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Devo me desesperar com as paradas no Tesouro?

Plataforma interrompeu negociações

Devo me desesperar com as paradas no Tesouro?
Foto: Pixabay
  • O Tesouro suspendeu a negociação de títulos prefixados e atrelados à inflação
  • A parada é similar ao circuit breaker da Bolsa de Valores, mas sem regras definidas
  • Apesar da volatilidade de preço de mercado, o investimento ainda é seguro

O avanço do coronavírus continua provocando momentos de estresse para o investidor que agora lida com a desaceleração da economia e as bolsas de valores derretendo ao redor do mundo. No Brasil não é diferente. O Ibovespa perdeu o patamar de 100 mil pontos e mergulhou abaixo dos 70 mil nas últimas semanas. 

O pânico com as ações em queda fez muitos investidores migrarem para aplicações consideradas mais seguras, como o Tesouro Direto. Mas nem os títulos públicos ficaram imunes aos efeitos da crise: a plataforma interrompeu as negociações e deixou os investidores aflitos.

Apesar do susto, a parada do Tesouro foi uma tentativa de proteger os investidores do pânico que tomou conta do mercado naquele momento, assim como tem acontecido com o circuit breaker na bolsa. “O objetivo é impedir que as pessoas tomem decisões precipitadas”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. 

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Diferente de um circuit breaker, que tem regras bem definidas, não há como saber exatamente quando haverá uma parada no Tesouro porque eles estabelecem os próprios parâmetros. “O Tesouro tem uma volatilidade de preço de mercado que é natural a qualquer ativo. A diferença é que ela é muito menor do que a média e o investidor não corre risco de tomar um calote”, diz Silveira.

A Liquidez do investimento continua segura

A impossibilidade momentânea de vender os títulos deixou os investidores irritados. Nas redes sociais, muitos se manifestaram contra a parada, pois a liquidez diária é uma das principais promessas desse tipo de aplicação. 

Segundo Thiago Silva, analista da Toro Investimentos, em função do pânico, os investidores começaram a comprar e vender títulos em um ritmo muito mais alto do que o normal, provocando uma distorção nos preços dos ativos e nas taxas do Tesouro. “As últimas semanas foram atípicas. Nem na crise de 2008 vimos um ambiente tão volátil assim”, diz.

Na visão dos especialistas, o susto pode provocar uma nova mudança de comportamento, assim como ocorreu quando a poupança começou a dar retornos negativos e emitiu um sinal de alerta nos brasileiros. “O investidor pode começar a pesquisar mais e descobrir outros produtos parecidos com o Tesouro, ou até melhores”, diz Silva, da Toro Investimentos.Mas em termos de segurança, o investidor pode ficar tranquilo. “O tesouro continua com capital para honrar com a sua liquidez”, afirma.

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