O que este conteúdo fez por você?
- Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) estão protagonizando as promoções de Black Friday no mercado financeiro
- É possível encontrar ativos pagando até 200% do CDI
- Especialistas explicam o que precisa ser analisado antes de investir; as "letrinhas miúdas" que não podem passar despercebidas na hora de investir
A temporada de promoções da Black Friday não movimenta apenas o comércio brasileiro. No mercado financeiro, diferentes instituições lançam produtos promocionais com taxas ou condições especiais na disputa para atrair o dinheiro do investidor. E os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) estão protagonizando as promoções.
Como já mostramos em outras reportagens, os CDBs são produtos bancários de renda fixa bastante populares no Brasil pela facilidade de investimento e, nesse momento de queda da taxa de juros, por ser uma alternativa mais rentável aos títulos do Tesouro Direto. Nas promoções de Black Friday, é possível encontrar ativos pagando até 200% do CDI. Veja algumas opções:
- Ágora Investimentos: CDB pós-fixados com taxa de 116% do CDI para o prazo de 1 ano e meio e 121% do CDI para 3 anos; e CDBs prefixados com taxa de 12,7% ao ano para prazo de 1 ano e meio, 13% para 2 anos, e 13,4% para 3 anos;
- C6 Bank: CDBs pós-fixados de 1 ano, 18 meses e 24 meses com taxas de 120%, 121% e 122% do CDI, respectivamente;
- Mercado Pago: CDBs pós-fixados com taxa de 200% do CDI para novos clientes e de 140% do CDI para usuários da instituição que ainda não investem na modalidade;
- Paraná Banco Investimentos: CDBs pós-fixados com taxa de 110% do CDI e vencimento em 721 dias exclusivos para novos clientes, e de 120% do CDI com vencimento de 1 ano para todos; CDBs prefixados com taxa de 13,50% ao ano.
Reunimos essas e outras ofertas promocionais de investimento nesta outra reportagem. Veja até quando é possível aproveitar.
Oportunidade ou cilada?
As taxas mais atrativas oferecidas nos CDBs promocionais chamam a atenção dos investidores. Mas é preciso tomar cuidado com as regras de cada campanha para não acabar comprando um ativo que não combine com o perfil de risco ou os objetivos daquela alocação.
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“Os pontos de atenção são basicamente os mesmo de qualquer decisão de investimentos em CDB, porém nestes momentos de marketing mais agressivo, o cuidado deve ser redobrado, uma vez que o apelo das campanhas sempre foca muito na rentabilidade e deixa outras informações um pouco mais escondidas nos anúncios”, destaca Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro CFP e sócio-fundador da GT Capital.
Antes de investir em um CDB – seja ele promocional ou não –, o investidor precisa se atentar a alguns detalhes: tipo de indexador, prazo de vencimento e saúde financeira da instituição emissora costumam ser os principais.
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Paula Bento, sócia da HCI Invest /e planejadora financeira CFP pela Planejar, explica que o prazo de vencimento do ativo precisa dialogar com o tempo que o investidor pretende deixar aquela quantia aplicada. Afinal, resgates antecipados podem reduzir a rentabilidade do investidor. Mas não é só isso: como nas aplicações em CDBs são cobradas imposto de renda, ativos de vencimento muito curto precisam ser bem avaliados.
“Mesmo que a rentabilidade oferecida seja alta, ela pode ser igual à média de mercado depois de descontado o IR”, destaca. “Um exemplo: um CDB a 110% do CDI é uma boa taxa, mas quando descontamos o IR de 22,5%, a rentabilidade líquida fica próxima a 90% do CDI.”
Para prazos mais curtos, que serão cobrados na alíquota mais alta do imposto de renda, a recomendação da especialista é procurar por ativos que sejam isentos de IR, como as LCIs e LCAs.
O prazo do ativo também precisa ser analisado dentro de um outro conjunto: o macroeconômico. Ainda que o investidor tenha como objetivo deixar aquele dinheiro investido em um CDB por muito tempo, quanto maior o prazo de vencimento, maior o custo de oportunidade, especialmente para ativos prefixados.
Para Bruno Monsanto, assessor de investimentos e sócio da RJ+ Investimentos, o ideal é analisar o CDB a partir da combinação entre o indexador do título, o prazo e o cenário à frente. “Estamos agora em um momento de corte de juros, porque a inflação está sob controle. Um CDB numa Black Friday que pague IPCA + 10% com vencimento em 6 meses, não diz muita coisa, porque a inflação nos próximos meses não deve dar nenhum susto”, exemplifica.
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Segundo ele, o mesmo vale para os CDBs prefixados. Nesse caso, prazos maiores é que são o problema. “Quanto maior o prazo, mais o título passa a ser arriscado em relação ao custo de oportunidade em possíveis mudanças de cenário, independente da qualidade do emissor. Um prefixado de 14% ao ano por 2 anos é excelente, mas para mais de 5 anos já começa a ficar um pouco arriscado.”
Olho nas condições especiais
Quanto às instituições emissoras do ativo, é preciso tomar cuidado com a saúde financeira. Se há algum risco de insolvência que possa prejudicar o pagamento futuro dos investimentos, por exemplo.
Há alguns sites, como o Banco Data, que ajudam investidores de renda fixa nesse processo. Mas, na dúvida, a recomendação dos especialistas é não investir mais do que os R$ 250 mil garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Para os CDBs promocionais, há ainda alguns pontos adicionais que precisam ficar no radar.
Algumas campanhas limitam o valor de investimento naquele CDB especial. Para quem tem patrimônio mais elevado e gostaria de fazer uma alocação grande, pode fazer pouco sentido se cadastrar em uma nova instituição financeira apenas para a promoção – nesse caso, é preciso ainda ficar atento ao serviço prestado por aquela empresa, se o investidor será cobrado alguma taxa por manutenção da conta ou se há anuidade, por exemplo.
“É muito comum vermos isso nas campanhas, uma condição excepcional para um valor muito baixo de investimento. Um CDB pagando 250% do CDI e, nas letrinhas miúdas, dizendo que só pode alocar R$ 10 mil, por exemplo”, destaca Monsanto. “Para um cliente de patrimônio muito grande, esse valor não faz diferença nenhuma; e quando vê, já abriu a conta”, alerta.
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