- Depósito remunerado de liquidez diária rende 100% da taxa DI, mas esse tipo de juro pós-fixado está em 2,90% ao ano
- Taxa DI pode cair para 2,15% ao ano em junho, se Banco Central baixar Selic para 2,25% ao ano
- CDB possui cobertura pelo Fundo Garantidor de Crédito até R$ 250 mil por instituição financeira
A busca por liquidez diária no final de março e em abril levou os investidores a resgatarem seus recursos de fundos de renda fixa (DI e crédito privado) para a conta corrente. Automaticamente, os bancos, por meio de soluções tecnológicas já sistematizadas, emitiram certificados de depósitos bancários (CDBs). Em outras palavras, o dinheiro que saiu de carteiras de renda fixa para conta corrente foi direto para a renda fixa bancária (CDBs automáticos).
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De acordo com dados do boletim mensal de renda fixa publicado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), houve uma expansão de R$ 138 bilhões no estoque de CDBs em abril, após um aumento já significativo de R$ 114 bilhões em março.
No primeiro quadrimestre do ano, a expansão líquida acumula R$ 267 bilhões em CDBs, para um total de R$ 1,1215 trilhão em estoque, um aumento de 28% no período.
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“O investidor preferiu ficar com o dinheiro disponível e buscou a liquidez diária em ativos de alta qualidade em bancos sólidos”, diz André Fernandes, head de produtos da Ágora Investimentos, ao confirmar a aplicação em CDBs de grandes bancos, como o Bradesco.
Tendência para maio
Esse movimento também foi confirmado pelo CEO da Bradesco Asset Management (Bram), Ricardo Almeida. “Entre um fundo de renda fixa que pagava 101% ou 102% do DI, mas com volatilidade, o investidor prefere um CDB de liquidez diária que rende 101% do DI, que não tem esse risco”, afirmou o executivo.
Mas na visão dele, esse movimento de ida para o CDB não deve se repetir em maio, pois os fundos de curto prazo já apresentam recuperação positiva.
“Houve uma corrida por liquidez diária, resgataram de fundos DI e de crédito privado, e o recurso foi parar no CDB automático do mesmo banco (da conta corrente), de grandes instituições. O investidor que vê cota negativa num fundo e resgata precisa de uma educação financeira maior. Hoje, as oportunidades no mercado secundário estão melhores que as do mercado primário”, afirma David Camacho, sócio e gestor da Devant Asset.
Para Lucas Collazo, estrategista de alocação da Rico, o investidor de perfil mais conservador está encontrando CDBs de instituições de alta qualidade com taxas interessantes nesse atual momento.
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“Tem CDB pagando mais de 100% do DI, com liquidez diária. E temos um privilégio: o Brasil é ainda um dos poucos países do mundo onde o rendimento da renda fixa empata com a inflação. Lá fora, o retorno (final) está negativo”, compara.
Entre os exemplos de mercado, o CDB PagBank, da plataforma PagSeguro PagBank, lista o produto financeiro com taxa de até 120% do DI, dependendo do prazo de vencimento. “Rendimento até 33% maior que a caderneta de poupança”, informou o emissor em nota.