O que este conteúdo fez por você?
- Embora as aplicações em títulos públicos sejam uma primeira alternativa, há um mar de opções na renda fixa privada a se considerar, segundo Ricardo França, analista da Ágora Investimentos
- O especialista ressalta, porém, que a seleção dos ativos não deve se reter à rentabilidade, mas sim ser feita com base em critérios como prazo de vencimento, saúde da empresa emissora e relação risco-retorno equilibrado
Sempre que há um aumento na percepção de risco dos mercados, os investidores se voltam para as oportunidades na renda fixa, beneficiada pelo aumento da Selic nesta quarta-feira (22). O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa para 6,25% ao ano.
Leia também
O cenário atual é de elevação da curva de juros, sobretudo nos vencimentos mais longos em reação a questões locais, como a piora de indicadores da inflação e tensões político-institucionais, indicam relatórios da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI.
Embora as aplicações em títulos públicos sejam uma primeira alternativa, há um mar de opções na renda fixa privada a se considerar, segundo Ricardo França, analista da Ágora Investimentos. O especialista ressalta, porém, que a seleção dos ativos não deve se reter à rentabilidade, mas sim ser feita com base em critérios como prazo de vencimento, saúde da empresa emissora e relação risco-retorno equilibrado.
Publicidade
De acordo com o relatório mensal da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI, assinado por França, José Cataldo, estrategista de análise, e Luiza Mussi, analista de investimentos, as cinco escolhas do mês no segmento são CRA SLC Agrícola, Debênture Light, CRA Minerva, CRA Suzano e DEB Cteep.
Entre esses, há opções pagando IPCA + 4,75% em prazo de dez anos, taxa pouco acima de uma NTN-B de período semelhante. Há também título que remunera IPCA + 5,30%, mas em prazo bem mais longo (vencimento em 2044). (Veja as opções selecionadas pelos analistas na tabela abaixo).
Em entrevista ao Broadcast, França explicou que um portfólio diversificado na renda fixa privada é interessante, alternando títulos com vencimentos mais curtos, como 2023, ou mais longos, como 2044, e com indexadores diferentes, como CDI e IPCA. “A gente quer mostrar para o investidor que existem diferentes opções mesmo dentro do universo de renda fixa”, afirma. “O retorno [do título] não é o único critério, até porque um maior retorno está ligado a um maior risco, e nossa proposta é encontrar opções equilibradas.”
Publicidade
França acrescenta que 2022 é um ano eleitoral, então a volatilidade para os ativos já é esperada. O analista da Ágora ressalta que as oscilações na rentabilidade podem vir - e provavelmente virão - mesmo nas aplicações em renda fixa. “No geral, para aquele investidor que busca a renda fixa, especialmente os mais conservadores, a gente sugere levar o título até o vencimento, para que não enfrentem a volatilidade da curva de juros e tenham assegurado o retorno proposto”, diz.
França afirma, porém, que boas oportunidades podem surgir no meio do caminho e alguns investidores mais confiantes podem ganhar dinheiro vendendo os ativos antes do vencimento. “Mas ‘tradar’ renda fixa no curto prazo não é algo tão simples e nem combina muito com o perfil do investidor que busca essa aplicação”, avalia.