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- Analistas do Bradesco BBI chamaram atenção para o fato de que a BR Properties entrou em estágio de "quase liquidação", reduzindo 88% de seu capital remanescente
- No ano passado, a BR Properties vendeu 12 prédios corporativos para a Brookfield por R$ 5,920 bilhões
- Nesta terça, a companhia anunciou redução de capital de R$ 2,510 bi corresponde a 88% do valor de mercado da companhia, ou R$ 5,41 por ação
A reorganização do capital anunciado pela BR Properties foi considerada positiva pela equipe de análise do Bradesco BBI tendo em vista a geração de valor para os acionistas. Entretanto, os analistas do banco chamaram atenção para o fato de que a companhia entrou em estágio de “quase liquidação”, reduzindo 88% de seu capital remanescente e mantendo no portfólio apenas alguns imóveis industriais e terrenos.
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No ano passado, a BR Properties vendeu 12 prédios corporativos para a Brookfield por R$ 5,920 bilhões. O dinheiro da venda foi usado para o pagamento de todas as dívidas e uma primeira redução de capital no valor de R$ 1,125 bilhão.
Nesta terça-feira (03) a companhia fez um conjunto de anúncios que abrangem uma nova redução de capital na ordem de R$ 2,510 bilhões, transferência de ativos para um fundo imobiliário em que os acionistas passarão a ser cotistas, além do agrupamento de ações da companhia.
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“Aplaudimos a iniciativa de devolver o caixa aos acionistas sob o pressuposto de que a empresa carece de aplicação atrativa de recursos no momento, mostrando mais uma vez a capacidade diferenciada de alocação de capital e disciplina da BR Properties”, descreveram os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato, em relatório do Bradesco BBI.
A BR Properties anunciou que o conselho de administração aprovou a convocação de uma assembleia para discutir a nova redução do capital por considerá-lo excessivo. A proposta prevê a restituição aos acionistas de uma parcela em dinheiro de R$ 1,276 bilhão e uma parcela em cotas do Fundo Imobiliário BRPR Corporate Offices, no valor total de R$ 1,234 bilhão.
A redução de capital de R$ 2,510 bilhões corresponde a 88% do valor de mercado da companhia, ou R$ 5,41 por ação, considerando dados do último pregão, conforme apontaram os analistas do Bradesco BBI.
A porção que voltará para os acionistas na forma de dinheiro corresponde a R$ 2,75 por ação (45% de “cash yield”), pelos cálculos dos analistas.
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Por sua vez, a fatia remanescente de R$ 1,234 bilhão irá para o fundo imobiliário recém-criado, para onde foram transferidos os edifícios corporativos que sobraram no portfólio – Passeio Corporate e o Águas Claras. Com isso, os imóveis foram avaliados em R$ 13,4 mil por metro quadrado, apontaram os analistas.
“A transferência de ativos para o fundo poderia liberar valor para os acionistas, já que o mercado de fundos imobiliários no Brasil atualmente é negociado com um desconto de 15% a 20% em relação ao valor líquido do ativo (NAV, na sigla em inglês), enquanto a ação da companhia é negociado com um desconto de 40%”, afirmaram.
Outra proposta anunciada pela BR Properties foi o grupamento da totalidade das ações na proporção de 40 para 1. Os analistas avaliaram que a medida servirá para reduzir a volatilidade das ações assim que a ação começar a ser negociada em Bolsa após a redução de capital. Após essa medida, a ação BRPR3 seria negociada a um valor aproximado de R$ 0,72, tornando-se uma penny stock.