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Brasil tem escassez de unicórnios e CVM busca soluções inovadoras

Superintendente fala em estratégia britânica que elevou o total de startups com valor de mercado de US$ 1 bi

Brasil tem escassez de unicórnios e CVM busca soluções inovadoras
(Foto: Envato Elements)
  • Segundo dados da CB Insights, no país há 17 unicórnios, ou seja, cerca de 1% das companhias que alcançaram o valor de US$ 1 bilhão
  • Como solução para aumentar esse número, ele espera que o Brasil siga os passos que a FCA (Financial Conduct Authority, ou órgão regulatório do Reino Unido) realizou nos últimos anos
  • Como destaque, ele citou o sandbox digital, processo em que produtos são testados para otimizar o mercado financeiro

O superintendente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), José Vasco, afirmou com exclusividade ao E-Investidor que o Brasil está aquém da quantidade de unicórnios em relação ao potencial do mercado. Segundo dados da CB Insights, no País há 17 unicórnios, ou seja, cerca de 1% da quantidade de companhias ao redor do mundo que alcançaram o valor de mercado de US$ 1 bilhão.

Presente o evento Criptorama, em São Paulo, Vasco disse esperar que o Brasil siga os passos que a Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês, o órgão regulatório do Reino Unido) realizou nos últimos anos como solução para aumentar o número de startups unicórnios. Como destaque, ele citou o sandbox digital, processo em que produtos são testados em um ambiente controlado no mercado financeiro.

Um das principais produtos que surgiu no sandbox digital na Inglaterra que chamou a atenção de Vasco foi um algorítimo que em 12 segundos lê documentos como pareceres, leis e regulamentos e publica as informações para as companhias do mercado financeiro. Foi estimado uma economia para o setor de investimentos de mais de 1 bilhão de libras.

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Para alcançar o sandbox digital, a CVM, ao lado da DeltaLab, lançará um programa na próxima semana para capacitar companhias. “Cerca de 80% das startups quebram quando são criadas, com os sandbox da FCA, a mesma quantidade se tornou bem sucedida […] e é o que esperamos com o nosso projeto”, afirmou Vasco.

Ele afirmou que o Brasil precisa alcançar um novo patamar e que, até o momento, realizou apenas o sandbox que já vinha sendo aplicado no País. A grande diferença é que no modelo brasileiro a startup precisa participar de um programa da CVM semelhante a um hackaton (espécie de maratona de desenvolvimento). Já no sandbox digital, isso não é necessário.

Ciclos do sandbox regulatório

O primeiro parecer da CVM sobre o assunto surgiu em 15 de maio de 2020, quando empresas puderam se inscrever para oferecer novas tecnologias ao mercado, tendo o apoio do órgão. As três companhias aprovadas trabalham com captable, companhias limitadas ou mercado de balcão, mas nenhuma semelhante à ideia dos algorítimos.

Vasco destacou que o segundo ciclo de empresas do sandbox regulatório está para ser aprovado pelo colegiado, mas a data não foi divulgada. No primeiro dia de evento do Criptorama, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, afirmou que “a Comissão está aberta a inovações”.

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