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Maior empresa privada do mundo, do grupo Alibaba, vai realizar IPO

A Ant Group, que foi avaliada em US$ 150 bilhões, vai abrir o capital na China

Maior empresa privada do mundo, do grupo Alibaba, vai realizar IPO
Um escritório da Ant Financial na China (Foto: Shu Zhang/Reuters)
  • A Ant Group, empresa de pagamentos e finanças do titã chinês do comércio eletrônico Alibaba, entrou com um pedido para listar ações em Hong Kong e Xangai
  • Na China, US$ 67 trilhões em transações foram realizadas em dispositivos móveis em 2018, de acordo com estimativas da empresa de pesquisas Bernstein

(Raymond Zhong/ The NYT News Service) – A Ant Group, empresa de pagamentos e finanças do titã chinês do comércio eletrônico Alibaba, entrou com um pedido para listar ações em Hong Kong e Xangai na terça-feira (25), o que é um primeiro passo para o que pode ser uma oferta pública inicial (IPO) de sucesso.

O financiamento on-line explodiu na China nos últimos anos e o principal serviço da Ant, o Alipay, tem sido um impulsionador chave desse processo.

Proporcionalmente, poucas pessoas na China tinham cartão de crédito quando o varejo eletrônico e outros serviços de internet começaram a decolar no país. Isso ajudou os pagamentos baseados em aplicativos a se tornarem muito mais onipresentes na China do que no Ocidente.

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Na China, US$ 67 trilhões em transações foram realizadas em dispositivos móveis em 2018, de acordo com estimativas da empresa de pesquisas Bernstein. Muitos deles aconteceram por meio do Alipay e do WeChat, um aplicativo de mensagem que funciona como carteira digital de propriedade de outro gigante chinês da internet, a Tencent.

Uma vez que as pessoas estavam usando o Alipay para pagar por compras online, o Ant poderia começar a oferecer outros tipos de serviços por meio do aplicativo, incluindo empréstimos pessoais e apólices de seguro. O Alipay diz que tem 900 milhões de usuários na China.

“Essa abordagem de superaplicativo, onde você cria um ecossistema que é habilitado por pagamentos e, em seguida, adiciona outros produtos e serviços, tanto financeiros quanto não financeiros, é algo que nenhuma outra empresa ao redor do mundo fez com sucesso”, diz Zennon Kapron, diretor da Kapronasia, uma empresa de pesquisa focada na indústria de tecnologia financeira.

A venda de ações da Ant provavelmente será grande. Há dois anos, a empresa levantou recursos e foi avaliada em US$ 150 bilhões, o que fez dela uma das empresas privadas mais valiosas do mundo.

No registro, a empresa não indica quanto espera captar com a venda de ações. Os investidores, no entanto, deram sua primeira olhada detalhada nas principais finanças das empresas.

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A Ant disse que gerou US$ 17 bilhões em receita no ano passado, um salto de mais de 40% em relação a 2018. Mais da metade de sua receita de 2019 veio de serviços financeiros, como empréstimos, gestão de patrimônio e seguros, oferecidos pela Alipay.

As taxas que recebia pelo processamento de pagamentos e atendimento a comerciantes respondiam por quase todo o resto.

A empresa disse que transações no valor de US$ 16 trilhões ocorreram na Alipay no ano passado, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Ela também observou que a plataforma aprovou US$ 290 bilhões em crédito para pessoas físicas e pequenas empresas, bem como US$ 500 bilhões em investimentos.

Ao contrário de algumas outras empresas de tecnologia de rápido crescimento que listaram ações nos últimos anos, a Ant não está perdendo dinheiro. Ela informou que seu lucro no ano passado foi de cerca de US$ 2,5 bilhões.

Num momento de turbulência interna, a oferta da Ant sinaliza confiança no status de Hong Kong como um centro financeiro. As autoridades centrais em Pequim usaram uma nova lei de segurança nacional para reprimir os protestos antigovernamentais em Hong Kong, um território chinês, e no processo lançaram dúvidas sobre seu status de livre-pensamento. A cidade também foi afetada por ondas de infecções por coronavírus.

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A escolha da Ant pelas bolsas chinesas em vez das americanas visa capitalizar o interesse dos investidores locais, para quem a Alipay é um nome familiar. O Alibaba realizou uma venda gigante de ações em Nova York em 2014 e uma segunda listagem em Hong Kong no ano passado.

Mas isso também reflete a situação incômoda das empresas chinesas de tecnologia nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump prometeu restringir aplicativos, incluindo WeChat e TikTok, em nome de proteger os americanos da coleta de dados pelo Partido Comunista Chinês.

Na semana passada, o presidente-executivo do Alibaba, Daniel Zhang, referiu-se à situação entre as empresas chinesas e a administração Trump como “fluida”.

“Estamos monitorando de perto a última mudança nas políticas do governo dos EUA”, disse Zhang durante uma teleconferência com analistas.

Onde tudo começou para a formiga

O Alibaba criou a Alipay em 2004 como uma ferramenta para construir confiança entre compradores e vendedores em seus bazares online. Na época, o varejo pela internet estava nascendo na China. Ao manter os pagamentos em custódia, a Alipay ajudou a garantir aos clientes que eles não perderiam dinheiro se os comerciantes revelassem ser golpistas.

Com o tempo, a marca evoluiu para uma ferramenta de pagamento multifacetada e o Alibaba a transformou em uma entidade separada, que foi rebatizada como Ant Financial, em 2014. As duas empresas tinham um acordo de participação nos lucros até que o Alibaba adquiriu um terço das ações da Ant no ano passado.

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Recentemente, a empresa começou a abandonar o termo “financeiro” de seu nome em inglês, dizendo que quer enfatizar sua tecnologia. A Ant tem buscado ampliar seu alcance global através de parcerias com empresas de pagamento na Índia, Sudeste Asiático e Grã-Bretanha.

Mas suas ambições em um mercado gigante foram frustradas pela política. Em 2018, ela interrompeu as negociações para comprar a MoneyGram, uma empresa de transferência de dinheiro dos EUA, depois que o negócio não conseguiu a aprovação de um comitê de Washington que examina as transações de investimento para riscos de segurança nacional.

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