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BlackRock revela onde investir agora para lucrar no 2º semestre

Inteligência artificial, ações japonesas e renda fixa dos EUA; veja tudo que a gestora americana recomenda comprar agora

BlackRock revela onde investir agora para lucrar no 2º semestre
Veja onde investir agora, segundo a BlackRock (Foto: Adobe Stock)

Analistas da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, com US$ 10 trilhões sob gestão, delegaram quais países e segmentos farão parte de suas carteiras no segundo semestre de 2024. Em um relatório compartilhado com o E-Investidor nesta quarta-feira (17), a gestora afirma ter uma posição acima da média em ações dos EUA e no tema de inteligência artificial para um horizonte de 6 a 12 meses. Os especialistas também estão otimistas com ações japonesas, títulos da renda fixa americana de curto prazo e com o crédito privado.

Antes de entrar em detalhes, a gestora destaca que um novo regime macroeconômico está se consolidando devido à redução da população em idade de trabalho, o que está causando uma restrição na oferta devido à menor produção. Na visão da BlackRock, a consequência disso é o aumento da inflação seguido por taxas de juros mais altas.

No entanto, os especialistas da BlackRock veem ondas de transformação no horizonte, impulsionadas por cinco mega forças — ou mudanças estruturais. Eles estimam que três delas promovem grandes gastos de capital: a corrida para desenvolver inteligência artificial, a transição para uma economia de baixo carbono e a reestruturação das cadeias de suprimento.

“O tamanho, a velocidade e o impacto desses investimentos são altamente incertos, mas acreditamos que podem transformar economias e mercados como as revoluções tecnológicas do passado”, afirmam Philipp Hildebrand, vice-chairman da BlackRock, e Jean Boivin, Head do BlackRock Investment Institute.

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Segundo a gestora, muitos investidores podem preferir manter o dinheiro em aplicações de renda fixa com liquidez diária devido aos juros elevados. No entanto, a empresa sugere que o melhor para o investidor é aplicar o dinheiro em inteligência artificial e que isso deve ser feito agora. Conforme a companhia, o setor pode passar por uma transformação que pode resultar em um amplo aumento da produtividade, com as empresas de IA vencedoras sendo possivelmente supervalorizadas.

“Acreditamos que os mercados provavelmente continuarão recompensando empresas percebidas como vencedoras em IA nos próximos seis a 12 meses — independentemente de onde a transformação leve a longo prazo. Achamos que os investidores devem assumir riscos de forma mais deliberada agora, em várias dimensões”, acrescentam Hildebrand e Boivin, que assinam o relatório. O documento também é assinado por outros integrantes da equipe da gestora.

O que a BlackRock diz sobre investir em ações japonesas?

Segundo a gestora, o Japão está na vanguarda das principais economias que lidam com uma população envelhecida. No entanto, seu renascimento econômico — e o retorno da inflação, que estava ausente há muito tempo — torna seu mercado de ações uma das convicções mais fortes da BlackRock, tanto em termos táticos quanto estratégicos.

No curto prazo, a gestora diz haver um cenário macroeconômico benigno e fundamentos corporativos em melhoria — incluindo reformas contínuas para aumentar a lucratividade — levando os especialistas a aumentarem suas exposições às ações japonesas. Ao mesmo tempo, o Banco do Japão está sendo paciente na normalização da política monetária, após elevar as taxas de juros pela primeira vez em quase duas décadas.

“A perspectiva macro estável do Japão — com inflação moderada alimentando salários mais altos e maior poder de precificação corporativa — também reforçou nossa visão otimista para retornos de ações em horizontes estratégicos de cinco anos ou mais. Na nossa opinião, isso significa que as ações japonesas justificam uma alocação maior em horizontes de cinco anos ou mais do que o benchmark sugeriria”, aponta a empresa de investimentos.

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Portanto, a BlackRock mantém sua classificação de overweight para as ações japonesas. Esse termo significa que a gestora cogita fazer uma alocação acima da média do mercado em ações japonesas, equivalendo a uma recomendação de compra no vocabulário brasileiro. “Vemos uma melhoria de médio prazo nos lucros corporativos à medida que o retorno da inflação e os ganhos salariais dos trabalhadores proporcionam às empresas maior poder de precificação”, diz a equipe da gestora americana.

Quais ativos de renda fixa a BlackRock recomenda investir no 2º semestre?

Os especialistas também destacam que gostam da renda fixa americana, especialmente dos títulos que vencem nos próximos dois anos, além dos títulos de crédito privado. Eles comentam que, devido à inflação persistente, preferem títulos indexados à inflação em vez de títulos nominais de longo prazo em um horizonte estratégico. “Mantemos nossa preferência de longo prazo por crédito privado, mesmo com a compressão dos spreads e assumindo cuidadosamente os riscos de inadimplência. Por quê? Vemos o crédito privado assumindo um papel maior no financiamento”, diz a BlackRock.

O que a BlackRock indica para os mercados emergentes, China e Reino Unido?

Segundo o documento, a BlackRock tem uma recomendação neutra para os mercados emergentes, os especialistas enxergam que o crescimento das ações é misto e muito arriscado. Apesar dessa recomendação, os analistas veem a Arábia Saudita e a Índia como países interessantes para os investidores, pois estão posicionados para se beneficiar das forças macroeconômicas.

Para a China, a recomendação também é neutra, devido aos riscos advindos do fraco consumo das famílias, mesmo com o apoio político moderado. Além disso, os especialistas dizem que o país tem uma população envelhecida e riscos geopolíticos que representam desafios estruturais para o país asiático.

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No caso do Reino Unido, a BlackRock mantém uma recomendação de overweight (equivalente à compra). O otimismo surge em meio à estabilidade política e a uma retomada no crescimento que poderia melhorar o sentimento dos investidores, elevando o valor dos papéis negociados no Reino Unido em comparação com outros mercados de ações de países desenvolvidos.