- Nos últimos 12 meses até março, os CDBs renderam, em média 5,01% bruto, enquanto a poupança rendeu 3,89% líquido
- Em março, os CDBs registraram ganho médio bruto de 0,33%, enquanto a poupança teve ganhos líquidos de 0,24%
- O CDB é tão seguro quanto à tradicional caderneta de poupança, pois tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
Em meio a um turbilhão de incertezas sobre os impactos econômicos e financeiros da pandemia de covid-19, os investidores mais cautelosos estão buscando as aplicações que são consideradas mais seguras e com liquidez diária, ou seja, aquelas que podem ser resgatadas no mesmo dia (D+0) ou no máximo, no dia útil seguinte (D+1), como o certificado de depósito bancário (CDB).
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De acordo com dados do último boletim mensal de renda fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o volume de CDBs que tinha crescido R$ 3 bilhões em fevereiro, teve um aumento de R$ 114 bilhões em março, para um total de R$ 1,077 trilhão em estoque. Nos últimos 12 meses até março, os CDBs renderam, em média 5,01% bruto, enquanto a poupança rendeu 3,89% líquido. Em março, os CDBs registraram ganho médio bruto de 0,33%, enquanto a poupança teve ganhos líquidos de 0,24%.
Um dos CDBs mais comuns é o corrigido pela taxa de depósito interfinanceiro (DI) com prazo mínimo de um mês, mas que pode ser resgatado a qualquer momento, desde que o aplicador pague a alíquota de 22,5% do imposto de renda sobre ganhos de capital e imposto sobre operações financeiras (IOF) gradual e regressivo diário incidente quando o prazo de permanência for inferior a 30 dias. Na outra ponta, quem recebe o dinheiro pelo CDB é o banco, que utiliza esse recurso livremente para compor o caixa ou para emprestar para outros clientes da instituição financeira.
Melhores taxas
A novidade mais recente é que no meio da crise atual, os bancos querem captar recursos para atravessar esse período com mais tranquilidade. Até fevereiro, as instituições financeiras não estavam precisando muito de recursos, mas a partir de março essa situação se inverteu e passaram a pagar taxas melhores aos aplicadores.
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Antes, grandes bancos, por exemplo, ofereciam CDBs a 80% da taxa DI ou a 90% da taxa DI, mas agora já há casas como Itaú oferecendo 100% do DI em CDB DI com prazo mínimo de seis meses. Vale citar que bancos menores e médios, além de financeiras costumam captar via CDBs com taxas melhores, mas com prazo que variam entre 90 dias, seis meses, um ano, dois anos e até cinco anos.
O Banco BMG, por exemplo, está com taxa de 104% da Selic, para CDB de 30 dias, com resgate para o dia seguinte (D+1). “As taxas para CDBs e letras de câmbio (LCs) aumentaram bastante no mercado secundário, percebi até 30% de diferença entre as taxas da primeira semana de abril em comparação com a primeira semana de fevereiro”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Ele acredita que esse período de abril é um momento de oportunidade para os aplicadores em CDBs e LCs com taxas maiores. “Há um cenário um pouco mais claro daqui para frente, com a atuação do Banco Central produzindo efeitos, as taxas vão acabar normalizando”, afirma.
Em outras palavras, se confirmado um ambiente mais favorável nos próximos meses, é provável que as instituições financeiras voltem a reduzir as taxas ofertadas em CDB DI. O CDB é tão seguro quanto à tradicional caderneta de poupança, pois tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, mas a partir desse limite, o aplicador deve considerar o risco de cada instituição emissora.
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