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![Donald Trump reassumiu a presidência dos EUA e deve movimentar o mercado financeiro. (Foto: Adobe Stock)](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/01/donald-trump-bolsa-ibovespa_230120255038-710x473.webp)
Desde que tomou posse como presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, Donald Trump vem movimentando os mercados globais com a sua guerra comercial. Os EUA já anunciaram um “tarifaço“ contra países e alguns produtos – com muito ruído, mas, por ora, medidas mais brandas do que as que prometeu ao longo da campanha presidencial.
A guerra comercial de Trump via tarifas começou com o México e o Canadá. Em 1º de fevereiro, o presidente dos EUA anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre importações canadenses, à exceção dos recursos energéticos (petróleo, gás natural e eletricidade), que terão tarifa de 10%; e de 25% sobre produtos mexicanos.
Dois dias depois do anúncio, a Casa Branca chegou a acordos com os dois países e adiou as tarifas por 30 dias. Esse “passo atrás” foi lido no mercado como uma surpresa positiva, um entendimento de que o início do mandato Trump poderia ser mais leve do que o ventilado em campanha. Isso ajudou a dar gás aos ativos de risco – no Brasil, o real se valorizou com a percepção de que o País não é a prioridade na guerra comercial dos EUA.
Logo depois, a China
No mesmo dia das tarifas contra o México e o Canadá, Trump anunciou impostos de 10% na importação de produtos chineses. A China, por sua vez, anunciou medidas retaliatórias e decidiu impor tarifas entre 10% a 15% para alguns produtos vindos dos EUA. O impasse das tarifas entre os dois países permanece, mas as alíquotas anunciadas vieram muito aquém das ventiladas em campanha. Em 2024, Trump disse que colocaria taxas de 60% sob produtos chineses.
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“Por ora temos visto um governo com baixa tolerância à uma piora relevante dos mercados acionários. E com uma alta velocidade de reversão de decisões, como no caso recente das tarifas impostas ao México e ao Canadá. Segue surpreendendo até aqui a baixa intensidade de medidas tarifárias contra a China”, diz a carta de janeiro da Verde Asset. A surpresa positiva em relação ao tratamento dos EUA à China fez o fundo zerar as posições no Renminbi chinês.
O aço e o alumínio; e o Brasil
Trump anunciou nesta segunda-feira (10) uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importado, inclusive sobre os embarques desses produtos pelo Canadá e do México, que juntos respondem por cerca de 40% das importações americanas de aço. Uma medida que também afeta o Brasil, um dos países que mais exporta o metal para os EUA.
Na visão de especialistas, ainda é cedo para traçar quais os possíveis impactos do novo tarifaço. Em linhas gerais, os analistas citam duas ações que podem sofrer com o tarifaço de Trump: Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), companhias com uma presença mais concentrada no mercado brasileiro e que exportam para os EUA. A Gerdau (GGBR4), no entanto, é apontada como uma beneficiada dado que possui operações nos EUA e poderia atender à demanda local sem depender das exportações.
Rali cripto
Para além das primeiras medidas tarifárias, a volta de Trump à presidência dos EUA tem impulsionado um rali no mercado de criptomoedas. Desde a vitória republicana nas eleições, em novembro de 2024, investidores viveram certa euforia com a promessa de criação de uma reserva estratégica em bitcoin e a indicação de Paul Atkins ao cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (U.S. Securities and Exchange Commission, ou SEC, na sigla em inglês).
Esses dois fatores criaram um ambiente positivo que levou o bitcoin a valer US$ 100 mil pela primeira vez na história. Este ano, no dia da posse, o BTC bateu US$ 109 mil, um novo recorde histórico.
Trump também lançou a sua própria criptomoeda, a $TRUMP. Em dois dias, o ativo avançou 626% e alcançou um valor de mercado de US$ 9 bilhões. No auge, chegou a valorizar mais de 1000%, ultrapassando a faixa dos US$ 70.
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