O mercado de renda fixa de Brasil e Estados Unidos têm algumas semelhanças quanto aos produtos disponíveis e seu funcionamento. Entre eles, estão o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Certificate of Deposit (CD, na sigla em inglês). A dúvida é se vale a pena investir neles e quando.
Leia também
Ambos são títulos emitidos por instituições financeiras como forma de financiar suas atividades. Na prática, quando o investidor assina esses contratos, ele realiza um empréstimo a juros. Quando o prazo chegar ao fim, uma quantia extra é devolvida junto ao montante que ficou sob tutela do banco ou da corretora de finanças.
- CDB ou LCI e LCA, em qual renda fixa vale mais a pena investir? Veja a simulação
Como a lógica por trás desses ativos de renda fixa é a mesma, eles acabam cumprindo funções semelhantes: em períodos de taxa de juros altas, os CDBs (no Brasil) e os CDs (nos EUA) se tornam mais atraentes. Hoje, a taxa básica de juros brasileira (a Selic) está em 10,5% ao ano. Os juros norte-americanos estão entre 5,25% e 5,5% ao ano (patamar mais alto desde 2001), cenário que persiste desde o final de julho de 2023.
Parecido com o produto brasileiro, o “primo gringo” do CDB também é considerado previsível e seguro. Assim como o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre até R$ 250 mil no País, o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, na sigla em inglês) oferece proteção de até US$ 250 mil para os CDs, nos EUA.
Publicidade
O investidor brasileiro que aposta em CDBs, no âmbito nacional, pode encontrar nos CDs americanos um complemento para sua carteira, visto que essa é uma forma de estar exposto aos ganhos da renda fixa em dólar. Mas é preciso ficar atento ao vencimento, às modalidades oferecidas e tributação.
Os tipos de CDBs e CDs
Enquanto no Brasil os CDBs podem ser encontrados em três modalidades (prefixada, pós-fixada e híbrida), os CDs americanos costumam ser negociados pelo formato prefixado. Em termos de vencimento, os contratos podem variar muito: de três meses a dois anos, com a possibilidade de liquidação antecipada, em caso de imprevistos. Ainda vale lembrar que o mercado secundário dos EUA é mais amplo do que o brasileiro, algo que tende a facilitar essas negociações.
Entretanto, a ressalva que se faz para os títulos nacionais também cabe para os estrangeiros: os retornos contratados só são garantidos quando o título chega ao vencimento. Isso quer dizer que caso o ativo precise ser vendido antecipadamente, a possibilidade de perder dinheiro é concreta.
Em termos de tributação, o CD dos EUA leva vantagem: a alíquota de Imposto de Renda (IR) prevista em todos os casos é de 15%, enquanto no Brasil ela segue um modelo regressivo, demonstrado a seguir:
- Até 180 dias de aplicação: alíquota de 22,5% de IR;
- Entre 181 e 360 dias: alíquota de 20%;
- Entre 361 e 720 dias: alíquota de 17,5%;
- Acima de 720 dias: alíquota de 15%.
Mas antes de comprar CDBs no Brasil ou CDs no exterior, a busca por profissionais capacitados é sempre recomendada. Além de reduzir os riscos de prejuízo, um assessor de investimentos pode auxiliar no planejamento de médio e longo prazo, observando os objetivos e as necessidades do cliente.