(Estadão Conteúdo) – A Galapagos Capital informou ajustes em seus fundos para setembro e os destaques são as oportunidades em títulos públicos, posições vendidas em dólar, bolsas americanas e europeias e crédito privado local. No entanto, a gestora reportou a redução da exposição em commodities e em fundos de investimento imobiliário (FIIs), além de manter a estratégia sistemática.
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“Ainda existem impulsos relevantes para o crescimento econômico se manter robusto e tanto esse movimento do meio do ano [desaceleração do cenário de reflation, que tinha crescimento acelerado e retomada de preços] quanto a preocupação com a variante delta [do coronavírus] deverão ser passageiros, havendo uma perspectiva mais positiva para o final do ano”, avalia a Galapagos, em carta mensal aos cotistas.
Dos cinco fundos da casa, quatro tiveram desempenho negativo em agosto. As quedas vieram dos fundos Galapagos Evolution FIM CP (-1,92%), Galapagos Darwin FIC FIM (-1,83%), Galapagos Icatu Darwin Global FIC FIM (-1,64%) e Bracco FIM (-0,97%). O único desempenho positivo veio do Galapagos Dragon FIC FIM CP (+0,69%).
Oportunidades para setembro
Na carta mensal, a Galapagos avaliou que há uma oportunidade “na curva de juros nominal que precifica, agora, uma taxa Selic terminal que não parece compatível com as projeções de crescimento e inflação para 2022 e 2023, principalmente considerando o nível da bolsa brasileira”. A movimentação da casa foi para a compra de NTN-B24 [Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024] e redução na renda fixa internacional.
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A gestora informou ter começado a se posicionar vendida em dólar [ou seja, acreditando na queda do preço] “no intuito de aproveitar um movimento de reaceleração econômica que deve ficar mais aparente no último trimestre do ano”. Na carta, os dois temas de investimento destacados são as moedas de países emergentes, com teses de alta de juros mais forte (Brasil, Rússia e Chile), e as de desenvolvidos, em busca de benefício pela expectativa da economia europeia se destacar em relação à americana ao longo dos próximos trimestres.
Sobre renda variável no exterior, a gestora relatou com exposição nas bolsas dos Estados Unidos e Europa pois acredita que o processo de retomada econômica segue suportado por políticas fiscais e monetárias ainda muito expansionistas. Houve ainda compra de bolsa de emergentes com um peso maior em Ásia, partindo da compreensão que o governo chinês deve estimular a economia em breve e sustentar o preço dos ativos. Na bolsa brasileira, a gestora manteve uma posição vendida.
Com a inflação alta e o contínuo aumento da taxa básica de juros, a gestora observou que a demanda por ativos de crédito segue aquecida e que os papéis de “maior qualidade de crédito e liquidez beneficiaram-se do fluxo de compra dos [investidores] institucionais”. Portanto, a casa busca oportunidades no mercado de crédito privado local.
A Galapagos reporta não ter feito alterações na alocação mais defensiva da estratégia sistemática. “Enquanto permanecer essa incerteza local e ausência clara de nova tendência, os modelos tendem a preservar capital, reduzindo os riscos e se mantendo defensivos”, explica o documento.
Recuos
A gestora reduziu a exposição total em commodities, mas manteve exposição estrutural em cobre e em agrícolas. Em relação ao cobre, a casa verifica “um déficit de oferta muito relevante que deve seguir pressionando os preços à medida que o mundo busca alternativas energéticas mais ‘limpas’”, enquanto para os agrícolas, identifica uma pressão “pela tendência global de redistribuição de renda, o que deve impulsionar mais a demanda por alimentos na base da pirâmide social”.
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Outro mercado que teve exposição reduzida foi o de FIIs, pelo desempenho negativo no mês – queda de 2,63% do Ifix, índice do setor – pressionado pela alta na curva de juros futuros. Diante disso, a Galapagos informa ter finalizado o mês com aproximadamente 1% do patrimônio líquido alocado nesse tipo de ativo.