Juros Selic a 15% ao ano levam corretoras a apostarem em bancos e empresas de utilities na carteira de dividendos de setembro de 2025. (Foto: Adobe Stock)
As carteiras de dividendos de setembro de 2025 refletem um cenário em que os juros na casa dos 15% ao ano ainda pesam sobre a atratividade da renda variável, mas não anulam a importância das boas pagadoras para os investidores que buscam previsibilidade e fluxo recorrente.
“O setor bancário continua sendo atrativo para quem busca renda passiva recorrente, já que tradicionalmente remunera bem seus acionistas. As utilities(serviços essenciais, como energia elétrica e saneamento básico) também seguem firmes nesse papel, dado o fluxo de caixa mais estável”, explica o economista Caio Bartine. Ele ressalta, porém, que a seletividade será essencial:
“Juros altos reduzem o apelo imediato das ações, mas os dividendos de empresas sólidas seguem atrativos como complemento à renda fixa.”
Essa leitura está em sintonia com a estratégia de casas como a Empiricus, que reforçou nomes tradicionais de dividendos em sua carteira de setembro, incluindo Itaú (ITUB4) e Gerdau (GGBR4). Também na lista das pagadoras mais consistentes aparecem bancos grandes, como Bradesco (BBDC4), além do próprio Itaú, citados por Bartine como referências de robustez.
No setor de energia, Milene Dellatore, daytrader e diretora da Mide Mesa Proprietária, destaca que a previsibilidade das utilities assegura um espaço de segurança ao investidor. Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET6), CPFL (CPFE3) e Cemig (CMIG4) continuam sendo destaques em dividendos. Segundo ela, são empresas com baixo endividamento e geração de caixa estável, o que permite manter pagamentos mesmo em ciclos de juros restritivos.
A leitura dialoga com carteiras como a da Ágora Investimentos, que manteve Sabesp (SBSP3) e Taesa (TAEE11) em setembro, reforçando o papel defensivo das elétricase de empresas de saneamento.
Além desses setores, o mês traz oportunidades em companhias de consumo e até do setor imobiliário. Bartine cita exemplos como Vulcabras (VULC3), M. Dias Branco (MDIA3), Mitre (MTRE3) e CEB (CEBR3), que aparecem com pagamentos relevantes em setembro. “Esses dividendos refletem tanto a consistência histórica de algumas dessas companhias quanto o bom desempenho recente, que ampliou a geração de caixa”, observa o economista.
No entanto, o alerta é claro: nem todos os dividendos devem ser projetados para os próximos anos. “Companhias menores ou mais cíclicas podem estar distribuindo lucros pontuais sem garantia de continuidade. Por isso, fundamentos sólidos e diversificação setorial são indispensáveis”, reforça Bartine.
Para Dellatore, a Petrobras merece destaque à parte, com projeções de dividend yield (retorno de dividendos) acima de 10% sustentadas pelos preços do petróleo e forte geração de caixa. “É um exemplo de caso em que os ganhos são robustos, mas ainda dependem de fatores externos, como o cenário geopolítico e a volatilidade do petróleo”, pondera.
Esse ponto também aparece nas recomendações da Genial Investimentos, que manteve Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) entre suas escolhas, equilibrando commodities e setores defensivos.
A daytrader conlcui:
Dividendos sustentáveis a longo prazo estão direcionados a bancos, seguradoras e utilities. Já companhias com distribuições muito elevadas neste mês refletem ganhos pontuais que podem não se repetir.
Bartine complementa que o investidor deve manter disciplina, a diversificação e a atenção redobrada à agenda macroeconômica, pois os jurose a desaceleração econômica do País podem afetar diretamente os resultados.
Publicidade
Confira as carteiras recomendadas de bancos e corretoras para setembro.
O que mudou nas carteiras de bancos e corretoras para setembro?
Ágora Investimentos
A carteira de dividendos da Ágora para setembro passou por uma mudança. A corretora trocou as ações da Porto Seguro pelos papéis da Caixa Seguridade (CXSE3).
Ações
Copel (CPLE6)
CPFL (CPFLE3)
Itaú (ITUB4)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Telefônica Brasil (VIVT3)
BB Investimentos
A carteira trimestral de dividendos do BB está composta da seguinte forma:
Ações
ABC Brasil (ABCB4)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Direcional (DIRR3)
Itaúsa (ITSA4)
Klabin (KLBN11)
Taesa (TAEE11)
Vale (VALE3)
CPFL Energia (CPFE3)
Petrobras (PETR4)
Tim (TIMS3)
BTG Pactual
Para setembro, o BTG retirou Klabin (KLBN11), Sabesp e Caixa Seguridade, dando lugar para CPFL, Copasa (CSMG3) e Vulcabras.
Ações
Itaú (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Equatorial (EQTL3)
CPFL (CPFE3)
Eletrobras (ELET6)
Copel (CPLE6)
Copasa (CSMG3)
Gerdau (GGBR4)
Vulcabras (VULC3)
Direcional (DIRR3)
Cemig (CMIG4)
Vibra (VBBR3)
Daycoval Corretora
A corretora não mexeu em sua carteira para este mês.
Ações
BB Seguridade (BBSE3)
Engie (EGIE3)
Copasa (CSMG3)
Taesa (TAEE11)
Itausa (ITSA4)
Telefônica Brasil (VIVT3)
Petrobras (PETR4)
CPFL (CPFE3)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Cemig (CMIG4)
Empiricus
A carteira de dividendos para setembro contou com a entrada da Eucatex (EUCA4) no lugar da B3 (B3SA3).
Ações
Eucatex (EUCA4)
Itaú (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Gerdau (GGBR4)
Porto Seguro (PSSA3)
Itaú BBA
O Itaú BBA não fez nenhuma troca em sua carteira focada em dividendos para setembro.
Ações
Copel (CPLE6)
Marcopolo (POMO4)
Bradesco (BBDC4)
Direcional (DIRR3)
Aura Minerals (AURA33)
Planner
A Planner retirou todas a ações da carteira, acrescentando Banrisul (BRSR6), Copasa (CSMG3), CSU Digital (CSUD3), Porto S.A. e Tim Participações (TIMS3).
Ações
Banrisul (BRSR6)
Copasa (CSMG3)
CSU Digital (CSUD3)
Porto S.A. (PSSA3)
Tim Participações (TIMS3)
Santander
O Santander não mexeu na composição da sua carteira para setembro.
Ações
Alupar (Alup11)
BTG Pactual (BPCA11)
Copel (CPLE6)
CPFL Energia (CPFE3)
Cury (CURY3)
Itaú Unibanco (ITUB4)
OdontoPrev (ODPV3)
Petrobras (PETR3)
Telefônica Brasil (VIVT3)
Vale (VALE3)
Terra Investimentos
A carteira recomendada de dividendos da Terra passou por uma mudança em agosto. Saíram as ações da MRV (MRVE3), enquanto os papéis da Ecorodovias (ECOR3) foram adicionados.