Os fundos de investimento registraram o pior resultado de retiradas líquidas (diferença entre aportes e resgates) dos últimos cinco anos, mostram dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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De janeiro a setembro deste ano, a captação líquida foi de R$ 17,1 bilhões. No mesmo período do ano passado, esse valor foi de R$ 414,7 bilhões, ou seja, teve uma redução de 104,1%.
“O desempenho dos fundos foi impactado por diversos fatores, como a corrida eleitoral, a escalada da inflação, a crescente aversão ao risco e, consequentemente, o aumento da atratividade de produtos de renda fixa isentos de imposto de renda, como os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)”, disse Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.
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No caso dos fundos de renda fixa, apesar da queda de 60,4% na captação líquida em relação ao ano anterior, a classe acumulou saldo líquido positivo de R$ 94,7 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Já os fundos de ações e os multimercados registraram saídas líquidas de R$ 57,9 bilhões e R$ 79,7 bilhões, respectivamente.
A maioria dos fundos de renda fixa teve rentabilidade positiva no acumulado do ano, com retornos próximos à taxa DI, que fechou o mesmo período em 8,9%. O destaque foi o tipo duração baixa crédito livre – que permite manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito do mercado doméstico ou externo – com 9,9% de retorno.
No entanto, os fundos dos tipos dívida externa (que investem no mínimo 80% em títulos da dívida externa da União) e investimento no exterior (mínimo de 40% no exterior) apresentaram rentabilidade negativa de 11,2% e 6,2%, respectivamente.
Grande parte dos multimercados teve retorno positivo. O melhor desempenho foi o do tipo long and short neutro (faz operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável), que rendeu 20,6% no período. A exceção foi o capital protegido (busca retornos em mercados de risco procurando proteger o principal investido), que acumulou rentabilidade negativa de 10,7%.
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Nos fundos de ações, destacaram-se os dos tipos monoação (investem em apenas uma empresa), com retorno de 22,9%, e FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Participação-Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que possibilitam o uso do FGTS em investimento em estatais em processo de privatização e tiveram rendimento de 20,07%.
O número de contas de fundos subiu 10,1%, passando de 29,7 milhões em agosto de 2021 para 32,7 milhões em agosto deste ano. O crescimento foi impulsionado por mais de 2,3 milhões de novas contas de fundos imobiliários. A classe de renda fixa contabilizou 826,4 mil novas contas, e os multimercados, 291,1 mil.