O que este conteúdo fez por você?
- Inflação baixa permite que Copom faça novos cortes na taxa básica de juros, que teria espaço para propor Selic entre 1,5% e 2,5%
- Mas juros excessivamente baixos deixariam o país ainda mais desinteressante para o investidor externo, levando a fuga de dólares e desvalorização mais acentuada do real
- Risco de inflação após eventual farra fiscal do governo pode determinar aumento da taxa Selic
A Ágora Investimentos promoveu uma live, em seu canal do YouTube, para examinar o cenário econômico após a reunião do Copom desta quarta-feira (6), na qual a taxa básica de juros Selic foi reduzida para 3%.
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O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, disse que a casa prevê que a Selic fechará o ano em 2,25%, com risco de ser ainda mais baixa. Confira alguns pontos discutidos na conversa.
Explicação do corte na taxa não está só no coronavírus
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“O coronavírus detonou uma crise sem precedentes em termos de saúde pública, e com impactos muito piores do que se poderia imaginar. Mas o cenário externo também teve peso relevante. Houve uma queda de demanda global. Outros países também vivem movimentos de queda de juros e inflação baixa, como o Brasil. Isso tudo também motivou o corte na taxa.”
Inflação estimula cortes, mas câmbio é limitador
“A inflação está abaixo do piso da meta, ou seja, abaixo do nível de conforto do governo. É a primeira vez que isso acontece por conta da queda da atividade econômica. Esse cenário dá mais espaço para cortes na taxa de juros. O Banco Central tem espaço para derrubar ainda mais a Selic, a patamares entre 1,5% e 2,5%.
Porém, quanto mais baixa a taxa de juros, menos atrativo fica o País para o investidor externo. Ele retira seu dinheiro, levando a uma fuga de dólares, e desvalorização ainda maior do real, esse dado entrará de volta no modelo do Copom, que terá de refazer as contas.”
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O peso da questão fiscal
“Existe uma incerteza sobre se o Brasil vai ou não fazer uma farra fiscal a partir do coronavírus. Se os gastos públicos crescerem muito mais do que o controle da pandemia exige, e aumentarem exageradamente a dívida pública, isso vai gerar inflação e levar o BC a aumentar novamente a taxa Selic.”
Copom fará novo corte na próxima reunião
“Em seu relatório de hoje, o Copom escreveu que a “conjuntura prescreve um estímulo monetário extraordinariamente elevado para a economia”. Trocando em miúdos, o tamanho da queda da economia precisa de juros ainda mais baixos. Eles tornam o crédito mais barato e desestimulam as pessoas a poupar, levando-as a gastar e movimentar a economia.
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Isso sinaliza que na próxima reunião, dentro de 45 dias, haverá outro corte de 0,75%, levando a Selic a 2,25%. Mas o Copom não deve cortar muito mais do que isso, porque a questão fiscal e o câmbio são limites a mais cortes. Então projetamos a Selic a 2,25% até o final do ano. O Bacen vai monitorar as reações do mercado antes de tomar uma decisão.”
Veja a íntegra da conversa:
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