O aumento em 1 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juros, de 12,25% para 13,25% ao ano, coloca o Brasil no segundo lugar mundial de juro real – ou seja, o retorno de um investimento descontado da inflação. É o que indica um levantamento da MoneyYou, mostrando também que o país fica atrás apenas da Argentina.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fez com que o juro real do País atingisse 9,18%. A líder, Argentina, fica com 9,36%. Neste cenário, o mercado reavalia suas estratégias de investimentos.
Desde o reinício do ciclo de aperto monetário, em setembro do ano passado, o Copom elevou a Selic em quatro ocasiões: de 10,5% para 10,75% ao ano; em novembro, para 11,25%, em dezembro, 12,25%, até alcançar o nível atual.
O cenário para a alta de juros foi catalisado pela questão fiscal, a insistência arrecadatória do governo e sinalização em um pacote ruim de controle de gastos, com uma série mais de indicadores inflacionários pressionados, especialmente nos núcleos e o alívio no câmbio desde a última reunião.
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Além disso, a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de interromper os cortes de juros nos Estados Unidos mantém o dólar pressionado, em resposta às políticas econômicas expansionistas e protecionistas do novo governo de Donald Trump.
O que uma alta de juro real significa para o investidor?
Para os investidores, a nova posição do ranking de juro real do País significa uma boa oportunidade para aplicações em renda fixa, que possuem rendimentos pós-fixados, ou seja, atrelados diretamente a Selic e o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
O Tesouro Selic, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) indexados ao CDI e até mesmo a poupança se beneficiam desse movimento, segundo informou Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, nesta matéria.
Investimentos híbridos, por sua vez, que oferecem uma rentabilidade prefixada mais a correção pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também estão sendo vistos com bons olhos. É importante destacar ainda que esses ativos têm uma relação indireta com a Selic, já que uma das funções dos juros elevados é controlar a inflação, o que torna essa opção interessante no atual contexto de taxas mais altas.