Ou seja, houve mais saques do que entradas nos fundos durante o período.
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Segundo Renan Suehasu, planejador financeiro CFP®️ e sócio da A7 Capital, o cenário é reflexo de que a variação cambial não favoreceu esses investimentos. “A moeda americana iniciou 2023 próximo do patamar de R$5,34 e, mesmo com as recentes altas, encontra-se em um patamar menor do que no início do ano (R$4,97 aproximadamente), apresentando uma queda de quase 7%”, diz Suehasu.
O momento ideal para investir
A baixa performance dos fundos cambiais pode sinalizar uma oportunidade aos investidores que visam retornos atraentes no longo prazo. No entanto, Suehasu não recomenda ao investidor se posicionar nesses produtos com foco nas variações no curto prazo. Segundo ele, há o risco do investidor ficar no prejuízo diante das inúmeras variáveis que influenciam na cotação do dólar perante ao real. “Teoricamente, o dólar é uma moeda que tende a se valorizar perante ao real no longo prazo, além da segurança em momentos de crise”, afirma.
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Segundo dados do Boletim Focus, o dólar deve encerrar 2023 cotado a R$ 4,95. Já nos anos de 2024 e 2025, a previsão é que a moeda fique no patamar de R$ 5 e R$ 5,10. Mesmo com a tendência de valorização, a orientação do especialista da A7 Capital é priorizar os fundos que tenham posição em ativos no exterior, como bonds e ações. “Além de estar protegido em moeda internacional, terá uma valorização de um ativo lá fora (ou seja, escolher um fundo de gestão ativa)”, ressalta Suehasu.
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Vale ressaltar que essas características ajudam na diversificação do portfólio do investidor. Segundo Rodolfo Olivo, professor da FIA Business School, o investidor não deve buscar distribuir o seu patrimônio em mais de uma classe de ativo, mas também deve buscar estar posicionado em moedas estrangeiras ou em mercados fora do país.
“Independentemente da volatilidade do dólar, o investidor deve manter uma parte do patrimônio em fundo cambial ou em outros ativos no exterior. E geralmente, o Brasil tem mais inflação maior do que a dos EUA e, por causa disso, o real tende a se desvalorizar frente ao dólar”, diz Olivo.
Nas negociações desta quinta-feira (28), o dólar encerrou com uma queda de 0,16%, cotado a R$ 5,04.
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